Som na Caixa

Six Feet Under

13
(Sum)

sixfeetunder13De uns tempos pra cá o Six Feet Under entrou na onda dos tributos e lançou dois discos do tipo: “Graveyard Classics” 1 e 2, o primeiro com clássicos dos anos 70 (Hendrix, Purple e Sabbath), e o segundo com a íntegra do álbum “Back In Black”, do AC/DC. E o pior é que, com os vocais guturais e o instrumental sujo, ambos ficaram muito bons; pitorescos, no mínimo. Mas é muito bom ver a banda como ela é, realmente na ativa outra vez, com novas músicas, arranjos, riffs… Porradas, enfim. Mesmo que para muitos isso faça realmente pouca diferença – o death metal extremo do Six Feet Under é para poucos mesmo.

Apesar do nome, “13” é o sexto disco da banda que começou como projeto paralelo de integrantes do Cannibal Corpse e do Obituary. Aqui, eles voltam às origens com músicas pesadíssimas e cadenciadas, tipicamente oriundas do thrash, como “Wormfood”, que trata de uma alimentação especial, e “Rest In Pieces”, com palhetadas a rodo. Embora haja um tímido flerte com o stoner rock, ao mesmo tempo em algumas faixas há um certo apego às guitarras velozes que fazem a era de ouro do speed metal – termo que inclusive caiu em desuso – parecer guiada por Rubens Barrichello. São desse grupo “The Art of Headhunting” e “Somewhere In The Darkness”, com guitarras nervosíssimas. Só que a esmerada produção de Chris Barnes - que não é apenas o melhor vocalista gutural da atualidade - faz tudo soar como se fosse de um ineditismo de pré-estréia em Cannes. Há que se dar o crédito, também, aos arranjos bem sacados da banda, sem os quais tudo iria para no lugar comum da vociferação estéril.

No meio disso tudo algumas faixas se destacam por um ar sinistro e visceral, dotadas que são de uma rara imparidade. São elas a própria “13”, “This Suicide”, marcada e cadenciada como quem vai para o purgatório, e “Stump” (bota sinistra nisso), que parece ter saído de uma aula cujo tema era “como se fazer metal extremo em todas as suas tendências”. Bem, já pensou esses quatro cavaleiros do terror dando uma palestra uma sala de aula da “Escola de Rock”?

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