Na imposição
Avenged Sevenfold mostra cancha, entrosamento e supera desafio como inesperado headliner no Rock In Rio. Fotos: Vinícius Pereira.
Ou, ao menos, até um tempo atrás, já que o grupo, embora esteja ausente no Brasil há 10 anos, circulou pelo país em festivais e em turnês solo, tendo passado por este mesmo Rock In Rio, em 2013; parece que foi ontem. Agora, contudo, o desafio é gigante, o de assumir o papel de atração principal no festival sem ver o púbico minguar por cansaço e/ou desinteresse, coisa que muita gente boa e consagrada também não conseguiu em 39 anos (40 só em 11 de janeiro) de Rock In Rio. E com um agravante. O novo álbum da banda, aquele que quando cede músicas ao show muitas vezes a turma reclama, porque anseia por todos os clássicos, é, no mínimo – e de novo – esquisito, incomum. E – ainda tem mais essa - no início do show, o vocalista M. Shadows aparece cantando sentado em um banco, com uma máscara ninja, a faixa de abertura do tal disco novo, “Game Over”. E o microfone no início falha (Palco Mundo, Palco Mundo…), em um sinal, vamos e venhamos, nada alvissareiro.
Cujo desenrolar e desfecho chegam a ser surpreendentes. Primeiro, porque do lado de cá do palco tem um público ávido pelo show e que canta todas as músicas na ponta da língua, inclusive as do álbum novo, “Life Is But a Dream…” (quatro no total), que honra seja feita já tem mais de ano de lançado. Depois, porque a banda que tocou há 10 anos para uma esvaziada Farmasi Arena (Arena HSBC na época, relembre), hoje é totalmente diferente, mais experiente, rodada e entrosada, além de contar finalmente com um baterista fixo – cada vez quem vinha ao Brasil era um diferente -, o cascudo Brooks Wackerman (ex-Bad Religion), que parece ter se achado na banda e está mandando muito bem. E, ainda, o show tem uma produção de palco até simples, mas que aproveita bem os novos telões com animações sensacionais e muita pirotecnia não fake; headliner tem que ser assim. E, por último – acreditem se quiser -, os problemas técnicos do Palco Mundo que atravessam gerações se resolvem durante a apresentação.Aí é só partir para o abraço, e um maduro M. Shadows comanda a multidão com a tranquilidade dos grandes, cantado e agitando pra cacete, ajudado pelos grandes hits da banda salpicados durante o set list. Muitos deles parecem ter a duração maior do que nas versões originais, e é aí que a consistência instrumental sobra na banda, e que salienta – de novo – o entrosamento entre os músicos. Um desses hits é “Bat Country”, que não por acaso que contém a cena dos guitarristas na beirada do palco citada lá em cima, sob uma plateia cantando pra valer, sobretudo no refrão. Colante, claro. Em “Buried Alive”, do nada o telão mostra os músicos tocando ao vivo convertidos em zumbis, em um cenário de animação fascinante, e labaredas surgem no teto do palco; headliner, pois não? “Nightmare”, na parte final, fica marcada pela abertura de rodas de dança em várias regiões no meio do público.
No cômputo geral do set list, todos os álbuns são contemplados com ao menos uma faixa, exceto o primeiro deles, “Sounding the Seventh Trumpet”, mas quem se importa? No outro extremo da carreira, das quatro novas – parece pinimba – nenhuma se destaca, mas também não compromete, o que mostra habilidade em incluí-las na hora certa. O desfecho, que tem tradicionalmente “Unholy Confessions” e “A Little Piece of Heaven”, já é em clima de festa e ao mesmo tempo de despedida. Em cerca de hora e 40 minutos de paulada na moleira, o Avenged Sevenfold faz jus à posição de headliner que lhe foi confiada, graças, é claro à adesão não só de fãs de longa data, mas também de quem foi à Cidade do Rock atrás de rock de verdade, coisa rara nessa edição do festival.Set list completo
1- Game Over
2- Afterlife
3- Mattel
4- Hail to the King
5- The Stage
6- Buried Alive
7- Gunslinger
8- Bat Country
9- So Far Away
10- Nobody
11- Nightmare
12- Unholy Confessions
13- Cosmic
14- A Little Piece of Heaven
Tags desse texto: Avenged Sevenfold, Rock In Rio
Ola amigo, fico feliz que enfim alguém conseguiu deixar de forma simples e com uma boa pegada a leitura de como foi o nossos queridos Avengers como headlines.
Cara o show foi incrível do início ao fim, poder ver os caras de perto e ver que estão com todo o gás. Essa experiência deve ter sido boa até pra eles, ver que o público brasileiro anda fervilhando por rock e com isso eles possam até voltar mais vezes.