O Homem Baile

Mantendo o legado

Em show marcado pela emoção, ex-integrantes da Legião Urbana tocam clássicos do grupo com orquestra no início da segunda semana do Rock In Rio. Fotos: Luciano Oliveira.

Dado Villa-Lobos toca o cancioneiro da Legião Urbana junto com a Orquestra Sinfônica Brasileira

Dado Villa-Lobos toca o cancioneiro da Legião Urbana junto com a Orquestra Sinfônica Brasileira

Terminou agora há pouco o show que marcou a abertura da segunda semana do Rock In Rio. Assim como na semana passada, quando Titãs e Paralamas fizeram, juntos, uma apresentação nostálgica, dessa vez o alvo das homenagens foi Renato Russo e a Legião Urbana. No palco, uma banda formada pelos ex-integrantes Dado Villa-Lobos (guitarra) e Marcelo Bonfá (bateria) foi acompanhada pela Orquestra Sinfônica Brasileira e recebeu vários vocalistas. Vídeos antigos com a Legião e Renato Russo foram exibidos no telão, causando comoção numa plateia.

Marcelo Bonfá senta a mão: melhor como baterista

Marcelo Bonfá senta a mão: melhor como baterista

No início, a orquestra, regida pelo maestro Roberto Minczuck, tocou um meddley de pouco mais de dez minutos, com vários temas da Legião, em versões instrumentais que eram acompanhadas pela plateia, incluindo “Eduardo e Mônica”, “Ainda é Cedo” e “Que País é Este”. Depois, os cantores começaram a se revezar. Coube a Tony Platão a interpretação mais emocionada da noite, para “Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto”. Visivelmente emocionado, Platão ainda homenageou o líder do Cólera, Redson, que faleceu ontem. “Pela paz em todo mundo, vai com Deus, Redson! Renato, recebe ele aí que depois a gente chega”, disse o cantor, se referindo a um dos grandes sucessos do Cólera.

Antes, Rogério Flausino abriu os trabalhos cantando duas em seguida: “Tempo Perdido” e “Quase Sem Querer”. O vocalista do Jota Quest nem precisava interpretar os trejeitos de Renato Russo, já que tinha a plateia nas mãos. Desnecessário. Mais discreta, Pitty, estranha no ninho, mandou bem em “Índios”, uma das músicas mais difíceis de cantar, por conta de uma métrica quase marcial. Ruim mesmo foi Marcelo Bonfá, que se arriscou em “Teatro dos Vampiros”, deixando claro porque sua carreira solo, em que canta e toca guitarra, nunca deslanchou. Herbert Vianna entrou em “Será”, que seria desnecessariamente repetida no bis, e Dinho, o mais aplaudido, por conta da identificação do Capital Inicial com o público mais jovem, fez uma emocionante versão para “Por Enquanto”, famosa na voz de Cássia Eller. “Pais e Filhos” é a música cantada por todos juntos, no final, com a letra sendo exibida no telão, como se fosse preciso.

Tony Platão: melhor interpretação da noite

Tony Platão: melhor interpretação da noite

Há os que reprovam homenagens desse tipo, citando inclusive a aversão que Renato tinha por festivais de grande porte, mas é preciso preservar o legado. Ver o cancioneiro da Legião interpretado por uma orquestra sinfônica, simultaneamente aos dois terços remanescentes da banda, não deixa de ser uma forma riquíssima de manter a chama acesa. Ademais, absolutamente todas as músicas foram cantadas pelo público, dos mais velhos, passando pelos que viveram a época, até os mais novos. Os arranjos orquestrais só valorizaram as músicas realçando partes com instrumentos específicos, como xilofone e violinos. O que não precisava era Dado e Bonfá incluir na banda um pimpolho cada um, mas nem tudo pode ser perfeito.

Set list completo:

Medley Orquestra
1- Eduardo e Mônica
2- Faroeste Cabloco
3- Ainda é Cedo
4- Que País é Este
5- Há Tempos
6- Geração Coca-cola
Banda
1-Tempo perdido
2- Quase Sem Querer
3- Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto
4- Índios
5- Teatro dos Vampiros
6- Será
7- Por Enquanto
8- Pais e Filhos
9- Será

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Comentários enviados

Apenas 1 comentários nesse texto.
  1. Sandra Bragatto em setembro 30, 2011 às 10:07
    #1

    Unbana Legio Omnia Vincit!

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