Robôa
Com sonoridade alçada dos anos 80, cantora St. Vincent abusa de bases, arranjos e coreografias, mas revela musicalidade rala. Fotos: Daniel Croce.

A cantora St. Vincent com a guitarra à tiracolo: muitos efeitos e bases eletrônicas, mas pouca musicalidade
O som tem forte inspiração no EBM oitentista, em que pese as incursões de guitarra de Vincent, que em poucas vezes conseguem duelar com a maçaroca sonora imposta pela banda. Por vezes, são dois teclados/sintetizadores e uma bateria eletrônica abafando tudo. O excesso de bases, efeitos e arranjos acabam ofuscando a musicalidade do show em si: quase não se percebe melodias, composições fortes e mesmo a canção. Até a voz da cantora, que deveria ter certo destaque, também recebe generosa capa de efeitos a ponto de não se entender direito o que se passa no palco. De olhos fechados, o incauto no meio da plateia, na maior parte do tempo, imaginaria uma pista de dança, não uma banda em cima de um palco.
Não por acaso o primeiro momento de destaque do show acontece em “Rattlesnake”, na primeira investida de Vincent em um arrojado solo de guitarra. A performance também chama a atenção pela coreografia robótica das meninas, e isso tudo somado rende aplausos de um público com muito boa vontade, mesmo sendo formado, em sua maioria, por fãs do Led Zeppelin. Sabendo disso, a cantara, esperta, praticamente entra muda e sai calada. Mas é em “Huey Newton”, outra das novas, que a fórmula funciona pra valer, até porque a base do tecladista Daniel Mintseris é um achado pop e dessa vez Yasuda dobra a guitarra com St. Vincent, resultando em mais aplausos da plateia.As coreografias na última música, em que as meninas se alternam na frente e atrás no palco, chamam a atenção e mostram como o show, à sua maneira, tem um crescente planejado que – de fato – dá frutos. É “Birth In Reverse”, o single de sucesso do disco novo, que revela que muita gente já conhece a banda, a julgar pela cantoria ali na fila do gargarejo. Nos menos de 40 minutos de bola rolando, o show convence, sobretudo como peça de entretenimento em um lugar fechado. Para um festival como o Lollapalooza, a cantora vai precisar mostrar mais. No desenrolar de sua carreira, também. Mais conteúdo e musicalidade; menos entorno e efeitos.
Set list completo:1- Bring Me Your Loves
2- Digital Witness
3- Cruel
4- Rattlesnake
5- Marrow
6- Cheerleader
7- Huey Newton
8- Regret
9- Birth in Reverse
Tags desse texto: St. Vincent
Troquem o crítico, por favor!
Atenção: o texto acima possui 98% de opinião pessoal!
O mundo evoluiu, as coisas mudaram. A música não pára no tempo, sua visão poderia ser mais aberta e informada.
“Musicalidade rala” - Você está muito equivocado!
“De cara percebe-se a tonelada de arranjos eletrônicos despejados na música” - Isso é indie rock, vocês espera o que?
“poucas vezes conseguem duelar com a maçaroca” - mais um grande equívoco! Ela é reconhecida justamente por ser uma excelente guitarrista.
“Lollapalooza, a cantora vai precisar mostrar mais” - O show dela é um dos mais esperados.
Você não fez a lição de casa. Coloca sua visão pessoal e desdenha de uma excelente cantora em ascensão.
Você só está criticando a pessoa que ganhou o Grammy de melhor álbum alternativo desbancando o Jack White! Simples assim…
Falta de informação e opinião pessoal em críticas me deixam inquieta!
Que esbregue da Ana, hein…
Não conheço a Santa Vicente, mas tanto você como o Barcinski:
Já St. Vincent não é a minha praia, mas o show foi bom, apesar de alguns excessos performáticos à Dudu Bertolini (precisa fingir que desmaia e depois se jogar na plateia com bandeira do Brasil? Todo o street cred indie da moça foi pro saco naquele minuto).
“Fiquei surpreso com o climão retrô tecnopop anos 80, com direito a palco geométrico e a Annie Clark de penteado à Kelly Le Brock em “Mulher Nota Mil”. O som parecia a Bjork cantando no Tears for Fears. E quantas mil vezes será que ela viu “Purple Rain” pra imitar os trejeitos de Prince tocando guitarra?”