O Homem Baile

Ampliou

Com novo disco pra mostrar, Far From Alaska aproveita para conquistar novos fãs na abertura para a Pitty. Foto: Adriana Vieira.

farfromalaskapitty18Se o público dos shows da Pitty tem mudado, coisa fácil de notar depois de um razoável hiato no Rio, difícil saber o que esperar da reação ante ao Far From Alaska, uma das bandas mais bem sucedidas do recente rock nacional. Da indiferença em um início de show com problemas na equalização de som, ao apoio de boa parte no final, uma horinha depois, o grupo se saiu muito bem, em um show com ênfase nas músicas do álbum mais recente, “Unlikely”, apenas o segundo de uma carreira que só cresce, lançado no ano passado

Porque não basta ganhar aquela moral da Pitty (veja como foi), tem que subir no placo e mostrar que tem o que dizer, que o palco, mesmo esse grandão, com um telão gigante atrás, não é território inóspito, e que o púbico, qualquer que seja, tem diversão garantida antes de a atração principal colocar a casa abaixo. E de palco o FFA entende, a banda toca em tudo o que é canto e tem carreira em construção também no exterior, tudo muito por conta de composições colantes e que soam contemporâneas, e muito pela performance da vocalista Emmily Barreto, cada vez mais dona do palco.

Sonoridade que tem se ampliado nesse novo disco, realçada nas performances ao vivo de músicas como “Flamingo”, de sugestivo cantarolar, e “Monkey”, ambas flertando com o funk eletrônico. Ou no refrão deliciosamente fácil de cantar de “Pig”, mesmo ao vivo, quando por vezes o volume dos instrumentos deixa o vocal em segundo plano. Das mais conhecidas, do disco de estreia, destaca-se “Politiks”, que parece modificada a cada show, mas para a grande parte do público, que vê a banda pela primeira vez, é tudo novidade mesmo.

Nova de verdade é a ótima versão para “Iron Lion Zion”, de Bob Marley, anunciada por Cris Botarelli para que a “positividade dele nos ajude nesses dias”; e dá-lhe gritos de “ele não”, numa referência ao candidato de extrema direita. O reggae fácil se converte na sonoridade tipicamente saturada eletrônica do grupo, num dos melhores números da noite. Sem baixista, Botarelli se desdobra em mais esse instrumento em algumas músicas, o que de certa forma prejudica sua performance no palco, sobretudo nos ótimos duelos vocais com Emmily. Ter ou não te baixo em todas as músicas, eis a questão.

O desfecho da boa apresentação vem com a dobradinha “Cobra” e “Slug”, ambas no disco novo. A primeira, por ser mais conhecida – saiu como single – tem ótima adesão dos fãs, muito pelo riff encorpado pelos efeitos eletrônicos e que impulsiona até o incauto menos familiarizado com o grupo, e, a segunda, se apropria da voz robótica que brada “we are Far From Alaska”, mantendo o clima de encerramento já conhecido dos shows. Valeu muito para ampliar o alcance da banda, tocando talvez para o maior público na cidade – cerca de 5 mil pessoas. Pode botar o carimbo de aprovado que deu tudo certo.

Set list completo:

1- Another Round
2- Thievery
3- Bear
4- Flamingo
5- Politiks
6- Pig
7- Iron Lion Zion
8- Elephant
9- Monkey
10- Pizza
11- Pelican
12- Cobra
13- Slug

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