Bola é Bola Mesmo

Jogões

Oitavas de final começam com clássicos e promessas de grandes partidas também nas quartas. Foto: Divulgação FIFA.

brasil27-6-18-2Uma partida entre Argentina e Portugal em que se encarem, frente a frente, os dois maiores craques de bola do planeta. Que juntos, nos últimos 10 anos, amealharam todas a premiações de melhor jogador do mundo, cinco cada um. Valendo três pontos, nada de amistoso. E mais: valendo vaga em um semifinal de Copa do Mundo. Um desempate para ver, enfim, quem é o melhor. A chamada nega.

É o que pode acontecer a partir de hoje, nas sensacionais oitavas de final que se anunciam nessa Copa da Rússia. Ao menos de um lado da chave promete ser assim. Se não for, imagine o clássico da Bacia Cisplatina, tradicionalíssimo, entre Argentina e Uruguai, um jogo que pega fogo antes mesmo de começar. Ainda, com menos peso, a repetição da final da última Eurocopa, entre França e Portugal, com CR7, que na outra vez se machucou e saiu logo no início, em campo. Tudo isso nas quartas de final.

Vai ter pelada também por que, por mais que a Bélgica enfie uma goleada histórica, com banho de bola sobre o Japão, agora carimbado pela falta combatividade, sempre haverá quem diga que essa geração belga inda não pegou um adversário de peso pra provar ao que veio. Já provou faz tempo e segue provando, mas que, ante a um Japão terrível, a partida tem tudo para ser um saco, com os belgas no modo leniente, “fazemos gol quando queremos”, isso tem.

Do lado mais fraco da chave, tudo aponta para que a Espanha e seus armandinhos cheguem até a final, é fácil dizer. Mas de um time assim, que adora o passe e detesta fazer gol, tudo pode se esperar e nada surpreende. Passa fácil pela Rússia, que já fez o que podia como anfitriã, mas pode fraquejar diante da Croácia de Modric e Rakitic, que, de modo organizada, já sapecou um três a zero na Argentina, e não me venham culpar o Sampaoli. A Dinamarca, classificada em um jogo de compadres com a França, não será páreo para os croatas.

E a Inglaterra, com toda a sua fama de amarelar ano após ano, é, sim, uma campeã do mundo e tem uma boa geração de bons e novos jogadores, como a da Bélgica. Seu caminho rumo às semifinais, para encontrar possivelmente os espanhóis é tão tranquilo, sem nenhum rival levantador de taça, como o do Brasil de 1994. E tem como grande destaque o artilheiro Harry Kane. Como o Brasil de 1994 tinha Romário. A Colômbia? Ah, sem James Rodriguez deve amarelar mais que a camisa. Como sempre.

No equilíbrio entre Suécia e Suíça, a grande surpresa da Copa pode ser o time nórdico. A Suíça, se não é mais aquele ferrolho das décadas de 1940 e 1950, tampouco tem o time solto que encantou no Brasil na Copa passada. Mas a Suécia, vamos e venhamos, mesmo com a aposentadoria do craque Ibrahimovic, deixou Holanda e Itália pra trás nas Eliminatórias, e ficou em primeiro lugar no grupo da ex-poderosa Alemanha, lanterninha atrás de México e Coréia do Sul. Fiquem de olho nesses suecos.

México que nunca foi páreo para o Brasil, exceto em competições menores, mas que, dessa vez, conta com o fator Osório para desequilibrar. O técnico colombiano, que tem passagem pelo futebol brasileiro, quando treinou o São Paulo, é dado a invencionices que podem surpreender os brasileiros. Ou, em uma via inversa, pode decepcionar os mexicanos, com atuações escancaradamente desastradas e gols, muitos gols contra si próprio.

O técnico Tite não é bobo, já enfrentou Osório – e empatou – e tem a equipe do Brasil nas mãos, melhorando a cada jogo. Não que não possa ser surpreendido, mas tem uma defesa sólida com a zaga e o cão de guarda Casemiro jogando muito. E a equipe, diferentemente de outras alardeadas como favoritas, enfrentou desafios fortes contra Suíça e Sérvia, e uma inesperada retranca reforçada pelo paredão Navas, contra a Costa Rica.

De modo que o cenário que se anuncia não pode ser outro senão o da confiança na classificação brasileira, e sem muitos sustos, no caso do fator Osório não atuar. Ou, por outra, com sustos, sim, se o fator Osório atuar. Porque o negócio do colombiano, definitivamente, é ver o circo pegar fogo. Literalmente.

Afora resultadismos, o que mais poderá acontecer? Continuará essa sendo a Copa dos centroavantes? Será que Cristiano Ronaldo, Messi e Neymar enfim vão fazer gols em fase de mata-mata de uma Copa? Quem irá desequilibrar, o jogador box to box ou o goleador? Quais serão os dramas dos pênaltis dessa vez? E os paredões que irão classificar suas seleções? E o VAR, a grande novidade dessa Copa, o que vai aprontar? Vai começar, meus amigos, vai começar.

Até a próxima que agora quem perder volta pra casa!

Top 64 jogos da Copa 2018:
1-Portugal 3 x 3 Espanha
2- Alemanha 2 x 1 Suécia
3- Nigéria 1 x 2 Argentina
4- Argentina 0 x 3 Croácia
5- Bélgica 5 x 2 Tunísia
6- Inglaterra 6 x 1 Panamá
7- Argentina 1 x 1 Islândia
8- Alemanha 0 x 1 México
9- Irã 1 x 1 Portugal
10- Polônia 0 x 3 Colômbia
11- Bélgica 3 x 0 Panamá
12- Colômbia 1 x 2 Japão
13- Sérvia 0 x 2 Brasil
14- Brasil 2 x 0 Costa Rica
15- Coréia do Sul 2 x 0 Alemanha
16- Japão 2 x 2 Senegal
17- Espanha 2 x 2 Marrocos
18- França 1 x 0 Peru
19- México 0 x 3 Suécia
20- Uruguai 3 x 0 Rússia
21- Tunísia 1 x 2 Inglaterra
22- Islândia 1 x 2 Croácia
23- Brasil 1 x 1 Suíça
24- França 2 x 1 Austrália
25- Rússia 5 x 0 Arábia Saudita
26- Rússia 3 x 1 Egito
27- Inglaterra 0 x 1 Bélgica
28- Austrália 0 x 2 Peru
29- Coréia do Sul 1 x 2 México
30- Suíça 2 x 2 Costa Rica
31- Nigéria 2 x 0 Islândia
32- Portugal 1 x 0 Marrocos
33- Dinamarca 1 x 1 Austrália
34- Sérvia 1 x 2 Suíça
35- Suécia 1 x 0 Coréia do Sul
36- Senegal 0 x 1 Colômbia
37- Costa Rica 0 x 1 Sérvia
38- Polônia 1 x 2 Senegal
39- Egito 0 x 1 Uruguai
40- Panamá 1 x 2 Tunísia
41- Uruguai 1 x 0 Arábia Saudita
42- Peru 0 x 1 Dinamarca
43- Irã 0 x 1 Espanha
44- Japão 0 x 1 Polônia
45- Croácia 2 x 0 Nigéria
46- Arábia Saudita 2 x 1 Egito
47- Marrocos 0 x 1 Irã
48- Dinamarca 0 x 0 França

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