Rock In Rio 2022: Placar Rock em Geral
Em edição de programação fraca para as bandas de rock, os shows não superaram as expectativas, salvo algumas exceções. Fotos Divulgação Rock In Rio/I Hate Flash: Wesley Allen (1, 2 e 3), Ariel Martini (4) e Woloch (5).
Parece piegas dizer - e é mesmo -, mas a o mais importante dessa edição de 2022 do Rock In Rio foi ter sido realizada, depois de tudo o que aconteceu por conta do isolamento social imposto pela Pandemia do Covid-19 e o consequente adiamento da vida de cada um de nós.
A sensação de reencontro com o mundo logo se converteu um um festival em que parecia que nada disso tinha acontecido e está tudo ali, exageradamente grande como na edição de 2019 - até maior - com palcos à rodo, shows simultâneos a dar com pau.
Não foi, contudo, uma escalação das mais generosas com o rock; lembre-se que o Rock In Rio, em que pese o próprio nome, é um festival de música desde a primeira edição, em 1985.
Esse ano, seja por contingências do business musical pós pandemia ou outras circunstâncias especificas, houve muitas atrações “não rock” e de gosto duvidoso que na maioria das vezes converteu o festival em espécie de “Teatro de Revista” sem noção. Acontece.
Não foi assim, na era moderna do Rock In Rio, por exemplo, na edição de 2015, com dois dias dedicados ao heavy metal e outros três para o rock. Ou na distante edição de 2001, com seis dos sete dias com atrações ligadas ao rock.
Pra piorar, a bem da verdade, as atrações de rock não fizeram grandes apresentações, não foram lá essa coisa toda. Do show praticamente repetido do Iron Maiden, passando pelos exageros do Guns N’Roses - e de repente todos viramos exímios fiscais de voz - até os exageros de entretenimento de Coldplay e Green Day, quem se saiu bem mesmo foi o Måneskin, com um show contagiante, mas mesmo assim mais como revelação do que como algo consolidado.
Problemas no som? Teve, como sempre. Boa estrutura? Teve, como sempre. Tudo muito caro na Cidade do Rock? Sim, como sempre. E mesmo o transporte, meio improvisado com a contratação de ônibus de fora do estado para suprir a decadência do BRT, com a ajuda do metrô, finalmente funcionado no esquema de 24h, parece ter atendido sem maiores relatos negativos na grande mídia.
Mas o que interessa mesmo são os shows, nem tantos assistidos esse ano, e muitos em horários simultâneos, de modo que a cobertura se concentrou nos Palcos Mundo e Sunset. Ao todo, assistimos a 18 shows inteiros, sendo que 13 foram resenhados.
Ressalta-se que todos os shows são acompanhados do meio do público, do início ao fim, salvo uma ou outra correria parar encontrar um bom posicionamento. Veja a avaliação abaixo, com as bandas elencadas na ordem em que tocaram no festival, e clique nos títulos entre parênteses para ler cada uma das resenhas completas:
Black Pantera + Devotos: 8 (Todas as periferias)
Metal Allegiance: 6 (Banda de baile do metal)
Sepultura + Orquestra Sinfônica Brasileira: 8 (Casou bem)
Living Colour + Steve Vai: 5 (Ficou pra próxima)
Gojira: 7 (Bem consolidado)
Iron Maiden: 8 (Passado e presente brilhantes)
Dream Theater: 8 (Domínio completo)
Malvada: 5
Racionais: 7
Cali: 7
The Offspring: 6 (Placidez)
Maneskin: 8 (Aprovado com louvor)
Guns N’Roses: 7 (Definitivo)
Billy Idol: 6 (De qualquer jeito)
Fall Out Boy: 5
Green Day: 6 (Espetáculo frívolo)
Ceelo Green: 7
Coldplay: 6 (Circo sem fim)
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