Bola é Bola Mesmo

A Copa do Mundo é nossa

Todos os critérios para prever quem vai vencer a Copa do Mundo desse ano apontam o Brasil como o único a triunfar

logocopa14Nunca foi tão fácil fazer a previsão sobre quem vai ser o campeão de uma Copa do Mundo. Por diversos caminhos, não tem erro: dá Brasil e ponto final. Mas vamos ao exercício. Primeiro, vem a tradição, resumida na frase “só ganha quem já ganhou”, que nos leva a resumir as 32 seleções postulantes ao título aos oito times que venceram os 19 mundiais, pela ordem: Brasil (5), Itália (4), Alemanha (3), Uruguai (2), Argentina (2), Inglaterra, França e Espanha. A ordem, por sinal, fala por si. Outro critério que aponta para a Seleção Brasileira é o favoritismo de quem joga em casa, não só por causa da torcida, mas por conta da arbitragem que sempre foi – por definição – caseira. Só isso explica, por exemplo, o avanço da Coréia do Sul ao terceiro lugar em 2002.

Voltando um pouco no tempo, mas não tanto assim, vamos lembrar quem do lado de cá do Atlântico, jamais um europeu venceu. E que, do lado de lá, só um das três Américas levantou a taça, justamente o Brasil, em 1958, na Suécia. Embora corrobore o favoritismo para o Brasil, a constatação embute a afirmação de que, se não vencermos, ganha um sul americano - deixemos a Concacaf de lado. Sobrepondo os critérios, Argentina ou Uruguai são os candidatos a estragara nossa festa. Fica o registro de que nas únicas Copas fora da Europa ou das Américas, deu o inesperado: Brasil em 2002 no Japão/Coréia do Sul e Espanha na África do Sul. E diga-se que o Uruguai só entra nessa por respeito ao fantasma de 1950 e pelo fato de, no chaveamento da tabela, a Celeste provavelmente cair, assim como a Argentina, do lado oposto ao do Brasil. Ou seja, eles se matam lá pra ver quem pega o Brasil do lado de cá. Vale a ressalva que a Espanha não vence, concomitante mente porque, à exceção do Brasilzão de 1958/1962 e da Itália em 1934/1938, em priscas eras, ninguém ganha duas Copas seguidas.

Até na última análise, a que menos importa, que é o time, por critérios técnicos, o Brasil está incrivelmente na frente. E começando pela duplinha Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira. Não é preciso gostar deles para reconhecer que são os mais preparados para arrumar o Brasil para ganhar uma Copa em casa. Eu, por exemplo, sempre destetei Felipão o seu jeito meio estúpido de ser, mas é assim que ele sabe treinar. E, não sei se os amigos repararam, ele nunca esteve numa fase tão paz e amor como agora. Parreira, de seu lado, já foi a uma pá de Copas do Mundo e ganhou e perdeu ocupando vários cargos e várias seleções, incluindo – claro – a brasileira em 1970 e 1994. Pois foram eles que montaram o time vencedor da Copa das Confederações, o mesmo que estreia nesta quinta, em São Paulo.

Há aqueles que afirmam que a Copa do Mundo é completamente diferente, e que, nas duas últimas Copas, o Brasil vinha de título nas Copas das Confederações anteriores e não levou a taça, no que eu concordo, mas rebato: se Felipão não tivesse montado o time, seria melhor? Claro que não. De repente, rapidamente, pouco tempo após a saída de Mano Menezes, o Brasil se vê com um time no mínimo em igualdade de condições com a Alemanha e sua inédita geração de craques; a cansada Espanha e seu horripilante toque de bola; o verdadeiro coletivo de craques liderados por um Messi que precisa mostrar serviço em sua terceira Copa; e bem mais forte que a imprevisível Itália, que, jogando pra frente, promete ser menos Itália – mas sempre Itália - que nunca. Com a bola rolando, o resto não é páreo para o Brasil.

Mas há, sim, em Copas do Mundo, surpresas, que - via de regra – não interferem no resultado final. Como a Bulgária nas semis em 1994, a Croácia em 1998, Coréia/Turquia em 2002, Portugal em 2006 e – vá lá – o Uruguai em 2010. Dessa vez – e não sou eu que está dizendo -, leio a torto e a direito que a tal surpresa cabe às seleções de Bélgica e Chile, com Gana correndo por fora. Da Bélgica se fala bem porque tem jogador belga em tudo o que é time nas ligas europeias; do Chile espera-se maluquices ofensivas de um técnico da escola de “El Loco” Marcelo Bielsa, o tal Jorge Sampaoli, queridinho da crônica brasileira; e de Gana, uma espécie de compensação do destino pela eliminação nas quartas de 2010, com direito a defesa de atacante e de pênalti perdido, quem não se lembra?

De olho no chaveamento, com o Chile o sorteio foi cruel ao colocá-lo no grupo de Espanha e Holanda, e o máximo que eles vão fazer é eliminar uma das duas para facilitar as coisas para o Brasil. À Bélgica cabe se esforçar para tirar a Argentina do caminho do Brasil e confirmar-se como azarão perdendo nas semifinais. E Gana, meus amigos, Gana é Gana, não vai arrumar nadica de nada, talvez nem passe da primeira fase, em um grupo com Alemanha e Portugal. Ainda olhando para a tabela, é a Colômbia que pode chegar a uma da semis, com um pouco de sorte e se conseguir passar, ao menos, por um campeão do mundo. De modo que, no resumo das previsões, as semifinais ficam mais ou menos assim:

1- Brasil
2- Argentina/Uruguai
3- Alemanha
4- Bélgica/Colômbia/Gana/Chile

O leitor que chegou até aqui pode achar graça, desdenhar e optar por desqualificar esse que vos escreve. Mas não é de hoje faço – e publico – esse tipo de análise, com razoável percentual de acerto. Antecipei, por exemplo, a vitória do Brasil em 1994 e a respectiva eliminação em 1998; acertei ao apontar a Itália como uma das três para papar o título de 2006; e errei feio ao dizer que a Argentina seria campeã em 2010, só para citar aquilo que lembro de cabeça. Mas não espere só frias análises técnicas/táticas. Vamos falar de uniformes, hinos, coberturas da nossa inefável mídia esportiva – ou não – e sobre um monte de tralhas, em posts sem data ou hora para ir ao ar. Bem-vindos de volta.

Até a próxima e vê se começa logo a Copa do Mundo do Brasil!

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