Imagem é Tudo

Megadeth
Countdown to Extinction Live

(Universal)

megadethcountdownliveNove entre dez fãs do Megadeth seguramente apontam o álbum “Rust in Peace”, lançado em 1990, como o melhor da carreira do grupo, mas é “Countdown to Extinction”, de 1992, o mais bem sucedido. Só nos Estados Unidos as vendas ultrapassaram os dois milhões de cópias, sendo que o álbum atingiu o segundo lugar na parada americana, a melhor colocação de um disco do grupo, e foi indicado ao Grammy como “Melhor Performance de Metal”. Motivos de sobra para o Megadeth fazer uma turnê de comemoração de 20 anos de aniversário, e registrar um dos shows em DVD, como já havia feito, aliás, com o próprio “Rust In Peace” dois anos antes.

O giro, contudo, não foi dos maiores. Foram 32 datas, incluindo uma no Brasil, em São Paulo, em setembro de 2012, no Via Funchal. O DVD foi gravado na penúltima delas, no tradicional Fox Theater, na Califórnia, local cuja capacidade é de apenas duas mil pessoas. Ou seja, um evento “íntimo”, somente para fãs do grupo. Da formação que gravou “Countdown…”, considerada a “clássica” do Megadeth, restam o chefão Dave Mustaine e o baixista Dave Ellefson. Mas o guitarrista Chris Broderick e o baterista Shawn Drover cumprem muito bem o papel, nos lugares de, respectivamente, Marty Friedman e Nick Menza.

Mustaine usa o mesmo artifício dos shows da turnê de 20 anos de “Rust In Peace” (veja como foi o show no Brasil), tocando a íntegra do disco no meio do show, com músicas do repertório regular antes e depois, o que incluiu até “Public Enemy No 1”, do álbum “Thirteen”, lançado cerca de um mês antes. “Há 20 anos nós gravamos esse álbum, ‘Countdown to Extinction’, vocês ouviram esse disco? Pois agora nós vamos tocar ele todinho, do início a fim, ouçam com cuidado!”, brada Mustaine, ao anunciar o que levou o público ao local do show. A produção do DVD é modesta: poucas câmeras, a maioria diretamente apontada para o palco, com poucos closes e imagens do público em si. Também não há extras ou bônus de qualquer espécie.

A rigor, nem precisava mesmo. O palco mantém a estrutura dos shows mais recentes do Megadeth, assim como na abertura para o Black Sabbath (veja como foi no Rio), com um telão no fundo do palco e outros dois, um de cada lado da bateria. Eles exibem trechos de videoclipes da época e imagens preparadas especialmente para esta turnê comemorativa. O desafio é levar todas as músicas do repertório – não só os sucessos – ao gosto do público, e a tarefa é facilitada pelo fato de as músicas mais conhecidas estarem salteadas entre as menos famosas. Assim, a ótima “This Was My Life” ganha realce entre os petardos “Sweating Bullets” e “Countdown to Extinction”, duas das que permanecem no set list regular dos shows do Megadeth até os dias de hoje.

A vantagem é que o público está na mão do grupo, de modo que todos cantam quase tudo, não só clássicos como “Symphony Of Destruction”, mas até mesmo obscuridades do naipe de “Captive Honour”, que tem bela performance de Chris Broderick, e a difícil “Foreclosure Of a Dream”. Mas era a época de ouro do thrash metal, e o que não faltam são músicas representativas do gênero, com trechos cadenciados se alternando a outros velozes, e muita distorção, ambiente ideal para a bateção de cabeça desenfreada. É o que acontece em todo o show do DVD, em que pese um intuitivo exercício de memória no reconhecimento de cada uma das 11 músicas do álbum aniversariante. E, sim, não tinha como faltar “Peace Sells”, com a entrada do mascote Vic Rattlehead, e “Holy Wars… The Punishment Due”, do “Rust In Peace”, no encerramento.

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