O Homem Baile

Banda de baile do metal

Meio cover, Metal Allegiance ‘faz sala’ para as atrações principais no Rock In Rio. Foto Divulgação Rock In Rio/I Hate Flash: Wesley Allen.

John Bush, do Armored Saint, cantou duas músicas do tempo em que era vocalista do Anthrax

John Bush, do Armored Saint, cantou duas músicas do tempo em que era vocalista do Anthrax

Ver uma superbanda do metal internacional tocando “Only”, do Anthrax, cantada pelo vocalista da banda na época, John Bush, bem ali na frente, numa tarde ensolarada de sexta já entrou para a história como um dos momentos mais emocionantes dessa edição do Rock In Rio. Não que seja lá essa uma das melhores músicas da banda, tampouco é Bush tão relevante assim, mas ocorre que a canção marcou época no Brasil dos anos 90, teve alta rotação na MTV quando a emissora dava as cartas, o que resultou na primeira turnê do grupo por aqui, com um show no Rio e dois em São Paulo, em 1993. Jon Bush citou esse giro antes de a banda mandar “Room for One More”, que veio antes de “Only”, sendo ambas do mesmo álbum, “Sound of White Noise”, lançado no mesmíssimo ano.

Explica-se que Metal Allegiance é a reunião de músicos do metal criada para tocar músicas das bandas deles e clássicos do gênero, mas que já acabou rendendo dois álbuns com músicas inéditas. Sem fazer show há uma pá de tempo, o grupo se reuniu para tocar no Palco Sunset do Rock In Rio no maior estilo cata-cata, com o vocalista e o guitarrista do Testament, Chuck Billy e Alex Skolnick; o guitarrista do Vio-lence, Phil Demmel; o baixista do Exodus, Jack Gibson; o baterista avulso mais requisitado do mundo, Mike Portnoy; e John Bush, que tem emprego permanente no Armored Saint. Ou seja, pela formação se tem mais ou menos quais covers (ou “meio covers”) serão executados, como acontece também na All Starr Band, do Beatle Ringo Starr.

O vocalista do Testament, Chuck Billy, que veio pela segunda vez seguida ao festival como convidado

O vocalista do Testament, Chuck Billy, que veio pela segunda vez seguida ao festival como convidado

A dúvida que fica é por que diabos a curadoria do Rock In Rio insiste nesse expediente insólito do “encontro” e não traz logo o Testament, o Exodus ou uma das bandas do Portnoy? Ou, por outra, por que não deixa o metal nacional desfilar nesse que é o segundo palco do festival? Só naquele palco mambembe em cima do morro, do outro lado da Cidade do Rock tinha, nesta sexta (2/9), uma pá delas cheias de público, sendo a mais representativa uma com mais de 40 anos de estrada e carreira internacional consolidada. Reflexão que nada tem a ver com o público que chegou cedo para se acabar em rodas de dança ou batendo cabeça em frente ao palco, o que já ocorrera a atração anterior, Black Pantera + Devotos.

Ainda mais na parte Testament do show, com Billy cantando sozinho, a dobradinha “Into the Pit”, numa revolução de rodas de dança no meio do povaréu e “Alone in the Dark”. Em ambas, Skolnick debulha a guitarra sem dó, reforçando mais ainda a necessidade de uma apresentação do Testament em uma próxima edição do festival. Dentre as seis músicas do Metal Allegiance se salientam “Bound By Silence”, com riff contagiante e ótima performance de John Bush; e a balada metálica “Dying Song”, com vocais divididos entre Chuck Billy e John Bush, e quase um show à parte de Portnoy e suas viradas na bateria. No frigir dos ovos, fica a impressão de um show cover que toma o lugar de uma banda de verdade, não um cata-cata.

Parceiro de Billy no Testament, o ótimo Alex Skolnick debulhou a guitarra no show do Metal Allegiance

Parceiro de Billy no Testament, o ótimo Alex Skolnick debulhou a guitarra no show do Metal Allegiance

Set list completo:

1- The Accuser
2- Bound By Silence
3- Can’t Kill the Devil
4- Gift of Pain
5- Dying Song
6- Room for One More
7- Only
8- Into the Pit
9- Alone in the Dark
10- Pledge of Allegiance

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