O Homem Baile

Pedrada vespertina

Metal grunge moderno do Ego Kill Talent atrai público próprio e seduz fãs do Pearl Jam no Lollapalooza. Fotos Divulgação Lollapalooza: Camila Cara/MRossi.

O ótimo vocalista do Ego Kill Talent, Jonathan Correa, que desceu para falar com os fãs várias vezes

O ótimo vocalista do Ego Kill Talent, Jonathan Correa, que desceu para falar com os fãs várias vezes

A turma que chegou mais cedo no entorno do palco principal no sabadão (24/3) do Lollapallooza parecia ser formada por fanáticos fãs do Pearl Jam (veja como foi), dispostos a tudo para garantir o um lugar nas imediações da grade, junto ao palco. Mas foi só o Ego Kill Talent começar a tocar na soalheira danada das duas da tarde, que se viu outro cenário. Porque muitos ali conheciam a banda e participaram do início ao fim do show, o que de certo modo também contagiou os neófitos, que, se gostam da banda de Eddie Vedder, mostraram interessam também pelo Ego, dada a semelhança entre elas, com direito à admissão da referência por parte do vocalista Jonathan Correa. Sim, a gente já sabia.

Com cenário e iluminação próprios, o mesmo usado na abertura para os shows da turnê do Foo Fighters/Queens Of The Stone Age (relembre aqui e aqui), o grupo mandou os 10 petardos do álbum de estreia, lançado há cerca de um ano. Na segunda música, “Sublimated”, um groove conduz o público a um pula-pula instantâneo, enquanto a guitarra fica no fundo. Na pedrada grunge/metal/bate estacas à Helmet “We All”, Jonathan desce na grade para dividir o momento com os fãs. Em “The Searcher”, um convidado inusitado, o premiado skatista brasileiro Bob Burnquist passeia de lado a outro sobre o palco, cena que se repetiria ao longo de todo o show.

Theo van der Loo, na guitarra, e Raphael Miranda, no baixo, agitam no palco do Lollapalooza

Theo van der Loo, na guitarra, e Raphael Miranda, no baixo, agitam no palco do Lollapalooza

Tudo isso em apenas um terço do tempo do show dos caras. Em “Last Ride”, mas para parte final, outro groove, dessa vez apontando para o pop, faz a cabeça do público e, empolgado, Jonathan Correa percorre o vão que separa o público em dois, para satisfação das fãs; desde o Reação em Cadeia ele tem esse approach. A música começa com um solinho de Jean Dolabella, o ex-baterista do Sepultura que também toca guitarra no Ego Kill Talent. O revezamento (necessário?) é uma tônica entre os músicos, cuja formação tem também Theo van der Loo (guitarra e baixo) e Raphael Miranda (baixo e bateria), ambos ex-Sayowa, e Niper Boaventura (guitarra e baixo).

Das músicas de maior destaque do show – e do disco, afinal todas tocadas estão lá – se salienta “Same Old Story”, que começa como quem não quer nada e passa a um crescente instrumental para explodir no título/verso/refrão, de modo que o público chega a abrir uma roda de dança de cada lado da grade. Rodas – pequenas, mas significativas para o horário - que se multiplicariam no desfecho do show, com “Try (There Will Be Blood)”, que também fecha o disco. É a ultima chance para a plateia se divertir com um show redondinho, valorizado sobretudo pela entrega dos músicos. No fim das contas o Ego Kill Talent reforça – e de novo – sua vocação para as massas.

O baterista Jean Dolabella, ex-Sepultura, que também toca guitarra, e bem, no Ego Kill Talent

O baterista Jean Dolabella, ex-Sepultura, que também toca guitarra, e bem, no Ego Kill Talent

Set list completo:

1- Just To Call You Mine
2- Sublimated
3- We All
4- The Searcher
5- Same Old Story
6- Old Love And Skulls
7- Heroes, Kings And Gods
8- My Own Deceiver
9- Still Here
10- Last Ride
11- Try (There Will Be Blood)

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