Baixista descarta retorno do Creedence original
Stu Cook, que volta ao Brasil em março com o Creedence Clearwater Revisited, nem quer ouvir falar da volta de John Fogerty, autor de todas as músicas. Fotos: Divulgação (1 e 3) e Luciano Oliveira (2).
Ele, Doug “Cosmo” Clifford, John Tristao (vocal e guitarra base), Kurt Griffey (guitarra solo, que entrou no ano passado) e Steve Gunner (teclados, harmônica e percussão), voltam ao Brasil em março, para uma turnê que passa por seis cidades, atendendo pelo nome de Creedence Clearwater Revisited. O projeto, criado como brincdeira, só para manter o legado do grupo original, tocando em pequenos bares no interior dos Estados Unidos, foi muito além do que se esperava. “Estamos entrando no 18o ano em 2012″, conta Cook. “Tem sido uma experiência incrível, que nós nunca imaginamos que fosse acontecer. O ‘Revisited’ tocou mais de mil vezes em mais de 30 países, para mais de um milhão de fãs”, contabiliza. “Fazemos mais de 75 shows por ano”. Só no Rio, está já é a terceira vez do grupo, sempre com casa lotada.
Nesses 17 anos, o grupo só lançou um único álbum, “Recollection”, em 1997, justamente uma coletânea de momentos gravados ao vivo e - pasmem- jamais gravou sequer um DVD/Blu-ray. “Nunca foi nossa intenção acrescentar nada ao repertório original do Creedence. Podemos fazer novas gravações ao vivo, e esperamos ter um DVD no futuro, mas essa não é a prioridade”, diz o baixista. O negócio deles é tocar.
Convenhamos que uma banda que não compõe, não lança discos e não renova o próprio repertório estaria fadada ao fracasso, mas não é esse o caso do Creedence Clearwater Revisited. E se isso acontece é porque o grupo tem um punhado de canções consagradas as quais as pessoas simplesmente não se cansam de ouvir. Ocorre que esse repertório é praticamente todo de autoria de John Fogerty, daí a esperança dos fãs mais dedicados em ver o grupo reunido outra vez. Só no álbum “Recolletion”, que é basicamente o repertório do “Revisited” até hoje, das 22 faixas do CD duplo, 18 são de Fogerty e as outras quatro são covers. Quando Stu Cook e Cosmo anunciaram a criação do “Revisited”, muita gente torceu o nariz, mas o shows não param de lotar.Curiosamente, John Fogerty veio ao Brasl com sua banda solo no ano passado (veja como foi), mas não conseguiu a mesma lotação que o “Revisited” teve nas duas oportunidades em que esteve no Rio. Perguntado se, depois de o público carioca ter visto o show com o compositor original das músicas, ele irá exigir mais do “Revisited”, Stu Cook foi lacônico: “talvez o público vá é exigir dele uma performance melhor”. Golaço, Stu, mas não seria mais legar ter o Fogerty à frente da banda, já que ele é o autor das músicas (tenta o repórter)? “Estamos muito felizes com a formação atual do grupo”. Fim de discussão.
O Creedence Clearwater Revival existiu entre 1967 e 1972, período em que lançou sete álbuns e obteve grande sucesso com ao menos três deles: “Green River” (1969), “Willy and the Poor Boys” (1969) e “Cosmo’s Factory” (1970). A formação original tinha John Fogerty (vocal e guitarra), Tom Fogerty (guitarra), Stu Cook (baixo) e Doug Clifford (bateria). Com o fim do grupo, John Fogerty iniciou uma carreira solo, sempre vivendo dos hits do CCR. Seu irmão Tom, que saiu do grupo antes do fim, também teve uma carreira, até o falecimento, em 1990. Stu Cook e Cosmo nada fizeram até montar o Creedence Clearwater Revisited em 1995. Clique aqui para ver os detalhes da turnê brasileira, que acontece em março.
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Pela entrevista nota-se um jogo de ego, mas paciência.