Som na Caixa

Forgotten Boys

Stand By The D.A.N.C.E.
(ST2)

forgottenstandA opção por fazer o rock básico e clássico que remete ao pré-punk nos anos 70 se mantém neste novo disco do Forgotten Boys, ao mesmo tempo em que há sutis novidades. A principal dela é a estréia da banda cantando em português, mas somente em três das 14 músicas. Apesar de a sugestão ter partido da gravadora, a banda encarou como um desafio, e até se saiu bem, sobretudo em “Blá Blá Blá”, que é a boa e velha “To See Bad Luck”, com uma nova letra. É evidente, de outro lado, que para esse tipo de som o inglês é o ideal (veja a boa “All You See”), e a banda não pode jogar fora a chance de se arriscar numa carreira internacional, ainda mais sendo uma das primeiras a promover o encontro do punk com o hard rock de uma forma absolutamente contemporânea.

Hard rock? Nem tanto, já que a outra novidade é que neste “Stand By The D.A.N.C.E.” o grupo investe com mais firmeza numa sonoridade chegada à fase setentista dos Stones, mantendo o pré-punk, mas deixando um pouco de lado o hard rock que se salientava em “Gimme More”, por exemplo. Um detalhe que não tira da banda todo o peso e a tal pegada que a transforma no palco. Só que para prosperar nessa área, é preciso ter, invariavelmente, boas composições e riffs irresistíveis, porque, caso contrário, cai-se no lugar comum do barulho. E a banda consegue, na maioria das faixas. Exemplos? “The Balad Of”, uma canção com pegada rock e forte carga emocional, a colante “Watching Over You”, a recriada “Blá Blá Blá”, “Falling Higher”, possessa, “Hey Hey Hey”, e a Stones puro sangue “Just Done”, entre tantas outras.

Podem até acusar a banda de cantar em português para fazer sucesso, mas como acreditar nisso quando o som é porrada pura, a “música de trabalho”, “Just Done”, é a última, e todo o disco continua pesadão e com aquela estética descompromissada de sempre? Tudo isso, além da formação, estável já há um certo tempo, não só reafirma a trajetória do Forgotten Boys, como pressupõe um caminho dos mais promissores e do qual o quarteto não pode abrir mão.

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