Fazendo História

Confissões de uma trintona solteira

Texto sobre o filme “O diário de Bridget Jones”, exibido na TV por assinatura em abril de 2003. Publicado dentro da coluna “Cinema na TV”, da Tribuna da Imprensa. Foto: Reprodução.

diariobridgetDizem que o ciclo astrológico da vida do der humano se completa a cada 29 anos. Verdade ou mentira, é depois dos trinta que os homens solteiros e convictos começam a procurar razões para ainda estarem nessa condição. E dá-lhe viagens ao passado para poder entender o porquê de ainda não ter encontrado o par ideal. Mas e as mulheres, não passam também por esses questionamentos de meia idade?

Segundo o filme “O diário de Bridget Jones” (Telecine Premium, sábado, 21h30), sim. A personagem título, assim como o quarteto da série “Sex & the city”, também está com seus trinta e poucos anos, mas não é do tipo bonitona e fashion, tampouco anda com muito dinheiro no bolso. Na verdade Bridget Jones se assemelha mais a Rob Fleming, personagem de John Cusack em “Alta fidelidade”.

Não é a toa que os dois filmes são baseados em romances consagrados dentro da chamada literatura pop (de Nick Hornby e Helen Fielding), e que, portanto, têm muito a ver com essa faixa de público mesmo. Mas não só a idade. Rob e Bridget contam o jeito desarrumado de quem precisa ganhar a vida, mas não quer se enquadrar nos padrões sociais vigentes, sejam eles musicais ou estéticos, respectivamente.

Mas “O diário de Bridget Jones” não é uma versão feminina para “Alta fidelidade”, e as semelhanças param por aí. O filme é uma comédia romântica centrada no personagem feminino. Bridget (Renée Zellweger, de “Eu, eu mesmo e Irene”) já fez 32 anos e se cansou de ser o que é. Uma mulher independente, porém solitária, que bebe muito, fuma demais e tem um corpo fora das curvas que insistentemente veiculam os comerciais de TV. E, pior, ela está sempre às voltas com relacionamentos que não dão em nada, porque sempre escolhe os “homens errados”.

Ela decide então que deve controlar o seu destino e para tanto resolve escrever um diário. Espécie de talismã, o diário a faz viver com uma grande aventureira, descrevendo com um sarcasmo peculiar tudo que acontece ao seu redor, como se fosse a verdade mais absoluta. Os alvos principais são suas amigas casadas (e infelizes), homens, sexo e, claro, guloseimas e bebidas.

Mesmo assim ela se vê envolvida ao mesmo tempo por dois homens, o canalha (Hugh Grant, de “Um lugar chamado Nothing Hill”) e o amigo de infância bonzinho (Colin Firth). E aí que o filme balança, seduzido pelos clichês de uma típica comédia romântica, mas acaba se salvando ao manter toda a trama presa a Bridget e seu diário.

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