O Homem Baile

De qualquer jeito

Repertório variado e insegurança técnica marcam show de Billy Idol no Rock In Rio. Fotos Divulgação Rock In Rio/I Hate Flash: Marcelo Paixão.

O eterno punk Billy Idol, em noite de grandes dificuldades em sua segunda partcipação no Rock In Rio

O eterno punk Billy Idol, em noite de grandes dificuldades em sua segunda partcipação no Rock In Rio

“Eu vou continuar a fazer a porra desse show, aconteça o que acontecer, porque esse é o Rock In Rio”, esbraveja o vocalista em tom de desabafo. Àquela altura, ele já tinha tentado começar a cantar um de seus maiores sucessos, mas teve que reiniciar - e por duas vezes! - porque, aparentemente, o guitarrista tinha atravessado, entrado errado, tudo causado por problemas relacionados à técnica do palco. E, depois, um microfone ainda precisaria ser substituído às pressas por um roadie esperto no lance. As coisas não estavam mesmo fáceis para Billy Idol, em pelo Palco Mundo do Rock In Rio, na última sexta, 9/9.

Idol chegou com disposição, já contabilizando que ficou 31 anos ausente do Brasil, e por conseguinte do festival no qual esteve na edição de 1991. E com uma banda de respeito, incluindo seu fiel escudeiro, o guitarrista Steve Stevens, o baixista canhotinho Stephen McGrath, e Billy Morrison, que já passou até pelo The Cult, na outra guitarra. Mas como poderia essa turma atravessar no início de uma música a ponto de ela ser iniciada três vezes, e justamente em “Eyes Without a Face”, um dos grandes hits da carreira? Seria a troca de Stevens da guitarra para um violão? Coisas que só a técnica do Placo Mundo poderia explicar, mas o fato é que o show seguiu com um Billy Idol irado, o que não chega a ser ruim para um punk rocker cascudo.

Show em que o músico até que se arriscou, ao sair da zona de conforto de tocar só clássicos da sua carreira e incluir uma música do lançamento mais recente, a soturna faixa-título do bom EP “Bitter Taste”, lançado no ano passado, e ainda duas praticamente inéditas, que estão em outro EP, que sai só no final deste mês. São elas o rock melódico e ritmado “Cage”, que já tem clipe e tudo, e “Runnin’ From the Ghost”, em que Stevens se destaca com um ótimo solo. O público recebe as novidades de modo meio frio, o que acontece até mesmo nos clássicos, mas é preciso lembrar que estamos na noite do ícone noventista do poppy punk Green Day (veja como foi), e do Fall Out Boy, um de seus descendentes dos anos 00. Plateia nada agressiva com o show de Idol, mas apenas contemplativa.

A dupla de guitarristas Steve Stevens e Billy Morrison, grande estofo técnico da banda de Billy Idol

A dupla de guitarristas Steve Stevens e Billy Morrison, grande estofo técnico da banda de Billy Idol

Ao menos até página cinco, porque não é possível não reagir a clássicos que todo mundo conhece e canta um pedaço, mesmo sem querer. Caso de “Dancing With Myself”, da banda punk Generation X, que revelou Idol, lá no final dos anos 70(!), já na abertura da noite; da leve “Mony Mony”, clássico de Tommy James & the Shondells, apropriada pelo cantor; e do desfecho com “Rebel Yell”, que, a bem da verdade, vem com certo tom de alívio. Ajudado pelo telão gigante, o show tem clima cyber punk típico do pós punk oitentista, e Billy Idol mantém a fama de astro popstar canastrão, trocando de roupa muitas vezes, e ao fazer, aos 66, um strip tease ao vivo. Tá bom pra vocês?

Set list completo:

1- Dancing With Myself
2- Cradle of Love
3- Flesh for Fantasy
4- Cage
5- White Wedding
6- Bitter Taste
7- Eyes Without a Face
8- Mony Mony
9- Runnin’ From the Ghost
10- Blue Highway
11- Rebel Yell

Nota: escapou à percepção deste escriba, na frente do Palco Mudo, as falhas vocais apontadas por muitos colegas.

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