Bola é Bola Mesmo

Passeios

Zebra e goleada impiedosa marcam a sexta-feira show da Copa do Mundo no Brasil. Foto: Divulgação FIFA.

benzemasuicaPrimeiro, foi o passeio da zebra. Depois de ganhar de virada de um envelhecido Uruguai, eis que a Costa Rica, em pleno grupo da morte, ganha ante a uma Itália improdutiva. De reles figurante, a equipe centro americana passa a classificada por antecipação deixando, de antemão, dois campeões mundiais de fora. O primeiro é a Inglaterra, que ainda periga apanhar de novo da mesma Costa Rica.

Porque uma coisa é vencer o Uruguai que, apesar de ter chegado às semis em 2014, carrega o fardo de dois títulos mundiais nas costas em uma época que o mundo era outro mundo. Ninguém, em sã consciência, olha para esse time do Uruguai e o aponta como favorito a coisa alguma. Sempre se evoca a mística, a garra uruguaia para defender seus feitos. Eu mesmo fiz isso ao tentar explicar o triunfo sobre a Inglaterra (veja aqui).

Outra é dobrar a Itália, tetra campeã mundial, sendo que o título mais recente saiu na Copa retrasada, em 2006. A Itália, especialista em montar defesas indevassáveis que passam sufoco para depois vencer com muito esforço no final. Mas, também, uma Itália diferente, conduzida por Cesare Prandelli a jogar no ataque com bom toque de bola como fazem seleções contemporâneas como Espanha e Alemanha.

Não deu certo ontem. Não que jogasse bem a Costa Rica. Ou, por outra, jogou bem, sim, mas é aquele negócio de time bem montado, acertadinho que marca bem e sai pra jogar. Não tem, essa Costa Rica, um craque sequer. O melhor jogador deles é Campbell, que ontem não esteve bem e foi substituído. O que confere à Costa Rica o papel de zebra com mais firmeza do que se pudéssemos apontar três ou quatro bons de bola em sua equipe.

E por que não venceu a Itália? Por que não jogou bem e seus craques não resolveram. Nem Balotelli, que perdeu dois gols, nem o retrô Pirlo em possíveis cobranças de falta. Não me falem do calor que lembro como Roberto Badggio, sob um sol escaldante, conduziu uma fraca Itália à final da Copa de 1994. Tem que correr mais minha gente, tem que suar sangue nesse calorão. E fica uma pergunta a Prandelli: onde está Immobile, que arrebentou contra o Fluminense?

Depois, foi o passeio da França. Em futebol, sempre que ouvimos a palavra Suíça lembramos defesas bem armadas, ferrolhos históricos e até recentes, como o da Copa de 2006, que jogou quatro partidas sem levar um único gol até ser eliminado, nas oitavas de final, pela Ucrânia. Dessa vez, não. O time Suíço é formado por uma geração que já foi campeã do mundo, em 2009, na categoria sub 17. É um time que joga e deixa jogar e convenceu a FIFA a ser uma das cabeças de chave no sorteio dos grupos.

A França, no entanto, não quis saber desse blábláblá, e, lá pelos 20 minutos, já estava dois a zero e com um pênalti perdido duas vezes no mesmo lance, na cobrança de Benzema e do rebote bisonho de Cabaye. Benzema – diga-se – está com dificuldade de ter gols validados nessa Copa. Contra Honduras, fez um e o juiz anotou como “contra de goleiro”. Ontem, além de perder o pênalti, marcou um golaço no final, mas o juizão – infeliz – havia encerrado o jogo segundos antes, com a França no ataque. Mesmo assim, nessa que promete ser a Copa dos artilheiros, Benzema já tem três tentos anotados em sua caderneta.

Partindo para cima, os franceses, quase sempre em contra-ataques, atropelaram uma defesa que positivamente não estava em um bom dia. Tivesse o técnico suíço Odvan e Júnior Baiano no banco e os teria posto em campo. Benzema é o craque do time. Recuado no início, consagrou quem passava ao seu lado, incluindo o grandalhão Girou que – acredite – sabe jogar com os pés. Como centroavante, Benzema fez dois gols pra valer um.

O gostoso dessa Copa é que, enquanto era atropelada, a Suíça ia para cima. Os atacantes de vermelho perderam várias chances e continuaram tentando, sem cessar até conseguirem dois gols depois dos 36 do segundo tempo. E olha que o segundo, de Xhaka, pegando de primeira, foi um golaço. Mesmo nos minutos finais, as duas equipes queriam mais e fizeram por merecer um placar de cinco a dois, digno de Copas dos anos 1950 para trás. Assim é a Copa no Brasil.

Tanto que o jogo de fundo entre Equador e Honduras, duas das equipes que mais batem no futebol mundial, teve lá sua graça, com Enner Valencia decidindo para os sul americanos. O jogo marcou a estreia das redes da Arena da Baixada, que sofreu com o zero a zero de Irã e Nigéria em sua estreia. Honduras já está fora e até dá vontade de torcer pelo Equador, mas para se classificar, a equipe teria que fazer um resultado melhor sobre a embalada França do que o da Suíça sobre esta mesma Honduras. É, não vai dar.

Até a próxima que Salvador é a terra das goleadas!

Resultados de 20/6/2014
Itália 0 x 1 Costa Rica
Suíça 2 x 5 França
Honduras 1 x 2 Equador

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