Animação total
Com vocalista carismático e músicas colantes, The Struts enlouquece público vespertino no domingão do Lollapalooza. Fotos Divulgação Lollapalooza: Camila Cara (1, 3 e 4) e MRossi (2).
Porque, repita-se, Spiller tem o dom de comandar as multidões, ainda mais em uma banda que, mesmo associada ao cenário indie britânico, abraça o hard rock sem medo de se feliz e com canções das mais colantes, repletas de refrães cantaroláveis que emplacam na cabeça do incauto menos familiarizado. De início, a plateia está toda no modo espera para o Greta Van Fleet (veja como foi), sensação do momento e que tocaria logo em seguida, ao entardecer. Mas não foi preciso nem chegar na metade do show para todo mundo se ver pulando, cantando, rodando braço pra lá e pra cá a cada movimento, a cada riff. A impagável “Primadonna Like Me” (tente não cantar os versos “Do you wanna? Do-do you wanna”) já começa com o guitarrista Adam Slack on fire, traz os integrantes para a beirada do palco e faz todo mundo cantar alucinadamente, em aula de como se abrir um show de rock.
Curiosamente, o Struts foi uma das últimas atrações a serem confirmadas, e, diferentemente de outros nomes, que tocaram na Argentina e no Chile, veio só para o Lolla brasileiro, em apresentação única na América Latina. E Luke Spiller não iria perder a oportunidade de fincar bandeira por aqui. Não mesmo. Em “In Love With a Camera”, uma das melhores composições do quarteto, ele segura bem as vocalizações mais agudas sem desafinar, e o público marca o ritmo com palmas como se a música fosse tocada em tudo o que é canto aqui nesse Brasil varonil. De um modo pouco explícito, Spiller remete à figura de Freddie Mercury, ainda mais quando se senta ao teclado para tocar “One Night Only”, um single de 2017 nem sempre incluído nos shows. A música tem roupagem épica e o fato de o vocalista estar sentado não diminui o pique da apresentação.Nem por isso – pela semelhança com Mercury - entra no set “Don’t Stop Me Now”, do Queen, e o cover da vez é acertada versão para “Dancing In The Dark”, de Bruce Springsteen, revelando em leque mais ampliado de referências e realçando um belo solo de Slack. É ele a outra metade que emblematiza a banda, mais com riffs bem marcados do que em solos aloprados que muitas vezes caracterizam grupos associados ao hard rock. Os de “Kiss This”, que não demora para instalar um ótimo cantarolar na plateia, e “Where Did She Go”, mais discreto, mas não menos colante, são não só convincentes, mas corroboram o plano de dominação interativa de Spiller. Em “Put Your Money in Me”, o vocalista recria um “oh, yeah!” da versão do álbum para a plateia cantar como backing vocal, o que faz a música, que não é do rol das mais cativantes, parecer melhor do que já é.
Com mais ou menos uma hora de palco, os inglesinhos – completam a banda o baixista Jed Elliott e o baterista Gethin Davies - estão com as bochechas rosadas e com o fôlego ofegante, mas paira a sensação de que tá valendo à pena, inclusive do lado de cá da palco principal do Lollapalooza. É com “Could Have Been Me”, outra de tonalidades épicas e associada à grandiloquência dos rock setentista, hit do álbum de estreia, “Everybody Wants” (2014), que a banda se despede. Luke Spiller recolhe a tal bandeira do Brasil estilizada e sai com a certeza de que a volta ao País não deve demorar. E o público também está certo de que ele sabe mesmo se divertir em cima de um palco, e – o melhor – espalhar essa vibração pra todo mundo. Porque, se não for assim, o hard rock do Struts não vale mesmo à pena.Set list completo:
1- Primadonna Like Me
2- Body Talks
3- Kiss This
4- In Love With a Camera
5- Fire (Part 1)
6- Dirty Sexy Money
7- One Night Only
8- Dancing in the Dark
9- Put Your Money on Me
10- Where Did She Go
11- Could Have Been Me
Tags desse texto: Lollapalooza, The Struts
Marionetes de publicitários que decidiram armar uma pseudo banda de rock. Na boa. A ideia rolou depois de verem o filme do Queen.
Conheço essa banda há mais de dois anos, o show deles não foi nenhuma novidade do que eles já fazem nos outros shows pelo mundo a fora. Luke brilha e ofusca a visão dos haters porque ele é sensacional no palco. O Joe, do Def Leppard, já disse e eu concordo plenamente, uma das melhores bandas atuais, músicas contagiantes e que trazem uma aura de esperança. Ao amigo Beto Aquino, cara você ta muito enganado, o filme “Bohemian Rhapsody” saiu há poucos meses e os Struts ja existem há 5 anos, o “EveryBody Talks” saiu bem antes do filme e os maiores hits são desse álbum, e agora tem o “Young and Dangerous”, que tambem é um exemplar disco. Tão com tudo.