Bola é Bola Mesmo

O brilho da América do Sul

Argentina e Brasil encabeçam lista de favoritos para a Copa 2018, que começa hoje na Rússia. Foto: Reprodução.

copa18logoCopa do Mundo só ganha quem já ganhou. Eis aí a mais absolutas das certezas. Ganha também, por vezes, quem é o país sede, e está mais perto de vencer quem chegou muito perto, quem sempre rondou a cobiçada taça. Depois, ao elencarmos esses quesitos, vem a sorte, e, por último, o time. Sim, meus amigos, se o time é ou não bom é coisa secundária. Ou, por outra, nem isso, mas o último dos critérios, na falta de uma palavra melhor, que uso aqui para apontar favoritos e vencedores para a Copa 2018, que começa hoje, na hora do almoço, na Rússia.

Porque, se time fosse decisivo, ganharia sempre o melhor, e exemplos é que não faltam do contrário. Em 54 o esquadrão era o húngaro, mas venceu a Alemanha. Em 82, o melhor time era o Brasil, e deu Itália, depois de se classificar no saldo de gols com três empates na fase de grupos. Em 74, o carrossel holandês que encantou o mundo perdeu para a Alemanha, em 2010 o terrível time de armandinhos da Espanha venceu e a Alemanha de 14 - 7 a 1 a parte -, nem era tão boa assim. Senão não teria empatado a duras penas com Gana, sofrido parar se classificar conta a Argélia, nem tomado sufoco da Argentina de Messi, só vencendo na prorrogação.

E também por isso – só ganha quem já ganhou - estão concentrados em apenas oito mãos todas as 20 Copas já disputadas, em diferentes épocas e fórmulas de disputa. E só o trio de ferro Brasil, Alemanha e Itália têm 13 dessas 20, o que já coloca essas três sempre com favoritas. Acontece que a Itália dançou nas eliminatórias e está fora, de modo que Brasil e Alemanha despontam, em princípio, como as principais favoritas, seguidas, no quesito tradição, pela ordem, por Argentina, Uruguai, Inglaterra, França e Espanha. Argentina e França brilham também no grupo de quem chegou perto, que teria a Holanda, caso não tivesse sido parada nas eliminatórias.

Em princípio, a sorte se dá no sorteio, que, sabemos todos, sempre sofre certa manipulação, sobretudo para ajudar os anfitriões que botam a grana na coisa toda. Mesmo assim, vamos descartar a Rússia de cara, olhando inclusive para a falta de tradição – é um país jovem, afinal -, e por ter um time ruim pacas, que não ganha há uma pá de tempo. Se chegar às oitavas, tá no lucro e parabéns pela organização e pela acolhida.

E aí o Uruguai, o que mais precisava de sorte, se dá mal, com chances de pegar Espanha nas oitavas, França na quartas e Brasil nas semis. Somando-se o fato da escassez de jogadores e consequentemente de bons jogadores, e de a tradição não pesar tanto já que não ganha nada desde 1950, quando o futebol era outro, está fora. A Argentina, sim, deu sorte, e se não der mole, tem um caminho relativamente tranquilo até a s semis e ganha muito em favoritismo. E o Brasil também só deve pegar cachorro grande nas quartas, assim como a Alemanha, França e Espanha. Essas duas últimas, inclusive, uma pode matar a outra nas quartas. E a Inglaterra, como de hábito, cai diante do Brasil, mas não vamos bater o martelo ainda.

Falando de equipes, sem ficar no muro, a França de Pogba tira a Espanha e seus terríveis tocadores de bola nas quartas de final, e a Inglaterra, apesar da boa geração de jogadores, dá trabalho, mas não passa pelo Brasil, também nas quartas. O time da Alemanha, que já não era bom em 14, passa por renovação e – ainda tem mais essa – dificilmente uma mesma seleção vence duas Copas seguidas, exceção feita ao Brasil de 58/62 e à Itália de 34/38, em outros tempos. Pela sorte na tabela, Argentina, Brasil e França pintam como as favoritas. O que pega para a Argentina é o técnico Prof. Pardal, que pode colocar tudo a perder de um minuto a outro. Ao mesmo tempo, pontua em todo aspectos: tradição, fator quase ganhou em 14, sorte e - ainda por cima - time, incluindo o Preá Messi, “só” cinco vezes melhor do mundo.

Ainda de olho na tabela, aparece, dessa forma, Brasil x França numa semifinal e Argentina x alguém na outra. Esse alguém, caso Alemanha caia antes, e é o que pode acontecer, entra em cena a seleção surpresa que quase toda Copa apresenta entre as quatro semifinalistas. Como Croácia em 1998, Bulgária em 1994, Turquia/Coréia do Sul em 2002, e Portugal em 1966 e 2006, só para ficarmos em alguns exemplos. Dessa vez aparecem como candidatas a Bélgica e sua geração destacada – quem sabe eliminando a Alemanha -; Portugal, talvez eliminando a Argentina em um sensacional duelo Cristiano Ronaldo x Messi; ou – vai saber – as improváveis Colômbia e Polônia. Para – reforça-se – chegar entre os quatro como surpresa. Eis, então, o resumo de vencedores da Copa 2018:

1-Argentina
2-Brasil
3-França
4-Bélgica/Portugal/Polônia/Alemanha

O leitor que chegou até aqui pode achar graça, desdenhar e optar por desqualificar esse que vos escreve. Mas não é de hoje que faço – e publico – esse tipo de análise, com razoável percentual de acerto. Em 2014 não poderia prever o 7 a 1, mas acertei três dos quatro semifinalistas; antecipei vitória do Brasil em 1994 e a também a eliminação em 1998; acertei ao apontar a Itália como uma das três para levar o título de 2006. Nessa cobertura de ao menos um texto por dia, não espere só as análises técnicas/táticas que a grande mídia mostra, mas uniformes, hinos e um monte de tralhas, em posts sem data ou hora para ir ao ar. Bem-vindos de volta.

Até a próxima que agora é só colocar a cerveja pra gelar!

Leia as colunas sobre os dois jogos do Brasil na preparação para a Copa:

É o craque quem decide

O Brasil do segundo tempo

Tags desse texto:

Comentário

Seja o primeiro a comentar!

Deixe o seu comentário

Seu email não será divulgado