Juntos de novo: BNegão e Marcelo D2, com o baterista Pedro Garcia no fundo

Acabou agora há pouco, depois de meia-noite desta quarta, o show que marcou a reunião do Planet Hemp. O grupo, que já há algum tempo vem ensaiando, foi a principal atração da festa que comemorou os 20 anos da MTV no Brasil, evento fechado que reuniu cerca de 5 mil pessoas no Pier Mauá, no Rio de Janeiro. Em quase meia hora no palco, o grupo superou as expectativas e tocou seis músicas, cobrindo os três álbuns lançados entre 1995 e 2000 – a previsão inicial era de que três músicas fossem apresentadas. Esse foi o primeiro show do grupo desde 2004, quando o Planet comemorou aniversário de dez anos dentro do Festival Humaitá Pra Peixe, no Canecão, no Rio.

Marcelo D2 foi o primeiro a aparecer no palco, depois do sem número de atrações que prestigiaram a festa da emissora. Ele e BNegão – que nos últimos tempos andaram trocando farpas na mídia – falavam com o público enquanto os ajustes técnicos eram providenciados. Embora D2 seja o único a ter carreira sólida no mainstream, todos mostraram que não estão parados. BNegão como artista solo e no Turbo Trio, entre ouros projetos; Formigão como ícone underground que mostrou o dedo médio ao ser apresentado; Pedro Garcia, o Pedrinho, hoje no Rockz, mas que foi zoado por D2 ao ser apresentado como Bacalhau, o baterista da formação original; Zé Gonzalez, que quase não participou por problemas técnicos; e o discreto guitarrista Rafael, ostentando uma cabeleira daquelas. Só Black Alien não apareceu.

Não poderia ser com outra música senão com “Legalize Já” a volta do grupo. Foi a senha para o pula-pula geral. “Parece minha festa de 15 anos”, gritou D2, mostrando que, assim com os demais, estava se divertindo. Enquanto parte da banda ia começar “Stab”, Marcelo acabou apontando para “DIG DIG DIG (Hempa)”, que saiu meio que no improviso, mas fez todo o público de abastados cantar em uníssono esse verdadeiro hino do maconheiro de plantão. Aí, sim, tudo pareceu ajustado para “Stab”, cuja letra tem tudo a ver com a véspera da eleição. “Seus Amigos”, composta pelo grupo hardcore Serial Killer, contemporâneo do Planet, serve como “espanta playboy” na imensa roda que se forma embaixo do palco. “Mantenha o Respeito” era para ser a última, mas D2 sugere mais uma. É assim que Zé Gonzalez solta a base de “Queimando Tudo” e o público vem à baixo como se fosse a última ponta, ops, a última vez.

Para quem disse que tocaria só três músicas, o repertório do show com o dobro revela que o grupo anda ensaiando para mais do que uma apresentação festiva. Embora Marcelo D2 afirme, usando a conta pessoal do twitter, que não haverá turnê, nos bastidores o empresário (dele, da Pitty e do Planet), Marcello Lobatto, trabalha no sentido contrário. “Agora mesmo estava lá dentro negociando seis meses de shows”, disse Lobatto, de passagem por este repórter, vindo do camarim. Além dos cinco shows que promete realizar, conforme declarado anteriormente, o empresário aposta numa verdadeira turnê de retorno, começando pelo Circo Voador, em dezembro. Podem aguardar.

Além do Planet Hemp, a comemoração de vinte anos da MTV contou com outros artistas, habitués da emissora, cada um tocando uma música. Entre eles, se destacaram Os Paralamas do Sucesso; Skank; Pitty com Marcelo Gross, do Cachorro Grande; Jorge Ben com Caetano Veloso e Andreas Kisser, do Sepultura; Fernanda Abreu; Otto com Fred 04 e Jorge Du Peixe; Mallu Magalhães com George Israel; e Roberto Frejat, entre outros.

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