O Homem Baile

Na base da raça

Asteroid supera mudança de local e precariedade técnica e termina show no Rio sob aplausos. Foto: Marcos Bragatto.

asteroid19Guitarrista e baixista que costumam cantar em todas as músicas disputam espaço para usar um único microfone possível, mas, mesmo assim a banda segue tocando uma de suas músicas mais conhecidas. Tanto que o público, ao menos aqueles mais interessados que se aboletam na beirada do palco, é acometido por um inevitável bater de cabeça, em uma resposta convincente para o trio de forasteiros que faz o que pode para finalizar dignamente o show. E assim o sueco Asteroid encerra uma noite meio na raça, meio na diversão, sob aplausos de uma turma pequena, sim, mas acalorada, no Espaço Kubrick, no Rio, no último sábado (7/12).

O grupo, um tanto obscuro no Brasil, é bem rodado na Europa e pertence a uma safra de bandas suecas focadas no stoner rock e adjacências que tem como indisfarçáveis referências comuns nomes como Black Sabbath e Kyuss. Contudo, a julgar por essa noite, se aloja em um tipo de som pesado pré-Woodstock, com forte ligação com o blues e sem os devaneios instrumentais que – para o bem ou para o mal – habitam as bandas que lhe são familiares. Familiar mesmo, já que o baixista e vocalista Johannes Nilsson, fundador do trio, é irmão de Joakim Nilsson, o líder do Graveyard, outro nome de destaque do ramo. Completam o trio Robin Hirse (vocal e guitarra) e Jimmi Kohlscheen (bateria).

No show, que durou pouco mais de uma hora, foram tocadas 11 músicas, algumas meio no improviso, dadas as terríveis condições do palco, cuja iluminação é apontada para a plateia e os músicos tocam no escuro. Em determinado momento, quando um dos dois microfones pifou, a banda mandou uma ótima jam toda instrumental. Até que se descobriu que não havia mais jeito senão utilizar apenas um microfone para que o show chegasse ao final, resultando no momento raçudo citado lá em cima. Convertido em Espaço Kubrick, o Teatro Odisséia, que já tinha resolvido os problemas de som e luz no passado, agora parece ter voltado umas boas casas para trás. Uma pena.

Mais cedo, o supergrupo de liderado por Pedro Salvador, guitarrista e vocalista da Necro, de Maceió, já sofrera com o mesmo problema, de modo que pouco se entedia sequer o que ele falava entre as músicas, imaginem ao cantar. O que prejudicou uma apresentação que tinha tudo para ser especial, mas deu para perceber a interessante intenção de acrescentar guitarra brasileira ao stoner rock comum a todos na banda. Antes ainda tocaram Muladhara e Neon Desert, em uma noite que também foi marcada pelo improviso dos produtores – em princípio, os shows aconteceriam no La Esquina, do outro lado da rua, e a mudança ocorreu durante a tarde de sábado! -, que, mesmo assim, não desistiram de manter o evento - de novo – na raça. Mas que dá pra melhorar, dá. E muito.

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