Som na Caixa

Viper

All My Life
(Eldorado). Íntegra da resenha publicada na edição 50 da Revista Zona de Obras - Zaragoza - Espanha.

viperallmylifePioneiro do heavy metal brasileiro nos anos 80, o Viper fez grande sucesso no exterior (Europa e Japão) antes de enveredar por um pop descartável com letras em português que levou o grupo ao colapso. Foi do grupo paulistano que saíram o vocalista André Matos (Angra, Shaaman e referência mundial) e o guitarrista Yves Passarell, hoje no Capital Inicial.

Para o bem de todos, seu irmão Pit remontou a banda com uma formação classe A, que conta com Felipe Machado (guitarras), Ricardo Graccia (bateria) e o próprio Pit (baixo e vocal), de outras formações do Viper, e ainda Val Santos (guitarras) e o vocalista Ricardo Bocci. O garoto prodígio segue a cartilha de André Matos (que participa na boa “Love Is All”) com grande sustentação de agudos, se revezando com o timbre mais grave de Pit. Um casamento perfeito que não faria o menor sentido se o grupo tentasse viver do passado histórico.

A boa produção do disco, com um up grade tecnológico considerável, no mínimo, já aponta para novos rumos. Não que não estejam no disco riffs melódicos (como os de “Do It All Again”, “Dreamer” e “All My Life”), baladas clássicas à “Living For The Night”, maior hit deles em todos os tempos (caso de “Not That Easy”) e outras marcas registradas do Viper e da época em que ele surgiu. Mas é que as músicas soam contemporâneas, do ponto de vista do arranjo e da composição, e maduras, se considerarmos a execução de cada faixa. É o caso típico de músicos experientes que sabem fazer bem feito, e transformam esse retorno do Viper em algo que remete à melhor fase do grupo, sem, no entanto, deixar de vislumbrar que ainda há – ainda bem - um caminho a ser trilhado.

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