O Homem Baile

Tenso

The Baggios supera falta de energia, vê público crescer e faz boa abertura no Palco Principal do Lollapalooza. Foto: Mila Maluhy/Divulgação T4F.

thebaggioslolla16Estava tudo pronto para começar o show do The Baggios no Lollapalooza. Palco montado, som passado, músicos tomando uma cachacinha e outra antes do meio-dia, público se amontoando na beirada do palco principal. Quando, súbito, a bomba: acabou a energia! É o show de abertura do sábado (12/3), simplesmente o início do festival e não pagaram a conta de luz logo no palco principal? Da plateia, se ouve o primeiro show do palco com piso de bica corrida, porque o som, sim, vaza de um palco para o outro, apesar das distâncias continentais entre eles. E agora, o que será feito? Cancelar o Baggios? Cortar o show de cada um das bandas subsequentes? E a hora de pegar o trem no limite, na volta?

Momentos de tensão que se apagaram depois de cerca de meia hora, quando o duo sergipano entrou no palco e teve o direito de fazer o show no tempo incialmente planejado, 45 minutos. Foi o bastante para o fósforo ser aceso, e, a bem da verdade, até melhor, porque, nessa meia horinha de atraso, mais gente passou pelas catracas do Lolla. Mesmo assim, foi sintomático o início com os versos “As coisas não tão dando certo pra mim, mas não vou desistir”, da ótima “O Azar Me Consome”. Deram, sim, pessoal. Tanto que, conhecendo ou não o grupo, muita gente vibrou com as guitarras (é uminha só, mas parece muitas) de sotaque retrô de Júlio Andrade, mas devidamente atualizadas, com uma baldeação no agreste nordestino.

Como se sabe (leia a resenha do show do Rio, mais completo), o duo está se convertendo em trio com a entrada do tecladista Rafael Ramos, da Coutto Orchestra, outra revelação de Sergipe, que também é o encarregado de produzir as músicas novas. Entre elas, entraram no repertório “Sangue e Lama”, que fala ao mesmo tempo de duas tragédias quase simultâneas, de Mariana e de Paris; e “Desapracatado”, com o usual linguajar regional que o Baggios adora. Musicalmente, o grupo não se intimidou com o palcão do Lolla, soube usar o telão com belas imagens e teve boa qualidade de som. A formação exígua, contudo, deu um ar “paradão” que não condiz com o que as músicas propõem. Ainda assim, foi uma bela abertura na soalheira danada do meio-dia.

Set list completo:

1- O Azar Me Consome
2- Blues do Aperreio
3- Sem Condição
4- Hard Times
5- Desapracatado (Salomé em Fuga)
6- Salomé me Disse
7- Alex San Drino
8- Sangue e Lama
9- Esturra Leão
10- Saruê
11- Candangos Bar/Pegando Punga

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