Bola é Bola Mesmo

Monstruoso

No melhor jogo da Copa, Cristiano Ronaldo atropela amontoado de armandinhos e Portugal arranca empate da Espanha. Foto: Divulgação FIFA.

cristiano15-6-18Dizer que Cristiano Ronaldo carrega a seleção portuguesa nas costas pode ser um exagero, mas como negar a afirmação após uma peleja em que o melhor jogador do mundo faz nada menos que três gols e arranca um empate nos últimos minutos? E isso em um jogo em que ele é derrubado na área logo no começo, converte a cobrança com perfeição e tem o segundo gol, apesar de uma falha gritante do goleiro De Gea, em um tiro seco de fora da área.

Joga demais Cristiano Ronaldo, e a seleção de Portugal, de seu lado, se tida como melhor do que a dos últimos tempos, o que retiraria um pouco do peso das costas dele, segue fraca e sem ao menos um ou outro que possa contribuir decisivamente. Sumiu, por exemplo, Bernardo Silva, queridinho por ser jogador do Manchester City. Sumiram, também, os experientes João Moutinho e Quaresma, e não apareceu tampouco André Silva, que entrou no segundo tempo.

Diante de um cenário desses, a Espanha deveria deitar e rolar. Mas não é a Espanha - e não é de hoje - seleção que deite e role. O negócio deles é tocar a bola de lado a outro sem objetividade alguma, como se fosse o passe mais importante que o gol. E assim ficam, se achando os bambambãs com um jogo modorrento pacas e o beneplácito da mídia. Assim foram eliminados com uma rodada de antecedência na fase de grupos, em 14, e tomaram um chocolate do Brasil, em 13, na final da Copa das Confederações.

Não há uma jogada de infiltração, uma triangulação pelas pontas ou um passe de um desses armandinhos que eles cultivam, para deixar um atacante na cara do gol. Reparem que os três gols saem: a) Em ligação direta com a defesa e um estapeamento do carniceiro Diego Costa em Pepe, que duelo; b) Em jogada de bola parada que qualquer equipe pode fazer, com pouca técnica; e c) Em ótima chicotada de média distância, após um bate e rebate casual. Fosse bom o time como se propaga, e teria goleado Portugal, fácil, fácil.

Ou, por outra, não teria, não. Porque time algum é goleado com um jogador monstruoso como Cristiano Ronaldo em suas fileiras. E mais. Tivesse Portugal mais uns dois jogadores bons de bola e teria vencido – parece que venceu, né? - a Espanha sem passar sufoco. E se De Gea é inseguro há muitos anos, o demérito é dos espanhóis. Cristiano Ronaldo, em três Copas, fez apenas três gols, e agora, nessa Rússia 2018, anota três em apenas um jogo. Assim é o futebol.

Mais cedo, aos 44 minutos do segundo tempo, um córner de mangas curtas é batido e o zagueiro Gimenez mete a cabeça na bola resultando em um tijolaço no fundo das redes do Egito. O Uruguai Resolve, assim, um jogo para o qual era apontado como favorito, mas teve que cortar um dobrado para vencer, em que pese a equipe africana não poder contar com Salah, titular do Liverpool, que ainda parece se recuperar de uma lesão no ombro, e viu o jogo do banco.

Eles disseram que o Uruguai se renovou, que agora tem um meio de campo com jogadores novos que sabem jogar, que não é mais apenas uma defesa forte com a dupla de atacantes formada por Suarez, do Barcelona, e Cavani, do Paris Saint-Germain. E o que se vê na partida? Uma série de bolas lançadas em ligação direta da defesa para o ataque, e Cavani e Suarez se danando para tentar concluir a gol. Arrascaeta, que brilha aqui no Cruzeiro, sumido que só ele.

Mesmo assim, teve bola na trave, rede pelo lado de fora, chances de gol perdidas a rodo, defesas sensacionais do goleiro Elshenawy, e um dando assistência para outro, na falta de alguém que o fizesse, sem, contudo, se chegar as redes. O que só acontece no apagar das luzes, com a tal cabeçada indefensável de Gimenez. Com a vitória de goleada da Rússia na estreia, cabe ao Egito mudar de rumo já contra a anfitriã, ou então, já era. Com ou sem Salah.

No jogo da tarde, o drama foi maior. Porque o Marrocos dominou a partida e criou uma chance após a outra, mas não fez o mais importa, aquilo que – repita-se - os espanhóis desprezam: o gol. E o castigo foi muito mais cruel, com a vitória do Irã sacramentada aos 49 minutos do segundo tempo, em um gol contra do atacante Bouhaddouz. Um gol contra. De um atacante. Do time que jogou melhor o tempo todo. No apagar das luzes. E o Irã é o líder do grupo B. Assim é o futebol.

Até aproxima que sábado é dia de quatro jogos de Copa do Mundo!

Resultados de 15/6/2018:
Egito 0 x 1 Uruguai
Marrocos 0 x 1 Irã
Portugal 3 x 3 Espanha

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