O Homem Baile

Bom arsenal

Cedo demais, Versalle mostra repertório com um punhado de músicas colantes no domingão do Lollapalooza. Foto: Ale Frata/Divulgação T4F.

versallelolla16Fazer parte de uma grande gravadora é bom para cavar vaga em grandes festivais, mas é preciso meter a cara para tocar durante a tarde, em horários ingratos, quando o público ainda está chegando. Foi o que aconteceu com o Versalle no domingão do Lollapalooza. Para uma plateia que caberia nos lugares em que está acostumado a tocar, o grupo encarou tudo com muita disposição e com – o melhor – um punhado de músicas candidatas a hits, sobretudo com o amparo da rede de TV que lhe dá projeção nacional, distante da carreira insipiente, porém promissora, lá em Porto Velho, capital de Rondônia.

Tanto que hoje o grupo, com três quartos da formação original, que data de 2009, está num estágio bem mais evoluído, e, no palco, toca com muito mais pegada do que antes, ainda mais para quem sempre flertou com o desânimo indie. Assim, “Marte”, a música que abre o show, se revela um indie pop que cresce muito do meio para o final, como que concebida com essa missão. “Avante”, a segunda, já emplaca um cantarolar antes mesmo de o vocalista/guitarrista Criston Lucas (foto) começar a cantar. Sua voz grave é um diferencial para a banda, que sabe ser soturna, com um ouvido no pós punk, mas com os olhos no presente. Ademais, as variações vocais dão várias possibilidades para o quarteto, de acordo com a vocação de cada música.

Por vezes dramático, noutras triste, o Versalle também mostra que o Los Hermanos não passou batido por eles, como sugere a apenas razoável “Verde Mansidão”, que, contudo, não destoa do repertório. A que parece mais legal na tarde de sol brando é “Modelo Adequado”, de refrão colante, que conquista parte da plateia. A canção é espaço fértil para o guitarrista Rômulo Pacífico, cujas texturas ocupam toda a canção, deitar e rolar na parte final. Outras que não ficam atrás são “Eu Não Consigo Mudar”, mais pesada, também com bom refrão e um forte arremate instrumental, e “Dúvidas”, mais uma vez por conta da engenhosidade do guitarrista, que arquiteta uma bela cama harmônica em toda a música. O final com “Mente Cheia”, o hit deles, mostra uma banda que abraçou o rock de verdade, sem deixar de lado a pureza indie que lhe é peculiar. Go, Versalle, go!

Set list completo:

1- Marte
2- Avante
3- Sem Hesitar
4- Verde Mansidão
5- O Que Fazer
6- Vinte Graus
7- Modelo Adequado
8- A Saudade É O Que Eu Não Quero
9- Prezado Coração
10- Eu Não Consigo Mudar
11- Dúvidas
12- Mente Cheia

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Comentários enviados

Existem 2 comentários nesse texto.
  1. Nely em março 17, 2016 às 23:30
    #1

    Gostei muito da matéria, os meninos merecem.

  2. Augusto Branco em março 19, 2016 às 18:58
    #2

    Show de bola! O Rock brasileiro vive cada vez mais forte com bandas como a Versalle!

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