Na média…
Encontro com os integrantes do Garbage em pleno palco marca apresentação apenas razoável do L7 no Rio. Fotos: Daniel Croce.
Um momento marcante mesmo para o público, que só foi saber dessa história toda durante o show do Garbage, pela verve da própria Shirley, e para ficar na memória do L7 também, uma vez que Butch Vig, o baterista do Garbage, é, além de produtor de “Nevermind”, quem assina também o álbum “Bricks Are Heavy”, que inclui “Pretend We’re Dead”. O disco é o que fornece a maior quantidade de músicas ao show, uma vez que o L7, como se sabe, embora tenha lançado o bom disco “Scatter the Rats” (2019), o único desde o retorno, em 2014, se converteu em espécie de banda de exibição, tocando seus hits, dos tempos áureos do grunge, mundo afora. Ainda mais em uma apresentação de abertura, com só uma horinha de duração, reduzindo o repertório em seis, sete músicas em relação aos shows de 2023 e 2018; clique para relembrar como foram.
Mas não é só a contabilidade do repertório que atesta que dessa vez a coisa não funciona tão bem. Talvez por ser essa a primeira apresentação do grupo no ano, é visível um certo desentrosamento entre as moças, a ponto de várias vezes aparecerem aqueles intervalos forçados para um ajuste ou outro de instrumento, e da vocalista e guitarrista Donitta Sparks anunciar uma música contando uma historinha, sendo que outra canção seria tocada na naquele momento; quem nunca? Até as luzes direcionadas ao palco estavam incomodando. Tudo, de outro lado, resolvido com bom humor e muita boa vontade por parte do público, embora, a julgar pela fraca participação, até em músicas das mais conhecidas, estava ali para curtir o show do Garbage mesmo (veja como foi).Ademais, não é possível passar batido diante de músicas clássicas do quarteto, como “Everglade”, colante que só ela, cantada pela animada baixista Jennifer Finch, hoje – e ainda tem mais essa - meio jururu; “Shove”, um petardo rock’n’roll dedicado ao Garbage e que agrada geral no meio do público; e “Shitlist”, com o plus de um ótimo solo de Sparks, debulhando a sua tradicional flying V sem piedade. Das mais recentes, “Dispatch From Mar-a-Lago”, urgente e que debocha do presidente americano, já é quase hit, por ter sido tocada direto pela banda, inclusive por aqui. “Must Have More”, que nem é tão afamada, pesada e arrastada, tipo um Black Sabbath atualizado pelo grunge do Soundgarden, aparece bem ao vivo, com muito mais peso que na versão gravada em estúdio. Mas que já teve show do L7 por aí mais redondinho e com mais pressão, isso teve.
Set list completo1- The Beauty Process
2- Scrap
3- Monster
4- Fuel My Fire
5- One More Thing
6- Stadium West
7- Andres
8- Must Have More
9- Bad Things
10- Stuck Here Again
11- Everglade
12- Dispatch From Mar-a-Lago
13- Shove
14- Pretend We’re Dead
15- Shitlist
16- Fast and Frightening
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