O Homem Baile

Loucura

Rock do Cachorro Grande contagia o público na segunda noite do Festival Casarão, em Porto Velho. Foto: Douglas Diógenes/Divulgação.

cachorrocasarao12“Porto Velho, vocês são uma loucura!” Foi assim que o vocalista Beto Bruno definiu a empolgação do público em resposta à apresentação matadora que encerrou a segunda noite do Festival Casarão, ontem, na casa de shows Move Light, em Porto Velho, Rondônia. O local, uma boate onde se toca música de gosto duvidoso, foi invadida sem cerimônia pelo rock do Cachorro Grande, que, em cerca de hora e meia, se impôs como uma das bandas mais representativas do rock nacional, independente ou não.

Sabiamente, o repertório do início do show foi modificado, com a retirada de algumas músicas do novo álbum, “Baixo Augusta”, e a concentração de grandes sucessos. Você pode não ter se dado conta, mas o Cachorro Grande já tem 13 anos de estrada, seis discos e um punhado de hits consagrados ao longo dessa trajetória. Foi assim, com quatro deles - “Você Não Sabe o Que Perdeu”, “Hey Amigo!”, “Conflitos Existenciais” e “Que Loucura!” – que o quinteto apresentou o cartão de visitas, concentrando um alucinado séquito de fãs na beirada do palco. Foi em “Que Loucura!” que Beto Bruno soltou a pérola, e Marcelo Gross começou a colocar as manguinhas de fora. Durante a noite, ele iria debulhar a guitarra com citações a vários ícones do rock, de Who a Led Zeppelin, passando por Rolling Stones. Tá bom pra você?

Não que fosse preciso. Com a guitarra em punho e inspirado, Gross é capaz de façanhas que só o rock pode explicar. O grupo é ensaiadinho e combina/modifica tudo durante o show, mas o guitarrista, por vezes, parece ter vida própria, indo atrás da intuição, movido pelo próprio rock. É o que explica, por exemplo, a improvisação geral de “Baixo Augusta”, uma das novas, com riff matador; os solos sobre solos de “A Hora do Brasil”, que tem um dos melhores desfechos do set, com direito a “duelo” com Beto Bruno e sua guitarra errante; e na engraçada “Deixa Fudê”, cantada pelo baixista Rodolfo Krieger. Uma das facetas que o grupo consolidou durante os anos é a participação de todos os integrantes, incluindo o piano do bem penteado Pedro Pelotas, que canta trechos de músicas, e a bateria à Keith Moon de Gabriel Azambuja, que ontem não chegou a cantar.

O público se esbaldou. Fosse aproveitando a proximidade do palco de altura acanhada para tocar – literalmente – nas guitarras de Gross, ou cantando na ponta da língua, todas as letras, de cor e salteado, não houve música que passasse despercebida. Nem das novas, nem em resgates como o da boa “Lili”, aquela que cita Greta Garbo, gravada no primeiro álbum. A boa notícia foi dada por Marcelo Gross: o DVD com o show dessa turnê, gravado no mítico Circo Voador, no Rio, deve chegar às lojas em dois meses. Uma loucura, para quem, como Pete Townshend e Roger Daltrey, ops, Beto Bruno e Marcelo Gross, prefere morrer a ficar velho. Ao menos foi o que eles disseram no encerramento, com “My Generation”. Rock!

Set list completo
1- Você Não sabe o Que Perdeu
2- Hey Amigo!
3- Conflitos Existenciais
4- Que Loucura!
5- Difícil de Segurar
6- Tudo Vai Mudar
7- Deixa Fudê
8- Roda Gigante
9- Baixo Augusta
10- Lili
11- A Hora do Brasil
12- A Alegria Voltou
13- Bom Brasileiro
14- Cinema
15- Sinceramente
16- Lunático
17- Sexperienced
Bis
18- Dia Perfeito
19- My Generation

Marcos Bragatto viajou à Porto Velho à convite da produção do Festival Casarão.

Veja também: como foi a primeira noite

O Festival Casarão segue hoje e vai até sábado. Saiba mais aqui.

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Comentários enviados

Existem 3 comentários nesse texto.
  1. Adelvan em setembro 7, 2012 às 15:52
    #1

    Porto Velho é longe pra caramba …

  2. Andressa Bitencourt em setembro 8, 2012 às 21:14
    #2

    Só de pensar que eu morava lá e não tinha show legal.

  3. Aline em setembro 10, 2012 às 3:44
    #3

    O show foi foda. Adorei e eles arrebentaram.

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