Crônicas de amor, rock’n’roll e modernidade cibernética
A chuva passou antes mesmo de ele cantar os versos de “Rain”, do The Cult, coisa que fazia com certa frequência desde que conhecera Ian Astbury e Billy Duff, em cabarés enfumaçados que imitavam os pubs londrinos nos ricos anos 80.
O álbum duplo gravado em Osaka era considerado o melhor dos anos 70 por muita gente, e ele o conhecera pela fantástica introdução de “Smoke On The Water”, num fone de ouvido que um playboy lhe colocou na cabeça ainda nos tempos de segundo grau.
Um tema do Metallica iniciara o ingresso da dúzia de casais que fariam parte do ritual. Depois, fora a vez de Kiss, Beatles, Pink Floyd. Percebera que a palavra “love”, que no passado lhe trazia decréscimo de apreço por este ou aquele grupo de rock pesado, agora fazia todo o sentido.
Se viciara desde cedo nos shows de rock, e, naqueles locais abafados, o coletivo de camisas pretas, assim como ele, prezava pelo suor, em vez do bom odor.
Lembrava disso quando, súbito, as caixas de som jogavam em seus ouvidos, de supetão, a introdução de “YYZ”, uma porrada daquelas com instrumental denso e carregado que só poderia sair das cabeças e do esforço físico dos três loucos do Rush.
“Ainda é Cedo”, da Legião, “Tão Bem”, de Lulu Santos, e “Meu Erro”, dos Paralamas, eram faixas obrigatórias na coletânea especial que gravara como trilha sonora da busca pelo grande amor que ficara perdido no passado.
Nessas horas em que ficava apoiado num balcão interagindo com o movimento frenético daquele point rock, sempre lhe vinha a cabeça a imagem de Ian McCulloch, com um microfone à frente, toda esfumaçada e, invariavelmente, com um copo de vodca nas mãos.
Nessas horas, ainda que a batida marcante de Stewart Copeland não lhe saísse da cabeça, se contentava em curtir a fossa descomunal descrita por Vinícius, se apoiando num lapso que poderia comprometer sua trajetória fiel ao rock’n’roll.
No orkut, scraps mal educados clamavam por uma atenção que ele, dormindo, não poderia ter dispensado nem à Lemmy Kilmister, que é Deus.
Tendo fortes emoções, já passava a colecionar outras grandes fases, de modo que elaborava, tal qual o protagonista de “Alta Fidelidade”, um top five.
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