O Homem Baile

Lição de casa

Sonata Arctica volta ao Rio para apresentar o nono álbum e tocar hits em boa apresentação no Circo Voador. Foto: Leonardo Melo.

sonataarctica17-1A mensagem mais significativa que fica depois do show do Sonata Arctica, nesta quinta (18/5), no Circo Voador, é que é do publico a obrigação de “manter a música ao vivo viva”. A frase é o arremate de um discurso de agradecimento do vocalista Tony Kakko para o público, antes de a última música, “Don’t Say a Word” – sempre ela -, que termina como se fosse uma gincana, em altíssimo astral. Um pouco esvaziado pelo clima de clamor nacional pelo “Fora Temer”, que trouxe de volta aos arredores da casa a explosão de bombas de gás lacrimogêneo e afins (remember 30/6/2013), o espetáculo termina com uma ponta de esperança, no sentido mais amplo, e com o público plenamente satisfeito com boa parte das músicas apresentadas. Ele sabe que vale a pena ir a um show de rock.

É a turnê do nono álbum da banda, não por caso chamado “The Ninth Hour”, que saiu em outubro e cede cinco faixas para o show. “Life”, o terceiro single, apresentada como “uma celebração a vida”, no encerramento da primeira parte, é a mais legal delas. Com forte sotaque pop, no sentido de ser cativante, tem ótimas guitarras melódicas de Elias Viljanen no início, e guarda um “laralá” digno do – guardadas as devidas proporções - Metallica em “The Memory Remains”, já no refrão. Ou seja, Mesmo quem não conhece cai dentro direto. Outra que chama atenção é “Farytale”, talvez a melhor do disco e que, ao vivo, com os teclados menos evidentes, funciona muitíssimo bem, graças a uma base de guitarra e baixo pesada, bem mercada, e com surpreendentes conduções no decorrer dos arranjos.

O show tem um roteiro planejado, com intervalos e temas pré-gravados que apresentam algumas músicas, caso de, por exemplo, “We Are What We Are”, outra das novas, já na segunda metade. A música, cujo tema fora usado no início da noite, começa com certa discrição, se faz de morta e ganha um ótimo crescente instrumental que faz Kakko ter que correr atrás para não comer poeira. Na parte final, Viljanen e o tecladista Henrik Klingenberg, usando um keytar na maior parte do tempo, praticamente duelam, em mais uma música que se sai melhor ao vivo do que em disco. No fundo do palco, o cenário é o da capa de “The Ninth Hour”, realçado pela colocação lateral da bateria, com o teclado outro lado.

Na seara dos sucessos do Sonata Arctica, que vem ao Rio pela quarta vez em cinco anos – um feito e tanto -, e faz extensa turnê pela América Latina, estão “FullMoon”, disparado a música mais colante da banda, a que mais chama a atenção e a que mais o animado público adere; “The Power Of One”, já no bis, que começa depois de um solo curtinho de Elias Viljane (dá pra fazer mais e melhor) e tem a plateia acompanhando o ritmo com palmas; e a já citada “Don’t Say a Word”, de presença constante, mas eterna vice-campeã enquanto “FullMoon” não for esquecida. Que a mensagem de Tony Kakko também não seja esquecida, visto que o público seguramente irá guardar boas lembranças dessa noite, com certo padrão Sonata de fazer show.

Set list completo:

1- Closer to an Animal
2- The Wolves Die Young
3- In Black and White
4- Tallulah
5- Fairytale
6- Misplaced
7- FullMoon
8- Among the Shooting Stars
9- Abandoned, Pleased, Brainwashed, Exploited
10- We Are What We Are
11- Life
Bis
12- The Power of One
13- I Have a Right
14- Don’t Say a Word

Tags desse texto:

Comentário

Seja o primeiro a comentar!

Deixe o seu comentário

Seu email não será divulgado