O Homem Baile

Campeonato Mineiro de Surfe lança o “MC Surf”

Na festa de abertura do festival, músicos da cena mineira tocaram juntos no Reverb All Stars; já o Esquadrão Relâmpago: Monster Surf apostou na diversão.

Começou ontem n’A Obra Bar Dançante, em Belo Horizonte, a sexta edição do Campeonato Mineiro de Surf, o único evento voltado para bandas de surf music realizado no Brasil. Organizado pela produtora A Obra e pela Reverb Brasil, a associação de bandas e entusiastas do estilo, o festival acontece até o próximo sábado. Neste ano, a novidade é que, além das três noites na tradicional casa mineira, os shows de sábado acontecerão no Lapa Multishow, o que reflete o crescimento do festival.

Na noite de abertura tradicionalmente acontece a festa da associação, cujo objetivo é mais de integrar bandas e público do que apresentar novos nomes. Tanto que a atração principal da noite foi o Reverb All Stars, formado por integrantes de outras bandas da cena mineira. Entre outros, tocaram o baterista Claudão (Estrume’n’tal), que também foi baixista, Mocotó e Arroz (dos Del Tombs), e Pedro e Fernando Americano (thesurfmotherfuckers). A novidade nesse ano é que o grupo quase se transformou numa orquestra surf/latina, com a inclusão de saxofone, escaleta e percussão, alternadamente (ou não) em algumas músicas. Assim, além dos clássicos tocados todos os anos, como “Miserlou” e a batidaça “Comanche”, foram incluídas no set “Tequila”, o bolerão “Besame Mucho” e Malagueña, com a inclusão de castanholas. Os melhores momentos, entretanto, foram quando três guitarras formaram a linha de frente no palco.

Antes, a abertura ficou por conta do Esquadrão Relâmpago: Monster Surf, que só pelo nome já prometia algo diferente, mesmo em se tratando do restrito mundo da surf music. O grupo não é lá uma banda: de um lado do palco guitarrista e baterista tocam surf music com a urgência do punk; do outro, dois vocalistas atuam como verdadeiros MCs – aqueles do rap, fazendo comentários em cima das músicas, ou do nada mesmo. Eles – duas figuraças - dividem o set em trechos diferentes entre si. Teve, por exemplo, o “momento palhetada”, em que o metal mais gutural e surf do mundo foi despertado das profundezas do inferno; e ainda o “momento pirata”, em que a dupla canta com uma garrafa de rum na mão e chama o público para rimar no microfone. Divertido até quando “Every Breath You Take”, aquela mesmo do Police, quase virou bolero.

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