Uma partida com nada menos que sete gols, e o mais comemorado é o último, que, em tese, não teria valor algum. Porque a equipe mais forte, cujo valor econômico é um punhado de vezes maior que o da outra, arrancou logo de cara com um implacável cinco a zero ainda no primeiro tempo e o problema estava resolvido. Mesmo assim, a torcida derrotada por nada menos que seis a um delirou e se derreteu no gol mais de honra do que nunca, aos 32 do segundo tempo.

Porque os panamenhos não estão nem aí se foram humilhados pelos ingleses, provavelmente nem se sentem assim. Para eles, só de estar em uma Copa do Mundo já é o bastante, mesmo com uma das seleções mais fracas da Copa da Rússia. Fazer um gol, então, é verdadeira dádiva, comemorada como mérito nacional. Agora se entende o alívio do treinador Hernán Gomez, ontem com um sorriso largo no rosto, depois do gol de Baloy, ao admitir que perder para a Bélgica de três a zero não foi um resultado tão ruim assim. Assim é o futebol.

Não será surpresa se, ao retornarem pra casa, os jogadores sejam recebidos com pompa e circunstância. E olha que ainda resta uma partida a ser disputada, e contra a também fraca, eliminada e goleada Tunísia, e aí tudo pode acontecer, em um jogo que pode ser uma grande festa, com ninguém tendo nada a perder. Isso aqui não é Olimpíada, mas, mais importante que nunca, o que vale é competir. E fazer um golzinho de honra.

Nada tem com isso a Inglaterra, que goleou sem piedade com três gols de Harry Kane, agraciado com dois penais para bater e ainda um tento lhe dado de presente depois que o tiro de Loftus-Cheek lhe esbarrou na perna. Kane, tido como o jogador mais valioso da Copa, deixa ninguém menos que Cristiano Ronaldo pra trás, e como a Inglaterra, classificada, tem ao menos outras duas partidas a fazer passa a seríssimo concorrente à artilheiro da Copa dos centroavantes, com cinco gols.

E como o cruzamento das oitavas não assusta, estar nas quartas de final não parece ideia absurda para essa boa geração de jogadores ingleses. O que pega, vamos e venhamos, é que historicamente a Inglaterra adora uma decepção, como ser eliminada da última Eurocopa pelos islandeses. Agora, decidem o primeiro lugar com a Bélgica, e têm o empate a favor pelo saldo de gols – sete a seis – em um dos grupos mais fáceis de todas as copas.

Difícil foi o início de Copa para a Colômbia, que teve um jogador expulso logo no início do jogo e saiu derrotada pelo Japão. Mas ontem, enfim, a equipe de Jose Pékerman estreou e com autoridade, ao sapecar três a zero em uma Polônia perdidinha da Silva. Mesmo com bons jogadores atuando em equipes pela Europa, não foi dessa vez que os poloneses surpreenderam e estão eliminados antes da terceira rodada.

No início, não parecia que seria fácil, mesmo com amplo domínio dos colombianos. O zagueiro Mina, enfim escaldo como titular, só abriu o placar aos 38 da primeira etapa. Depois disso, os colombianos, velozes, definiram a partida no segundo tempo, em contra ataques rápidos. O terceiro gol, de Cuadrado, após lindo passe de James Rodriguez, cruzando o campo de lado a outro, é lindo de se ver.

Deu pena foi de ver Lewandowski, grande artilheiro, correr atrás do seu golzinho, em vão, em uma noite em que até o instável arqueiro Ospina fechou o gol. Deram azar os poloneses na estreia contra Senegal, quando sofreram gols estranhos, para dizer o mínimo: um contra, em desvio no zagueiro, e outro quase ilegal, com um adversário entrando em campo do nada, para marcar.

Mas é ruim esse time da Polônia, e como a Colômbia nada tem com isso, aplicou um correto três a zero, com direito ao primeiro gol em copas de outro goleador, Falcão Garcia, o segundo do jogo. Agora, a missão é vencer ou vencer contra Senegal – não será fácil – para passar às oitavas. Também, quem mandou cair diante do Japão, levando gol de cabeça e tudo?

Japão e Senegal precisavam vencer um ao outro para garantir a classificação antecipada às oitavas de final, e por isso mesmo fizerem um jogo aberto que só ele, com gols de lado a outro. Esse domingo de seleções do segundo e terceiro escalões, aliás, foi mais divertido do que se esperava, com 14 gols em três jogos, quase cinco de média por jogo.

O mais bonito deles foi o primeiro do Japão, com um domínio de bola de Nagatomo, que tira dois ingênuos marcadores senegaleses e a bola sobra para Inui mandar um belo chute colocado. Os demais – vamos e venhamos – saíram mais por trapalhadas das defesas do que por méritos dos atacantes. Ok, o segundo do Senegal, de Wagué, também foi legal, mais pela jogada, e justamente quando o Japão tentava a virada.

E quem deu os números finais ao jogo foi o veterano Honda, que saiu do banco na metade do segundo tempo para resolver a parada. No fim das contas, ninguém classificado com antecedência, mas ambas as seleções só dependem de um empate – ou menos – para seguir adiante. Pior para o Senegal, que enfrenta a embalada Colômbia.

Até a próxima que domingo e dia de ver gol!

Resultados de 24-6-2018:
Inglaterra 6 x 1 Panamá
Japão 2 x 2 Senegal
Polônia 0 x 3 Colômbia

Top 64 jogos da Copa 2018:
1-Portugal 3 x 3 Espanha
2- Alemanha 2 x 1 Suécia
3- Argentina 0 x 3 Croácia
4- Bélgica 5 x 2 Tunísia
5- Inglaterra 6 x 1 Panamá
6- Argentina 1 x 1 Islândia
7- Alemanha 0 x 1 México
8- Polônia 0 x 3 Colômbia
9- Bélgica 3 x 0 Panamá
10- Colômbia 1 x 2 Japão
11- Brasil 2 x 0 Costa Rica
12- Japão 2 x 2 Senegal
13- França 1 x 0 Peru
14- Tunísia 1 x 2 Inglaterra
15- Brasil 1 x 1 Suíça
16- França 2 x 1 Austrália
17- Rússia 5 x 0 Arábia Saudita
18- Rússia 3 x 1 Egito
19- Coréia do Sul 1 x 2 México
20- Nigéria 2 x 0 Islândia
21- Portugal 1 x 0 Marrocos
22- Dinamarca 1 x 1 Austrália
23- Sérvia 1 x 2 Suíça
24- Suécia 1 x 0 Coréia do Sul
25- Costa Rica 0 x 1 Sérvia
26- Polônia 1 x 2 Senegal
27- Egito 0 x 1 Uruguai
28- Uruguai 1 x 0 Arábia Saudita
29- Peru 0 x 1 Dinamarca
30- Irã 0 x 1 Espanha
31- Croácia 2 x 0 Nigéria
32- Marrocos 0 x 1 Irã

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