De qualquer jeito
Repertório variado e insegurança técnica marcam show de Billy Idol no Rock In Rio. Fotos Divulgação Rock In Rio/I Hate Flash: Marcelo Paixão.
Idol chegou com disposição, já contabilizando que ficou 31 anos ausente do Brasil, e por conseguinte do festival no qual esteve na edição de 1991. E com uma banda de respeito, incluindo seu fiel escudeiro, o guitarrista Steve Stevens, o baixista canhotinho Stephen McGrath, e Billy Morrison, que já passou até pelo The Cult, na outra guitarra. Mas como poderia essa turma atravessar no início de uma música a ponto de ela ser iniciada três vezes, e justamente em “Eyes Without a Face”, um dos grandes hits da carreira? Seria a troca de Stevens da guitarra para um violão? Coisas que só a técnica do Placo Mundo poderia explicar, mas o fato é que o show seguiu com um Billy Idol irado, o que não chega a ser ruim para um punk rocker cascudo.
Show em que o músico até que se arriscou, ao sair da zona de conforto de tocar só clássicos da sua carreira e incluir uma música do lançamento mais recente, a soturna faixa-título do bom EP “Bitter Taste”, lançado no ano passado, e ainda duas praticamente inéditas, que estão em outro EP, que sai só no final deste mês. São elas o rock melódico e ritmado “Cage”, que já tem clipe e tudo, e “Runnin’ From the Ghost”, em que Stevens se destaca com um ótimo solo. O público recebe as novidades de modo meio frio, o que acontece até mesmo nos clássicos, mas é preciso lembrar que estamos na noite do ícone noventista do poppy punk Green Day (veja como foi), e do Fall Out Boy, um de seus descendentes dos anos 00. Plateia nada agressiva com o show de Idol, mas apenas contemplativa.
Ao menos até página cinco, porque não é possível não reagir a clássicos que todo mundo conhece e canta um pedaço, mesmo sem querer. Caso de “Dancing With Myself”, da banda punk Generation X, que revelou Idol, lá no final dos anos 70(!), já na abertura da noite; da leve “Mony Mony”, clássico de Tommy James & the Shondells, apropriada pelo cantor; e do desfecho com “Rebel Yell”, que, a bem da verdade, vem com certo tom de alívio. Ajudado pelo telão gigante, o show tem clima cyber punk típico do pós punk oitentista, e Billy Idol mantém a fama de astro popstar canastrão, trocando de roupa muitas vezes, e ao fazer, aos 66, um strip tease ao vivo. Tá bom pra vocês?Set list completo:
1- Dancing With Myself
2- Cradle of Love
3- Flesh for Fantasy
4- Cage
5- White Wedding
6- Bitter Taste
7- Eyes Without a Face
8- Mony Mony
9- Runnin’ From the Ghost
10- Blue Highway
11- Rebel Yell
Nota: escapou à percepção deste escriba, na frente do Palco Mudo, as falhas vocais apontadas por muitos colegas.
Tags desse texto: Billy Idol, Rock In Rio