Recompensa
Show curto do Bring Me The Horizon é correspondido com a fidelidade de fãs da nova geração do hardcore/metal. Fotos: Nem Queiroz.
Oliver Sykes, sua boa voz e o catálogo de tatuagens que carrega no corpo, tem muito a ver com tudo o que acontece. Mesmo consagrado com mais de 10 anos de sucesso com sua banda, é do tipo pastor que comanda ovelhas: manda sentar, abrir roda de dança, cantar, pular, prender e soltar. Não precisa, Oli, a música faz isso por si só. Talvez seja uma forma de superar a timidez que subtrai as luzes enviadas ao palco, de modo que os numerosos integrantes são iluminados apenas por trás, onde um vistoso telão de led é a única fonte de iluminação. E não serve para mais nada, uma vez que, subutilizado, exibe apenas imagens pueris, sem sentido algum, nada que tenha a ver com as músicas em si, e com trechos das letras das músicas para o pessoal cantar, como se fosse necessário. Não é, não, Oli.
A turnê é do álbum “That’s the Spirit”, que saiu em setembro, mas o grupo tem o cuidado de inserir o mesmo número de músicas (meia dúzia) do anterior, “Sempiternal”, de 2013, e que catapultou a banda, via público e crítica, para o primeiro time do rock lá no Hemisfério Norte, e, por consequência, aqui embaixo também. Ou seja, o repertório “das antigas”, nesse caso, não é tão relevante, ainda mais para um show curtíssimo para uma banda jovem e já com cinco bolachas no currículo, que pouco passa dos 70 minutinhos. O tal sucesso se materializa quando, muitas vezes a custa de efeitos eletrônicos, a aproximação ao pop descartável é inevitável, o que funciona em um mundo dominado pela farra dos ecléticos.Por isso a trocadilhante “Go to Hell, for Heaven’s Sake”, a despeito de um bom trabalho de guitarras e de um refrão grudento, faz o público pular como em uma micareta sem noção. O que se repete também em “Throne”, que desperta um cantarolar maçante bem no início, e que tem, também, um ótimo refrão. As duas músicas, entretanto, são provas irrefutáveis de que, a despeito da embalagem hardcore/metal com clichês repetidos a torto e a direito, há, sim, boas composições que explicam o bem querer por parte do público e dos fãs por esse mundão. O que não se pode dizer exatamente de “Can You Feel My Heart”, cuja inserções eletrônicas passam do ponto. Junto com “Follow You”, que a antecede, forma de longe o pior momento do show, em que pese o preparo para o encerramento com “Antivist”, essa sim, com tudo no seu lugar e de grande capacidade mobilizadora, pelos motivos certos.
Como o show é curto e o set list (veja no final do texto) dificilmente muda, a sensação de enfastio paira no palco. Não é o caso de Oliver, que se diverte o tempo todo, nem do tecladista multifuncional Jordan Fish, mas o desânimo do baterista Matt Nicholls é flagrante, até para saudar a plateia, e os demais, estáticos, soam como não estivessem ali. Ou, por outra, esperando a hora de bater o ponto e se mandar. Outras músicas legais no show são “The House Of Wolves”, uma porrada na qual se salienta o caráter híbrido do som do BMTH, turbinada pelo disparo de “vapor” sobre o público; e “Happy Song”, que de feliz nada tem, com o público soletrando “spirit” em uníssono, como na versão de estúdio da música.Na abertura, o Carahter, de Belo Horizonte, fez um ótimo show. O som pesado e arrastado do grupo, com dois guitarristas técnicos e interessados em desenvolver texturas minimalistas, pouco tem a ver com o do Bring Me The Horizon, mas a plateia se divertiu mesmo assim. Sem muita conversa (taí um segredo para bandas de abertura), o vocalista Renato vomitou caco de tijolo sobre o público em sete músicas, todas dotadas de certa inventividade, sem abrir mão do peso indispensável ao gênero. Talvez isso explique a camiseta do Dillinger Escape Plan envergada pelo baterista Pudi, e a garra de um dos guitarristas que teve que se livrar de um surto de dengue antes de ir para o show. Valeu o esforço!
Set list completo Bring Me The Horizon:1- Doomed
2- Happy Song
3- Go to Hell, for Heaven’s Sake
4- The House of Wolves
5- Chelsea Smile
6- Throne
7- Shadow Moses
8- Sleepwalking
9- True Friends
10- Follow You
11- Can You Feel My Heart
12- Antivist
Bis
13- Blessed With a Curse
14- Drown
Tags desse texto: Bring Me The Horizon, Carahter
I’m sorry, mas quem escreveu essa matéria está totalmente preso no que é antigo e no tipo “pesado” de musica. Se você quer ser colunista ou trabalhar com música, abra a sua mente e depois conversamos. Achei ridículo, por exemplo, citar “Follow You” como o momento chato do show, pois nota-se claramente que quem escreveu isso tem a mente fechada para música, e chamar de chato o momento “baladinha” de qualquer show é falta de profissionalismo, pois toda banda tem que ter isso. Abraços e melhorem!
E isso foi só um exemplo, porque claramente há outros pontos negativos de quem escreveu o texto, carregado de má vontade.
PS: Não sou fã mimizento dessa banda.