O Homem Baile

Chateado

Korn reclama do público, se salva tocando cover com convidados do Sepultura e termina show mais cedo no Monsters Of Rock. Fotos Divulgação XYZ: Stephen Solon.

O vocalista Jonathan Davis não se relacionou bem com o público e a ainda saiu do palco mais cedo

O vocalista Jonathan Davis não se relacionou bem com o público e a ainda saiu do palco mais cedo

A coisa nem estava indo tão mal assim. O Korn no palco do Monsters of Rock neste sábado (19/10), mostrando algumas músicas do disco novo, “The Paradigm Shift”, recém-lançado, quando o vocalista Jonathan Davis desandou a reclamar da quietude da plateia. Para ele, o público deveria agitar mais do que vinha fazendo. Na segunda vez em que reclamou, Davis perdeu a paciência e apelou: chamou ao palco Derrick Green e Andreas Kisser, respectivamente vocalista e guitarrista do Sepultura, e todos tocaram “Roots Bloody Roots”, o maior hit dos brasileiros em todos os tempos. Resultado: uma agitação dos diabos, com várias rodas de pogo se abrindo e todo mundo cantando junto.

É claro que a participação dos sepulturas já estava acertada independente do que acontecesse no palco, mas de onde vinha tamanha insatisfação do vocalista do Korn? O repertório, além das três músicas novas, é bem representativo da carreira da banda, com – grosso modo – uma música de cada um dos álbuns lançados. No palco, está de volta o guitarrista Brian “Head” Welch, que ficou um bocado de tempo fora, o que não é nada, não é nada, é um “plus a mais” no sempre agitado show do Korn. O próprio Davis, com uns quilinhos a menos, e livre daquele microfone estilizado, fazia bem a sua parte, se movimentando mais pelo palco.

Filho pródigo: o guitarrusta Brian 'Head' Welch está de volta ao Korn depois de um tempão fora

Filho pródigo: o guitarrusta Brian 'Head' Welch está de volta ao Korn depois de um tempão fora

Parecia, em princípio, que o descontentamento era só por causa das músicas novas inseridas no set, uma bobagem por parte da plateia. Se “Never Never” já é bem conhecida e muita gente acompanhou, de outro lado “Love & Meth”, que tem clipe recém-lançado, e a groveada “Prey For Me” passaram como ilustres desconhecidas. Registre-se, também, que o show anterior, do antipático, mas guitarreiro Limp Bizkit havia enlouquecido o público, e que, no fundo, no fundo, boa parte da plateia estava ali à espera dos nove mascarados de Iowa, incluindo muitos gaiatos fantasiados iguaizinhos, com máscaras, macacões e tudo. Será que é isso que irritava Jonathan Davies?

O fato é que, diante do Slipknot, o Korn se apequenou. Nos anos 1990, a ordem dos fatores alteraria, sim, o produto, com o Korn como headliner. E, ainda, enquanto o Slipknot se livra a cada dia das amarras do nu-metal (veja como foi o show), o Korn, antagonicamente, depois de atirar para tudo o que é lado, busca o reencontro com suas raízes. Por isso, o jeito com que o grupo toca as músicas, mesmo as conhecidas como “Freak on a Leash” ou “Falling Away From Me”, não empolgam o público. Os arranjos mais, digamos, grooveados; as inserções eletrônicas desastradas – há um tecladista no palco -, como em “Coming Undone”, por exemplo; e um modo sem pressão de tocar, enfim, deixam o público um tanto desinteressado.

Hed, o baixista Reginald 'Fiealdy' Arvizu e Jonathan Davis na beirada do palco do Monsters Of Rock

Hed, o baixista Reginald 'Fiealdy' Arvizu e Jonathan Davis na beirada do palco do Monsters Of Rock

Mas a situação do reclamão Davis fica pior quando ele é flagrado por uma câmera e aparece no telão recebendo uma máscara com uma boa dose de oxigênio, em “Here to Stay”. Isso, sim, deve chatear o vocalista, que mal passa das 40 primaveras. Talvez por isso o grupo tenha aberto mão de tocar por todos os 75 minutos a que tinha direto, deixando para trás mais umas três músicas do repertório que tem sido tocado nessa turnê. Talvez por isso mesmo o hit do Sepultura tenha oxigenado um pouco show, por todas as circunstâncias envolvidas, fadado a não ser tão bom quanto em outras épocas. Mas também não precisa ficar fulo da vida, né Jonathan?

Set List completo:

1- Blind
2- Twist
3- Falling Away from Me
4- Love & Meth
5- Narcissistic Cannibal
6- Coming Undone
7- Prey For Me
8- Shoots and Ladders/Somebody Someone
9- Never Never
10- Here to Stay
11- Y’All Want a Single
12- Roots Bloody Roots
13- Got the Life
14- Freak on a Leash

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Comentários enviados

Existem 7 comentários nesse texto.
  1. Jonathan em outubro 21, 2013 às 8:47
    #1

    Concordo com você em relação as músicas novas, ninguém conhecia mesmo. O Jonathan Davis sempre usou máscara de oxigênio devido seu problema de asma, além de que essa coisa de reclamar do público é apenas um “teatrinho” que ele vem realizando ao longo dos shows da turnê. E sobre as músicas antigas o público onde eu estava pelo menos, parecia estar bem animado.

  2. Erick em outubro 22, 2013 às 0:29
    #2

    Eu estava praticamente a grade central do palco e o público ali estava delirando de tanta empolgação. Não sei como ficou a transmissão, mas ao contrário do que vocês estão falando, eu curti muito o show.

  3. Fernando em outubro 22, 2013 às 12:49
    #3

    Eu estava próximo ao palco e sinceramente todo mundo estava empolgado pra caramba, claro que nas músicas novas, menos, mas nada que justifique dizer que estavam desinteressados.

  4. Adriel em outubro 24, 2013 às 16:53
    #4

    Sei que lá da grade o show foi perfeito, e dava pra perceber que a maior parte do público estava empolgado, as músicas novas são muito boas ao vivo, especialmente ‘Love & Meth’

  5. Grazielle Zamuner em novembro 9, 2013 às 18:10
    #5

    Não sei o que ele tanto esperava, porque eu estava bem próxima, e a galera estava empolgada, sim, deliravam a cada música que eles tocavam. O show do Limp Bizkit foi surpreendente, ninguém esperava que seria tão bom, tão agitado! Aí, depois de um dia inteiro num sol escaldante, pulando e dançando como loucos depois do show do LB, entra o Korn. A única explicação que vejo pra essa reclamação dele, é que apesar da galera curtir e muito, ele achou que seria como foi o LB, e não foi. Além das músicas do Korn serem menos agitadas, a galera (que não é besta), estava tentando poupar um mínimo de energia par o tão esperado show da noite: Slipknot!

  6. cairo diego em novembro 10, 2013 às 1:18
    #6

    Cara, que matéria ridícula. Para você falar do Korn tem que saber o que está falando. Só quem curte sabe a pira pelo o que eu vi. Você não flagra nada e nem foi ao show, os caras destruíram, foi muito melhor que o show do Slipknot. E outra é Jonathan Davis.

  7. Magno Dias em outubro 21, 2014 às 2:45
    #7

    Estava nesse show e não foi nada disso que aconteceu. O público não parava de gritar e pular. Cada música que acabava o povo gritava o nome da banda. Tirando o Slipknot, o Korn foi a banda que mais agitou a galera. Será que vocês estavam nesse show mesmo?

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