O Homem Baile

Amplificada

Entre sucessos e gravações recentes, Blitz amplia ainda mais a gama de referências com muitos convidados no Rock In Rio. Foto Divulgação Rock In Rio: Diego Padilha/I Hate Flash.

blitzrockinrio17Com 35 anos de estrada e por causa dos shows que marcaram época no primeiro Rock In Rio, em 1985, a Blitz chega à Cidade do Rock com a expectativa de uma apresentação um tanto quanto revivalista. Não é o que de fato aconteceu agora há pouco, na tarde deste sábado (16/9), no Palco Sunset, no segundo dia do Rock In Rio. Isso porque a lista de convidados é maior do que a que foi anunciada, com Alice Caymmi e Davi Moraes, e de imediato amplia ainda mais a gama de referências que marca a carreira da pioneira e mais teatral das bandas do rock nacional. Teve clássico, sim, mas teve música nova, música antiga revisitada e até um toque de genialidade de Raul Seixas, quase sempre atual. Sim, dessa vez nem pediram, mas a Blitz tocou Raul.

“Aluga-se”, que as gerações mais recentes reconhecem pela versão do Titãs, veio precedida de um discurso em favor da Amazônia e da demarcação de terras indígenas, com Evandro Mesquita e as vocalistas Andréa Coutinho e Nicole Cyrne paramentados com cocares. De imediato o público, bastante generoso – diga-se – responde com mais um grito generalizado de “Fora Temer”, numa referência as trapaças do ilegítimo para se salvar. A essa altura, o convidado da hora é Davi Moraes, que, com a ausência de Pepeu Gomes, é o único artista a tocar em todas as edições do Rock In Rio. O guitarrista permanece para “Nu Na Ilha”, uma das novas apresentadas no show, parceria dele com a Blitz e que está no novo álbum, “Aventuras II”, um reggae funkeado que cita Fio Maravilha e é a cara da banda.

Mais cedo, com Alice Caymmi, outra típica composição do grupo, “Noku Pardal”, é apresentada, em um improvável bolero melodramático que a cantora defende muito bem. O que não se contava era com a participação de três BBoys, dançarinos de funk de raiz com um penteado black power gigante, em “Baile Quente”, mais uma nova, um funk da pesada já no título, e da bateria do Afroreggae, numa mistureba dos diabos que dificilmente dá certo, se não tiver a mão de quem sabe fazer direito, caso de Evandro e asseclas. Assim, as músicas desconhecidas da plateia de certo modo mantêm minimamente o pique, em que pese a boa performance do guitarrista Rogério Meanda e da dupla de cantoras, competentes e com um charme a mais no gogó e no rebolado.

E é essa a bateria que faz a versão de “Egotrip” soar parecida com a da gravação original e ao mesmo tempo renovada, em um dos momentos em que passado e presente se fundem com o aprovo do público. Plateia que se esbalda, sem se deter em teorias do lado de cá da tela, em super hits como “Você Não Soube me Amar”, tocada com o palco lotado de tanto convidado junto, no encerramento; a baladaça “A Dois Passos do Paraíso”, ainda mais linda ao pôr do sol de Curicica; e em “A Verdadeira História de Adão e Eva”, inacreditavelmente composta para um especial infantil para a TV aberta. Um show que tranquilamente caberia no Palco Mundo, mas que também foi muito bem no Sunset. Sim, Blitz, todos soubemos te amar.

Set list completo:

1- Radioatividade
2- Baile Quente
3- Geme Geme
4- Egotrip
5- Noku Pardal
6- Beth Frígida
7- A Dois Passos do Paraíso
8- Pode Ser Diferente
9- Aluga-se
10- Nu Na Ilha
11- O Rei do Gatilho
12- A Verdadeira História de Adão e Eva
13- Biquíni de Bolinha Amarelinha
14- Você Não Soube Me Amar

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