No Mundo do Rock

Forgotten Boys grava em português mas não perde identidade

“Independência é algo que está dentro da cabeça de cada um”, conta o guitarrista Chuck Hipolitho. Com nova gravadora, grupo dá salto de qualidade e atinge público maior. Fotos: Divulgação e Marcos Bragatto (ao vivo).

Chuck Hipolitho, Zé Mazzei, Gustavo Riviera e Flávio Cavichioli

Chuck Hipolitho, Zé Mazzei, Gustavo Riviera e Flávio Cavichioli

Poucas bandas no Brasil nasceram para fazer um som tão sujo e underground como o Forgotten Boys. Tanto que a idéia era montar uma banda de rock’n’roll, já que, na opinião deles, não existia nenhuma no Brasil. Foi o que disse o guitarrista Chuck Hipolitho, mesmo tendo entrado no grupo em1999, dois anos depois de ele ser formado. O que Chuck chama de rock’n’roll é aquele som retrô dos anos 60/70, não dos chamados dinossauros, mas o barulho garageiro de Ramones, New York Dolls, Iggy Pop e MC5. Um pouco de glam e hard rock, e estava feito o estrago.

A banda teve várias formações até chegar a atual, com Gustavo Riviera (guitarra e voz), Zé Mazzei (baixo) e Flávio Cavichioli (bateria), além de Chuck Hipolitho, que também canta. Entre os mais conhecidos que passaram pela banda estão o baterista Arthur Franquini, que lançou um álbum solo antes de falecer precocemente, e o baixista Fralda, que já foi do Ratos de Porão. Foi lá pelos idos de 2003 que a banda lançou o disco “Gimme More”, e descobriu junto com todo o mundo globalizado, que, resgatando sons das antigas e misturando com outros, acabou criando algo de novo no cenário mundial, mas não sem a companhia dos suecos Hellacopters e Backyard Babies, que lá no frio europeu também promoviam o encontro de Ramones com Guns N’Roses. Era o rock made in Brazil na vanguarda mundial. Com o Backyard eles fizeram uma turnê pelo Brasil, e também tocaram com outras bandas internacionais como MC5, Marky Ramone e Motosierra, além de grandes artistas do cenário nacional.

Mesmo com uma extensa discografia que inclui uma série de coletâneas, é ao vivo que a banda se supera e as músicas se transformam em porradas que empolgam o mais tranqüilo dos mortais. Quem já viu o show – e eles tocam de norte a sul do País – sabe. No último disco, “Stand By The D.A.N.C.E.”, a novidade: contratados pela gravadora ST2, e a pedido dela, gravam algumas músicas em português. Será que os caras cederam para fazer sucesso fácil? Fomos saber isso numa intensa entrevista – nem parece que foi por e-mail - com Chuck Hipolitho. Além dessa questão, ele falou do rock nacional, das pretensões da banda no exterior, dos excessos do passado e muito mais. Dá uma olhada aí:

Rock em Geral: Esse novo disco parece ter menos coisas de hard rock, para apostar no rock’n’roll de Stones e adjacências. É isso mesmo?

Chuck Hipolitho: Acho que é isso mesmo, desde o “Gimme More” (que todo mundo acha hard, mas na verdade é um punkão arrastado) aconteceu muita coisa, melhoramos como músicos e passamos a ouvir muito mais coisas. Acho que isso influenciou na produção e na composição do disco. Mas a idéia era só fazer um disco bom novamente. Ficamos satisfeitos com o resultado. Tem influência de metal, reggae e black music, mas é um disco de rock.

RG: Você não considera o hard rock uma grande referência no som de vocês?

Chuck: Sim, mas não isolada. Ouvimos muito Guns N’Roses, Mötley Crüe e Hanoi Rocks. Mas ouvi muito Black Sabbath, Deep Purple e Led Zeppelin também.

RG: Quando vocês montaram a banda, pensaram em algo do tipo: “vamos fazer uma banda que misture rock básico, punk rock, hard rock”?

Chuck: Não, pensamos: “vamos montar uma banda de rock and roll, porque não existe uma aqui”. Não era com essa pretensão toda, mas o que acontecia na época em que o Gustavo e o Arthur resolveram montar a banda era muito tedioso, bandas emo, essas coisas. Nada contra sentimento em musica, aliás, tudo a favor. Mas o que temos ouvindo por aí é música de gente derrotada, que já perdeu tudo, e tem 16 anos. Não tinha como estar mais deprê, e hoje está ainda pior. Queríamos fazer algo que levantasse as pessoas, não o contrário.

RG: Já li você falando isso outras vezes, mas não é só de bandas emo que se compõe o rock nacional, né? Vocês queriam especificamente ser uma alternativa ao emo, ou a tudo que tinha naquele momento?

Chuck: Creio que o Gustavo e o Arthur não estavam nem um pouco pensando em ser alternativa a algo, quer dizer, claro que sim. Mas não para o público, e sim para eles mesmos. Fizeram a banda para eles mesmos. Não sei se dá para entender. Era difícil na época eles terem fãs, tanto é que eles tinham que tocar em shows punk, pois era o único lugar onde as pessoas gostavam de New York Dolls, por exemplo. Mesmo assim eram poucos punks que curtiam, pois não era muito legal um punk gostar daquele monte de boneca. Eu sei que não é só de bandas emo que se faz o cenário brasileiro, mas também não é só de axé music, certo? O que quero dizer é que a maioria das coisas hoje vende um estereótipo, uma atitude (seja a bunda ou o olho pintado). Música que é bom, nem todo mundo. E preferimos pensar num cenário global. O problema não é o emo, é o jeito que isso vem sendo vendido para as pessoas e todo esse “culto à tristeza”.

RG: Essa é a primeira vez que vocês gravam músicas com letras em português. Por que tomaram essa decisão?

Chuck: A gravadora sugeriu, nós já estávamos em outra fase e topamos, foi um trabalho difícil, pois não estamos acostumados. É difícil escrever em português, até porque não somos grandes letristas. Nossa virtude sempre foi a energia mesmo. A língua portuguesa é riquíssima, e tem uma forma “tônica” que favorece outros ritmos. Por isso o rock and roll clássico em português aqui soa “bobo”. O resultado divide opiniões, o que de certa forma é muito bom. E as músicas realmente soam “diferente” pois não sabíamos fazer aquilo. No final ficou legal, e o primeiro clipe de uma música em português deve entrar em breve no ar. Mas não tem como negar que nossa cultura musical, em princípio, é norte-americana, eles são capazes de muita merda hoje em dia, mas o passado musical deles é louvável, assim como o nosso. Mas aconteceu de eles influenciarem a gente, e não a música brasileira. Estamos abertos a outras coisas hoje em dia, graças a Deus.

RG: Essas músicas com letras em português têm sido bem recebidas pela crítica? Vocês chegaram a ouvir críticas dando conta que vocês só fizeram isso pra tocar em rádio?

Chuck: Tenho certeza que não vamos tocar “mais” no rádio por causa disso. Ou talvez sim… Sei lá. Foi apenas uma experiência, pois você pode chegar a mais gente de uma forma diferente. E é bom explorar os limites da banda como músicos e compositores. Mas as músicas dividem opiniões, como eu disse. Chegamos a ouvir de tudo quanto a opiniões. E, juro, não damos a mínima.

RG: E o público, como reagiu a essas músicas?

Chuck: Muita gente não gostou, mas, muita gente canta nos shows. Disseram: “elas têm um sotaque paulista muito exagerado”. É como culpar o Los Hermanos por cantar com sotaque de carioca, e como se o Badauí (vocalista do CPM 22) ou o Nasi (vocalista do Ira!) forçassem aquele sotaque deles, paulistíssimo. Então, não sei o que achar. É questão de costume mesmo.

RG: Ninguém acusou vocês de “vendidos”? De gravar em português em busca de sucesso fácil?

Chuck: Não que eu saiba. Mas não ligamos também, agora com o clipe novo talvez role esse tipo de coisa.

RG: A tendência, doravante, é vocês gravarem tudo em português?

Chuck: Definitivamente não. Porque temos planos para ir para fora também, e no nosso caso, o inglês ajuda. A Björk canta em inglês, o ABBA fazia isso, o Roxette, o Hellacopters. Até Sandy e o Junior fizeram isso. É uma escolha, só isso. Não quer dizer que não gostamos da nossa língua ou na nossa cultura.

RG: Você já tentaram uma carreira internacional? Pensam nisso?

Chuck: Continuamos tentando, e temos a esperança que isso pode rolar em breve, o disco deve ser licenciado para o exterior ainda esse ano, se tudo der certo. E depois, turnê.

RG: “Blá Blá Blá” é uma música que teve a letra traduzida de outra de vocês, “You See Bad Luck”. Vocês pretendem continuar usando este artifício ou é melhor compor diretamente no idioma escolhido?

Chuck: Não, o produtor sugeriu e acatamos essa música. Ele já gostava dela desde o split de 2002. Ao vivo a tocamos em inglês na maioria das vezes, mas a versão em português também me agrada. Juro que não sei como vai ser daqui pra frente. E a letra não foi traduzida, fizemos uma nova para ela, em português.

De algum lugar do passado punk e hard rock se encontram no Forgotten Boys

De algum lugar do passado punk e hard rock se encontram no Forgotten Boys

RG: “Watching Over You” tem um punch bem anos 70, mas tem evoluções de guitarra que soam atuais. Como essa música surgiu?

Chuck: O Gustavo fez essa música. Ela chegou praticamente pronta por ele a partir o riff do começo. É uma das minhas favoritas do álbum. Nossa influência é muito dos anos 70, acaba saindo.

RG: De que fala exatamente a letra de “The Ballad Of”?

Chuck: Falaria de duas meninas que se apaixonam. Eram Jeanna e Sabrina. Mas quis mudar para juntar o bem e o mal, sem que eles fossem o “bem” e o “mal”, apenas os nomes. É numa letra onde eles se apaixonam normalmente, o bem e o mal. Nada muito filosófico. É até clichê demais, uma historinha. Mas se fosse das duas meninas, não chamaria atenção, era muito sem graça.

RG: Se eu entendi bem, os nomes delas são Jesus e Devil, certo? Você escolheu esses nomes pra chocar? Ou foi só “marketing” mesmo?

Chuck: Escolhi por que um representa o mal, e o outro, o bem. E na música nenhum faz o papel de tal, são neutros. Tanto banda gospel, como heavy metal, ninguém pensa nessas entidades como “neutras”. O inferno e o céu estão na cabeça de cada um, e não lá em cima, ou lá em baixo – estão juntos.

RG: Vocês compõem as músicas a partir de riffs ou eles vêm depois?

Chuck: Quando aprendemos ou inventamos algo novo, vira música, quase instantaneamente. As letras são quase uma desculpa para cantar. Mas é algo com que não nos preocupamos.

RG: Vocês trabalham com o produtor Daniel Ganjaman já há algum tempo. Qual a influência dele no trabalho do Forgotten Boys?

Chuck: Muita, nos arranjos, na concepção do disco, na produção, em tudo. Faz o disco soar como “um disco”. Mas foi a primeira vez em que ele esteve completamente dedicado a gente, ganhou para isso e foi um trabalho muito profissional e legal. Esperamos trabalhar mais com ele no futuro.

RG: Valeu a pena ter lançado “Stand By The D.A.N.C.E” por uma gravadora ou o processo independente é melhor?

Chuck: Valeu muito a pena, pois não estávamos satisfeitos com a situação anterior, não por causa da 13 Records, pois eles sempre ajudaram muito a gente. Mas estávamos estagnados num patamar e precisávamos dar alguns passos a mais. A gravadora foi crucial nisso, dando suprimento para a gravação do disco, um tratamento profissional em relação a ele, e a distribuição é mais bacana. O disco acabou saindo na capa da Ilustrada (caderno cultural da Folha de São Paulo) sendo muito elogiado. Isso é um fruto colhido. Mas queremos mesmo é que, com a gravadora, tenhamos condições de chegar a muito mais pessoas.

RG: De outro lado, eles sugeriram muitas coisas, como você falou…

Chuck: Sim, na vida você faz escolhas. As sugestões não foram tantas. Experimentar músicas em português, acho que só. Existe muito a ser feito ainda.

RG: Vocês pensam em entrar para uma gravadora maior e ver o Forgotten Boys na grande mídia?

Chuck: Não separamos as coisas assim, pequeno, grande, médio. Separamos em “queremos mais? Ou não?” E sempre queremos mais. Está muito legal com a ST2 e eu não creio que venhamos a ocupar um lugar maior do que esse no Brasil. Não preciso falar da situação atual do rock nacional e compará-lo com o que fazemos para saber que, infelizmente, existe pouquíssimo espaço para uma banda de rock de verdade (tradicional). Mas, onde existir lacuna, iremos ocupar, e saberemos que estamos agradando. Uma vez perguntaram, “vocês querem ser uma branda grande?” A resposta seria: quando tivermos tudo que queremos, provavelmente seremos já grandes, mas, não é “ser grande” que queremos, é mais do que isso. Independência é algo que está dentro da cabeça de cada um. Quem usa esse rótulo para vender ou para comprar música, esta perdendo muito tempo na vida. Os Rolling Stones? Talvez sejam a banda mais independente que existe, fazem tudo do jeito que querem, acho que isso é independência.

RG: A banda já passou por várias mudanças, incluindo a saída do baterista Arthur Franquini e do baixista Fralda. Em que circunstâncias essas mudanças aconteceram?

Chuck: Sair alguém da banda é como terminar um namoro, nunca é muito legal e sempre meio traumático. O Arthur saiu pois estava já de saco cheio de tudo. O Fralda porque estava irresponsável e fazendo muita merda. Mas sempre digo que o passado, traumático ou não, nos traz ao que somos hoje, e isso é o que importa. A formação atual está muito sólida, adoramos ensaiar e tocar juntos. Somos uma banda que, diferentemente de muitas outras, adora ensaiar, ensaiar muito. Então uma solidez ajuda.

RG: Você trabalhava na MTV, e muita gente atribui a projeção que o Forgotten Boys tem a esse seu trabalho. Como você lida com isso?

Chuck: Sempre vou carregar a MTV nas costas. Sim, ajudou, pois vi como funcionam as coisas, e isso é um aprendizado que nem todo mundo esta sujeito a ter, não porque eu teria puxado a sardinha para meu lado. Até porque, quando eu aparecia na televisão era numa situação meio queima-filme. Se alguém foi atrás de banda exclusivamente por causa de mim, corria dois riscos, de gostar da banda ou de ser um trouxa.

RG: Vocês já tocaram com muitos artistas estrangeiros e outros brasileiros que têm grande visibilidade na mídia. Como é isso, para uma banda independente?

Chuck: Muito legal poder ser reconhecido e ter a chance de fazer algo junto com as pessoas que você admira, acaba-se aprendendo muito. E fazendo amigos. Isso sim nos ajudou muito, e tem a ver com a MTV, sim, pois eu fui o primeiro a providenciar que o Hellacopters ou o Backyard Babies estivessem na televisão. Daí eles licenciaram discos aqui, e eu consegui fazer isso porque trabalhava na MTV e tinha um programa de rock.

RG: Que show com as bandas internacionais foi o mais legal. Por que?

Chuck: A turnê com o Backyard Babies foi uma loucura. Estávamos no pique da loucura e eles do turismo. Mas o mais legal foi ter tocado antes do MC5, isso não tem preço.

RG: Há uma relação entre a música do Forgotten Boys e a de bandas suecas como o Backyard Babies, por exemplo. Vocês já conheciam essas bandas antes do Forgotten? A que você atribui essa semelhança?

Chuck: Vira e mexe a gente troca uns e-mails, somos amigos e queridos. Passamos a conhecê-las depois. Mas a semelhança vem da autenticidade mútua, geralmente descartada pela máscara do “que esta na moda”. Que poético. Sério, somos honestos até os ossos, e isso se reconhece e se atrai.

RG: Eu me referia à parte musical. As duas bandas fazem o mesmo tipo de som, punk rock + hard rock, o que quase ninguém fazia até então…

Chuck: Ah, sim. Pois bem, a gente não conhecia quando o split saiu. O mesmo foi com o Hellacopters, um dia um amigo apareceu com um vídeo deles ao vivo, de 97, eu acho. Assistimos aquilo e dissemos: “tem alguém preocupado com e mesma coisa que a gente”, nos identificamos na hora. Achávamos que era a única banda resgatando algo, não era bem assim. Depois de um tempo, com os avanços da Internet, vimos que o mundo inteiro estava resgatando isso. Enfim, tudo é muito rápido hoje em dia.

RG: Há sempre matérias que associam o Forgotten Boys a uma imagem de porra-louquice, o tal sexo, drogas e rock’n’roll. É isso mesmo? É mais uma questão estética ou funciona assim na prática também?

Chuck: Digamos que já fomos mais moleques. Estamos preocupados mais com a diversão, então as coisas se confundiam. Hoje acho que estamos mais preocupados com a música e com a carreira mesmo. Os excessos são bons às vezes, mas excesso de excesso não é legal, e de moderação também não. Gostaríamos de ser reconhecidos por ser uma banda de rock autêntico e honesto. Essas matérias já não existem mais, era coisa de 2002, 2003. E não é legal usar isso pra “vender disco”, apesar de muita gente “pagar” de loucão pra conseguir.

RG: Ou seja, vocês estão mais devagar…

Chuck: Tentando manter as coisas no lugar e andar para frente.

RG: Vocês já estão na ativa há bastante tempo. O que mudou nesse tempo para a banda? E na cena independente do rock nacional?

Chuck: Mudou a experiência adquirida, a vontade de conseguir mais, todo mundo está mais maduro, com outras pretensões em relação ao futuro. Levamos nossa música a sério, e temos um compromisso um com o outro. O rock nacional? Existem muitas bandas que fazem musica pop (mesmo disfarçada de rock) que, eu sei que cada música que eu ouço tem todos os clichês e técnicas de gravação para a musica grudar, arranjos e tal. As composições em si são muito duvidosas. Mas o público não percebe isso, só vai perceber quando fizer 18 anos e ver que era um lixo e poderia ter passado o tempo atrás de outras coisas e não de um bando de marmanjo bancando os 16 anos e cantando os probleminhas emocionais que temos com essa idade. Mas estou sendo radical, nem tudo é ruim, tem muitas coisas boas. Mas cabe às pessoas descobrirem, e aos marmanjos indicarem. O Los Hermanos, o Hurtmold, o Cidadão Instigado e a Nação Zumbi, entre outras, são bons exemplos de qualidade, vontade, amor, independência e solidez. E é isso que importa.

Chuck e Gustavo no Ruído Festival 2004

Chuck e Gustavo no Ruído Festival 2004

Tags desse texto:

Comentário

Seja o primeiro a comentar!

Deixe o seu comentário

Seu email não será divulgado