Rock é Rock Mesmo

Pelo conjunto da obra, vale votar na Dynamite

Vem chegando o final de ano e as listas de melhores começam a aparecer. A Revista Dynamite e o Portal Dynamite On line também concorrem a prêmios. Saiba quais são eles e participe. Publicado originalmente no Dynamite on line.

Outro dia fiquei sabendo que um show com bandas de heavy metal produzido numa afamada casa aqui no Rio foi produzido por dois garotos de 18 anos. Se eles têm essa idade, nasceram em 1985, muito provavelmente depois de o primeiro Rock In Rio ter acontecido, e num ano marcado pelo início da abertura política no Brasil, que traria de volta a democracia. Por tudo isso (e mais um monte coisa) esse ano foi um marco para o (re) nascimento do rock no Brasil, impulsionando também nossa hoje combalida imprensa rock.

Em 1992, o brasileiro parecia estar arrependido com o fim da ditadura militar, afinal o nefasto presidente Collor detonava o país com suas bravatas e atos de corrupção que viriam à tona graças a uma antiga briguinha familiar com seu irmão Pedro. Antes mesmo que o escândalo fosse deflagrado, chegava às bancas o primeiro número (como revista) da Dynamite, estampando uma ilustração na qual o próprio Collor acionava um detonador e mandava o País pelos ares. Entre os destroços, estavam bandas como Living Colour, que se apresentara do Hollywood Rock (outro festival que marcou época), Ratos de Porão, Golpe de Estado e Genocídio, além do logotipo da MTV, que também estreava há pouco tempo por estas plagas.

O mundo gira e a Lusitânia roda, e de lá pra cá muita coisa mudou. Em 1992 não tinha TV a cabo, fax, e-mail ou Internet. Dá pra imaginar? Parece que foi ontem, mas na tecnologia tudo aconteceu tão rápido que pouco mais de uma década parece pouco menos de um século. Em 1992, nossos produtores teens tinham uns 7 anos e muito provavelmente sequer sabiam o que era heavy metal, isso no alvorecer do grunge de Seattle. Se a música como um todo - e o rock em particular, se desenvolveu tanto o Brasil, mesmo com a franca decadência artística da indústria fonográfica, na imprensa musical altos e baixos povoaram as bancas e as telas dos personal computers. Muitos veículos surgiram, propuseram revoluções e depois se esvaíram, graças à sempre severa política econômica mal desenvolvida por governantes com um passado viciado, mas também por razões de cunho editorial. Até a pungente Showbizz (ou Bizz, como queiram), não suportou o inacreditável número de 40 mil exemplares vendidos, metade nas bancas, metade por assinatura, e se despediu melancolicamente com um mero e magro folheto. À exceção da crônica heavy metal, que cresceu e apareceu mais do que nunca, essa foi a rotina de quem investiu em música pop: segurar as pontas até não dar mais e acabar.

Nesse contexto, honra seja feita, nenhum veículo resistiu mais que a Dynamite. Em alguns períodos, a revista chegou a sair apenas duas ou três vezes durante um ano, mas conseguiu sobreviver graças à sucessivas reformas editorias, gráficas e até de formato, incluindo este site onde Rock é Rock Mesmo faz sua morada. E isso muitas vezes deixando de figurar naquilo que a grande imprensa entende por imprensa, mas sempre fiel ao princípio de fazer jornalismo de um jeito muito próprio: com pessoas (necessariamente) do ramo, interessadas muito mais em conteúdo do que em forma, fazendo tudo muito mais por paixão do que por outros motivos, também pertinentes.

Mas não sejamos cegos nem tolos o suficiente para acreditar que a Dynamite é um veículo que preza pela excelência editorial, estamos muito longe disso, e as mazelas a que me refiro estão tão expostas e evidentes que dispensam comentários. Vale mais nos determos em sua principal virtude, que é justamente ter sobrevivido à todas as fases, crises econômicas (intra e extramuros), além, é claro, da honestidade com que trabalham seus colaboradores (seguindo o exemplo que vem de cima), numa época em que muitos jovens concorrentes recebem (sem comprovação, mas sem desmentidos), acusações de prática de um jornalismo fake incompatível com a essência da profissão.

Entrando na mídia virtual (por hora, chamaremos assim) vivemos a maior torre de babel da história, onde os weblogs (junção das palavras rede e diário, em inglês) acham que se transformaram nos principais veículos de comunicação do país. Já expus minha opinião sobre a Internet, e ratifico: trata-se da maior rede de boatos do mundo. Nada lá e confiável, exceto as pernas de tradicionais veículos já estabelecidos, que empregam profissionais do ramo e já conquistaram, há tempos, grande respeitabilidade. É esse o caso, também, do Portal Dynamite On Line, único veículo virtual voltado para música que trabalha com notícias em tempo real, sem repetir o conteúdo da sua versão impressa.

Em 2002, numa tentativa de encorpar ainda mais a cena rocker nacional, aconteceu a primeira edição do Prêmio Dynamite de Música Independente, que neste ano cresceu um pouco mais e rompeu as barreiras do rock, abrangendo categorias as mais distintas, escolhendo, com voto “popular”, via Internet, os destaques de quem, como a própria Dynamite, trabalha ao invés de ficar reclamando da cena, do mercado, de tudo.

Narciso acharia lindo este texto não fosse ele escrito com escancarado objetivo de angariar votos em outras duas premiações importantes para as quais a Revista e o Site, simultaneamente foram indicados, o Prêmio London Burning e o Ibest, respectivamente. O primeiro tem sua primeira edição neste ano, e é organizado pela Revista Eletrônica London Burning, que, assim como a própria Dynamite, já milita há anos dentro do mercado da música independente, seja organizando eventos ou apresentando as novidades “indie” aqui no Brasil. A revista foi indicada para a categoria “Melhor Veículo de Comunicação”. O segundo é já o tradicional órgão que premia anualmente os veículos nacionais em atividade na Internet, dividido em inúmeras categorias. Nessa primeira fase o Portal Dynamite On Line precisa de 200 votos para ser indicada entre os concorrentes. Se você costuma acessar o site rotineiramente em busca de informações e de opiniões de gente que curte música como você, não deixe de participar.

Para votar, utilize os links abaixo:

Prêmio London Burning

ou Ibest

Por fim, só nos resta elogiar a precocidade saudável dos nossos produtores teens, que hoje transitam com propriedade por uma estrada pavimentada trecho a trecho, rumo a um destino desconhecido, já que o que vale é participar da empreitada.

Até a próxima, e long live rock’n'roll!!!

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