Clássico contemporâneo
No Solid Rock, Black Star Riders aproveita o pouco tempo para reviver o influente Thin Lizzy, mas mostra força com material próprio. Fotos: Vinícius Pereira.
O show começa com o som alto pra dedéu, coisa incomum em se tratando de bandas de abertura, e ainda que a guitarra de Morley custe a engrenar por problemas do cabo, o hard/classic rock contemporâneo do grupo logo mostra força para um público ainda chegando para ver Alice In Chains e Judas Priest (veja como foi aqui e aqui). É com “All Hell Breaks Loose”, a faixa-título do álbum de estreia, de 2013, com ótimo refrão/verso/título, que o público começa a se empolgar e cantar junto, o que se repetiria outras vezes durante o show. Warwick toca guitarra quase o tempo todo e se mostra um vocalista dos mais experientes, inclusive na interação com o público. Sua credencial mais forte, contudo, é cantar como se fosse o ícone maior do Thin Lizzy, Phil Lynott, morto precocemente em 1986, de modo a preencher muito bem a vaga.
Por isso mesmo o público vem abaixo nas duas músicas do grupo irlandês. Primeiro, com “Jailbreak”, com uma reprodução factível da versão original, acrescida de solos de lado a lado. Depois, já na parte final da apresentação, com “The Boys Are Back In Town”, com o som mais alto ainda e o deleite que são as twins guitars que influenciaram o metal como um todo, incluindo Iron Maiden e o próprio Judas Priest. Explica-se que Gorham, 67, é o único remanescente do Thin Lizzy, e que Luke Morley, guitarrista do Thunder, é substituto eventual enquanto Christian Martucci (Stone Sour) não assume o posto que era de Damon Johnson, agora se dedicando a carreira solo. Completam essa formação o baixista Robbie Crane, que já foi do Ratt, e o batera Chad Szeliga (Black Label Society). Ou seja, ninguém é bobo em cima desse palco.É de “All Hell Breaks Loose” a maior parte das músicas do repertório, embora a banda esteja no terceiro disco, “Heavy Fire”, lançado ano passado. “Heavy Fire” – a música – é outro dos destaques da noite, com uma linha melódica introdutória e um riff marcante que permeia toda a canção e desencadeia um bater de cabeça quase involuntário por parte da plateia. São boas também “Kingdown of the Lost”, espécie e hino épico irlandês que faz lembrar o guitarrista Gary Moore, outro que passou pelo Thin Lizzy, e “When Night Comes In”, com ótima pegada do rock clássico estradeiro. Uma pena que o tempo é tão curto e são tantas músicas do Thin Lizzy (imaginem “Whiskey In The Jar”?) e ainda ficam de fora as ótimas “Hey Judas” – pecado máximo – e “Finest Hour”. Ou seja, eis aí outra banda para se ver um show inteirinho.
Set list completo:1- Bloodshot
2- All Hell Breaks Loose
3- Jailbreak
4- The Killer Instinct
5- Heavy Fire
6- Before the War
7- When the Night Comes In
8- The Boys Are Back in Town
9- Kingdom of the Lost
10- Bound for Glory
Tags desse texto: Black Star Riders, Solid Rock, Thin Lizzy