Bola é Bola Mesmo

A Copa de Messi

O protagonismo esperado para este ano é o do argentino; os brasileiros é que se apegam ao jovem Neymar e ao ‘fator casa’. Foto: Divulgação FIFA.

messinigeriaEm princípio, essa é para ser a Copa de Messi. Inúmeras vezes escolhido como o melhor do mundo, o jogador fracassou fragorosamente nas duas Copas anteriores, de modo que, aos 27 anos completados essa semana seria dele o protagonismo que já foi de Garrincha, Pelé e Maradona. Nós brasileiros é que nos apegamos a Neymar porque calhou de, quando a Copa está sendo feita no Brasil, termos só ele para nos apegar.

Contudo, tenho sempre apontado que Messi é um típico jogador de clube, como Zico, Ronaldinho e Cristiano Ronaldo, que não resolve o jogo na seleção. Ontem, porém, contra a Nigéria, Messi decidiu, como fez contra Irã e contra a Bósnia. Ok, são adversários fracos, mas, nas outras duas Copas, não teve brilho semelhante. Fez um gol em duas Copas, e, só nessa, já tem quatro. É o artilheiro da competição junto com… Neymar.

Sim, o gol da vitória saiu de uma canelada do lateral/zagueiro Rojo. Sim, Musa deitou e rolou e teve o gol de empate incrivelmente salvo por Zabaleta. Sim, o time da Argentina não é tão bom assim, e quem é bom não tem se saído bem, como Agüero e Higuaín. Mas também era ruim a Argentina de 1986 que Maradona levou ao título sozinho. Seria, então, a vez de Messi?

Jamais um jogador se destacou tanto pelo Brasil, como protagonista, tão jovem como Neymar. Sim, Pelé tinha 17 anos em 1958, mas entrou no time no meio do torneio, respaldado por uma pá de craques mais experientes como Didi e Nilton Santos, só para ficarmos em dois. Neymar tem quebrado recordes e tabus, e, escorado por uma boa estrutura – leia-se Felipão e Parreira, dois dos maiores conhecedores dos caminhos de uma Copa do Mundo – e pelo fato de a Copa ser no Brasil, pode levar a Seleção ao título. É nisso – repito – em que os brasileiros se apegam. Mas, em princípio, essa é a Copa de Messi.

Messi e a Argentina têm, pelo caminho, a Suíça, que ontem passeou contra Honduras com um show particular de Shaqiri, que marcou os três gols do três a zero. Como já destaquei (saiba mais), a Suíça não é mais aquele ferrolho de outrora, embora comentaristas despreparados afirmem isso a toda hora. O time traz vários remanescentes do título do mundial sub 17 de 2009. É do tipo que joga e deixa jogar, exatamente como a Argentina.

Ou seja, teremos um belo duelo, provavelmente com muitos gols e que vai depender de Messi e de Shaqiri para que a definição saia sem muitos traumas, para um lado ou para outro. Quem não decidir de um lado, o outro decide do outro. Nas quartas, Bélgica ou Estados Unidos podem complicar para a Argentina, que tem ou histórico de quedas precoces como para a Romênia, em 1994. Sim, vai depender de Messi.

Mesmo com a França embalada, o Maracanã acabou vendou outro zero a zero. Culpa do técnico Deschamps, que, esperto, tem aproveitado essa primeira fase para testar formações diferentes para o seu time, sendo que ontem colocou o terceiro time em campo. E tem dado certo (eu prefiro com a dupla Benzema e Giroud em campo). E é bom que ele faça isso porque logo, logo deve encarar uma Alemanha pela frente. E até o Brasil, bem mais pra frente.

Ontem, o zero a zero foi movimentado e a França convenceu, embora tenha perdido muitos gols e consagrado o goleiro Dominguez. Já o Equador, ao cair nesse grupo enroscado e jogando fora da altitude, só teria chance se tivesse um bom resultado na estreia, contra a Suíça, o que quase aconteceu (veja aqui), mas não deu. É o único sul americano a ficar de fora das oitavas.

Patética a defesa que o zagueiro Lugano fez de Luizito Suárez em entrevista coletiva. Pior ainda o apoio que recebeu de jornalistas uruguaios como se tudo não passasse de “exageros da mídia” para favorecer o Brasil. Ora, quem fez a lambança foi o próprio Suárez, que, se é doente, deve se tratar. Um mordedor em série é um perigo para a sociedade civilizada e não pode andar por aí mordendo os outros em um campo de futebol, muito menos em uma Copa do Mundo.

Seria melhor os uruguaios assumirem a patologia do rapaz e decidirem eles mesmos pela solução do problema. Não se pode negar o que todo mundo viu nos quatro cantos do planeta. É muita cara de pau. E uma coisa é a provocação do jogo, outra é uma anomalia monstruosa. Espero que quem tem o poder no mundo da bola retire essa figura sinistra dos campos de futebol o mais rápido possível.

Até a próxima que chegou um avião de dinheiro para os ganeses serem eliminados!

Resultados de 25/6/2014
Nigéria 2 x 3 Argentina
Bósnia e Herzegovina 3 x 1 Irã
Honduras 0 x 3 Suíça
Equador 0 x 0 França

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