O Homem Baile

Sebastian Bach revive Skid Row no Rio

Vocalista apresenta banda e músicas novas, mas público reage melhor aos clássicos de sua ex-banda. Foto de Luiz Lima.

Os hits do Skid Row ganharam o público de um emolgado Sebastian Bach

Os hits do Skid Row ganharam o público de um emolgado Sebastian Bach

Quem foi na noite de ontem ao Canecão para conferir o novo trabalho de Sebastian Bach, afiançado pela sua nova banda, que inclui o guitarrista Metal Mike (Halford) e o renomado baixista Steve DiGiorgio, não se decepcionou. Das quatro músicas novas que a banda tocou, prevaleceu mais o histórico dos integrantes do que o do ex-vocalista do Skid Row. Os riffs ultrapesados de “American Metal Head”, por exemplo, garantiram um bater de cabeça muito mais identificado com o heavy metal do que com o hard rock com sotaque pop do ex-grupo de Bach. A música, apresentada como uma ode à união entre os fãs do meio metálico, tem a colaboração vocal do próprio Mike, e foi a melhor entre as novas. O grupo também tocou “Blade”, do Frameshift, o projeto do músico Henning Pauly do qual Sebastian Bach participou, no segundo disco, recém lançado.

Dito isso, o que restou das cerca de uma hora e quarenta minutos do tempo do show foi tudo Skid Row, para delírio do magro público que compareceu ao Canecão. Logo de cara, “Slave To The Grind” abre o set e realça um Sebastian Bach bem mais enxuto do que da última vez que esteve no Brasil, em 1996, trajando a típica indumentária e couro, arrebites e cordões. Impossível não lembrar dos videoclipes que passavam em profusão na MTV no início da década de 90. Depois de “Big Guns”, o vocalista começa a se derreter em amores pelo Rio, agradecendo o tempo todo, fato que se repetiria durante toda a noite. Ele chegou a levar para o palco uma folha de papel, presa ao chão, com frases escritas em português para que fosse melhor compreendido. Nem precisava.

“18 And Life”, claro, foi um dos melhores momentos do show, e emendada logo “The Threat”, abriu espaço para o solo de Bobby Jarzombek. O baterista esbanjou criatividade, numa performance simples, mas eficiente. A dobradinha “Stuck Inside” e “Rock & Roll”, duas das novas, deram uma esfriada no público, mesmo porque os problemas com o baixo de Steve DiGiorgio fizeram a banda sair do palco. Na volta, melhor foi atacar de “Monkey Business”, e as coisas deram certo. Nos intervalos, o vocalista continuou falando muito e agradecendo sem parar. Ele deve ter vivo na memória os shows que fez no Hollywood Rock e Maracanãzinho, ambos em 92, e no Claro Hall, em 96, com Iron Maiden e Motörhead, todos lotados. Porque os parcos mil e poucos pagantes de ontem não formavam um cenário tão animador assim.

Sebastian faz coro contra George Bush, gritando “no more war”, e o show termina com a dobradinha “I Remember You” e o hino “Youth Gone Wild”. Antes, no meio do set, foi incluída – inicialmente não estava previsto – “Wasted Time”, outra de grande sucesso na telinha. Foi um dos momentos de maior emoção no meio do público, que praticamente cantou toda a música junto com a banda, sem falar que os primeiros versos foram levados à capela. Depois de uma pá de agradecimentos, com todos os integrantes falando alguma besteira, a banda saiu e voltou para “Living On a Chain Gang”, que teve a participação de uma fã desajeitada levada ao palco por Bach. Era o fim de um show apenas razoável, que dá bem a medida da relevância do passado de Sebastian Bach e mostra incertezas quanto ao seu futuro.

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