Palco ficou pequeno
Mal escalado em espaço secundário do Rock In Rio, Sepultura transborda peso em apresentação distante do padrão metálico. Fotos divulgação: Bruno de Lima (1 e 2) e Thelma Vidales (3).
Todo mundo sabia que o show, com a participação do grupo francês Tambours du Bronx, seria algo diferente, mas o repertório acabou mostrando certa indecisão, ou, com olhos menos práticos, ousadia. O set list se dividiu entre a) mostrar músicas do disco novo do Sepultura, “Kairos”; b) deixar os convidados tocar músicas próprias; c) tocar cover; e d) emendar os clássicos do grupo, que era o que todo mundo ali, incluindo visitantes de outras cidades do Brasil, que nem sempre conseguem ver o Sepultura ao vivo, queria.
O Tambours du Bronx é composto por 15 percussionistas com tocos de madeira nas mãos que sentam o braço, sem dó, em latões desses quem antes eram usados para recolher lixo. Dois deles ficam nas laterais do palco, num praticável mais alto, com elementos metálicos. Distribuídos lado a lado no palco, num arco, a performance deles, além de um barulho sinistro, tem forte apelo visual, com o bater dos braços coreografado pelas batidas ritmadas. “Sozinhos”, eles tocam uma música que serve de introdução para “Refuse/Resist”, que causa delírio no público. O casamento percussão é muito bem resolvido, sem deixar o peso metálico ausente ante a tanta batucada. A potente voz de Derrick Green e o espancamento de tambores promovido por Jean Dolabella também não ficam atrás, sinal de que a espera valeu a pena.O show dá uma esfriada em “Sepulnation”, numa versão difícil de ser reconhecida, e numa sequência de músicas de “Kairos”, disco que, ao que parece, ainda não está rodando na vitrola dos fãs. Em “Relentless”, Andreas Kisser mostra grande forma. “We’ve Lost You”, do subestimado disco “A-Lex”, ganha realce com os tambores marcando a cadência da música. O Tambours du Bronx toca duas músicas deles, “Requiem” e “Fever”, e no final “Firestarter”, excelente versão do Prodigy, “Territory” e “Roots Bloody Roots” detonam a fúria contida pelo púbico. Nessa última, Mike Patton, que assistia ao show do lado do palco, é convocado para gritar o refrão, e as rodas de agitação vão parar lá no meio da fila do hambúrguer. O lugar ficou pequeno para o Sepultura.
Set list completo:1- Mixture
2- Refuse/Resist
3- Sepulnation
4- Kairos
5- Relentless
6- Structure violence
7- Requiem
8- We’ve Lost You
9- Fever
10- Firestarter
11- Territory
12- Roots Bloody Roots
Saiba mais:
Tags desse texto: Rock In Rio, Sepultura
O melhor show da noite em minha opinião!
Pra mim, esse foi o melhor show do festival, ao lado do Mondo Cane.
Melhor show do Sunset disparado, e segundo melhor show do festival só fica atrás de Metallica, na minha opinião.
Mas também eles tiveram o dobro de tempo do Sepultura, e o palco mundo com som e estrutura melhor.
Sepultura, não aceite mais tocar no palco Sunset, mesmo que tenha sido escolha de vocês, quem acaba saindo prejudicado são os fãs.