O Homem Baile

Iluminada

Em performance inesquecível, Tarja Turunen supera apagão e encerra turnê com público empolgado, no Rio. Texto: Julia Bragatto / Fotos: Daniel Crocce.

Depois de fechar a turnê do último álbum, no Rio de Janeiro, Tarja Turunen não queria deixar o palco

Depois de fechar a turnê do último álbum, no Rio de Janeiro, Tarja Turunen não queria deixar o palco

No último show da turnê do álbum “What Lies Beneath”, no Rio de Janeiro, Tarja Turunen fez bonito no palco do Vivo Rio, no úlimo domingo (8/4). É a segunda vez que a cantora sai em turnê com o mesmo disco, opção arriscada para quem está em carreira solo há pouco tempo. O show repete a fórmula da turnê anterior (veja como foi no Rio), mas altera o repertório, dando novo gás ao espetáculo. Apesar dos problemas técnicos do início, a musa do metal se mostrou confiante, com a voz potente, a banda afinada, e, como sempre, esbanjando simpatia.

Mike Terrana também faz seu show particular

Mike Terrana também faz seu show particular

O show começou problemático. Já com meia hora de atraso e com um público muito menor do que a capacidade do local, na introdução da primeira música faltou energia, deixando os fãs no escuro, e – pior - no silêncio. Da platéia se viam lanternas andando pelo palco, agitadas. Por duas vezes os fãs chamaram por Tarja, e quando as luzes de emergência se acenderam, o público vaiou. Por sorte, em 15 minutos os problemas técnicos foram resolvidos e o show recomeçou, com a bola toda.

Tirante esse imprevisto, o show começou bem. O espetáculo abriu com “Anteroom of Death”, primeira música de “What Lies Beneath”. De trás de um véu que cobria todo o palco, e com uma máscara de chifres que projetava sombras macabras, Tarja cantou empolgada por estar no Rio de novo em tão pouco tempo. O véu só caiu ao fim da música, levantando uma salva de gritos da platéia. Os fãs animados cantaram junto do início ao fim, embora a música, apesar de encorpada, não parecia ser um hit do CD.

Com 15 minutos de show, um buquê de rosas surgue da platéia, e, a partir daí, os presentes não param mais. Bonecas, bichinhos e coelhos de pelúcia são entregues diversas vezes até o fim da noite, mostrando um público apaixonado pela figura carismática da cantora, não só pelas músicas. Na arquibancada superior, um grupo de Minas trazia uma faixa com escritos em Suomi, língua materna da vocalista, dizendo “Nós te amamos”. Com enorme gratidão, Tarja recolheu e guardou todos os presentes ao longo do show, e, quando viu a faixa, mandou um beijo especial para o grupo.

Tarja e a habitual simpatia que cativa os fãs

Tarja e a habitual simpatia que cativa os fãs

No set list do Rio foi incluida a balada “Naiad”, cuja letra contém o título da turnê, “What Lies Beneath”, mas foi pouco acompanhada pelo público. A música seguinte foi “Falling Awake”, um dos hits pesados do CD, que animou a plateia, especialmente por ser seguido de “I Walk Alone”, maior sucesso do disco anterior, “My Winter Storm”. Os fãs vibraram, cantando as duas músicas do início ao fim, sempre fazendo o símbolo do metal com as mãos no ar. É assim que acaba o primeiro bloco do show, e o público é deixado na companhia do performático baterista Mike Terrana, enquanto a musa troca de roupa.

Tarja volta poderosa de tomara-que-caia, com a música “Little Lies”, com o coro de fãs ensaiado ao fundo. Em seguida, introduz uma canção nova, “Into the Sun”, que estará no proximo disco. É bastante aplaudida, mas o público se anima mesmo com a seguinte, “Bless the Child”. Essa é a única inserção do material do Nightwish em toda a noite, mostrando que o show se sustenta com composições próprias, e não com a fama conquistada no passado. O hit é seguido pelo momento fraco do show, um medley acústico com baladas dos dois CDs, em que o público só acompanha na última, “I Feel Imortal”, com Tarja no teclado. O medley tem pedaços cantados em espanhol, além de um segundo violoncelo, tocado por Christian Kretschmar, que ao longo do show assume o teclado, mas isso não é suficiente para agitar o público. O momento é seguido por mais uma música nova, “Never Enough”, tambem prometida para o próximo disco, e o show se encerra com “In for a Kill”, essa sim acompanhada do início ao fim pelos fãs.

Luzes sobre a Tarja Turunen, enfim

Luzes sobre a Tarja Turunen, enfim

No bis, Tarja retorna com outro figurino cantando “Over the Hills and Far Away”, cover de Gary Moore eternizado por ela no Nightwish. Toca ainda “Die Alive”, antes de apresentar a banda e encerrar definitivamente o show e a turnê com o hit “Until My Last Breath”. No grupo, dois integrantes novos em relação a turnê anterior: Alex Scholpp, na guitarra, e Kevin Chown, no baixo, que interagiu bastante com o público ao longo do show, chegando a passar o baixo perto da platéia e deixando alguns felizardos tocarem no instrumento.

No final, por quase mais 10 minutos a rainha do metal permanenceu no palco, emocionada com o fim da turnê e agradecendo e elogiando o público fiel. Na despedida, prometeu voltar ao país em breve com o novo álbum, nem que fosse dentro do Rock in Rio. Ao fim do show, a falha técnica ocorrida no início já estava perdoada, e o espaço, apesar de muito grande para o tamanho do público, foi bem ocupado pelos fãs empolgados, que deram conta de, junto com a banda, agitar todo o local, tornando o show inesquecível, nas palavras da própria Tarja.

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Comentários enviados

Existem 2 comentários nesse texto.
  1. Lucas Lohengrin em abril 11, 2012 às 21:19
    #1

    Tarja foi realmente incrível, deu um show de carisma e talento. Espero que volte em breve mesmo…

    Só uma correção: não há nenhuma musica chamada “What Lies Beneath”, provavelmente, estão se referindo à canção “Naiad”

  2. Marcos Bragatto em abril 12, 2012 às 8:24
    #2

    Corrigido, obrigado!

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