Zona de segurança
Na abertura para o Prophets Of Rage, Rise Against toca clássicos e quase não mostra as músicas do novo álbum, que sai em junho. Fotos: Nem Queiroz.
O grupo, contudo, não se viu isolado na abertura, em meio a entusiastas do Rage Against The Machine que enchiam a casa, e fez um ótimo show, com a participação de um bom número de fãs e até a adesão de outros menos familiarizados com o hardcore moderno deles. A escolha para o início é certeira, sem reparos: “Ready to Fall” é a canção perfeita com refrão colante e arranjos que integram o público de imediato. O repertório meio que renuncia ao material mais recente e aposta na fase mais consagrada do quarteto, dos álbuns “The Sufferer & the Witness” (2006) e “Appeal to Reason” (2008), de onde sai mais da metade das músicas. Escolha acertada para quem vem ao Rio pela primeira vez em quase 20 anos de carreira.
“Audience of One”, que não costuma ser tocada em locais com limites de tempo menores, é outra dessa lavra, e aparece com um jeitão mais acústico, quase um anticlímax que prepara para o encerramento, com o público pirando em “Savior” e suas mudanças de andamento sutis. Eis aí um artifício bem utilizado pelo grupo, como se vê em “Satellite”, fornecendo à música um acabamento incomum, ainda mais para o segmento, e em “Help Is On The Way”, outra de refrão facinho de acompanhar e cantar junto; e é o que o público faz. Do álbum mais recente, “Wolves”, a ser lançado no início de junho, entra o já conhecido single “The Violence”, com um belo riff e um sotaque mais pop, mas o público ignora com todas as forças.McIlrath quase se enrola na parte inicial, ao tentar lembrar há quanto tempo o grupo não vem ao Rio, até se tocar que essa é de fato a primeira vez. O tempo é curto e a parte final do show chega rápido, e, com músicas bem mais conhecidas e a chegada de mais gente, as rodas de dança se avolumam. É o que acontece na boa “Give It All”, quando o vocalista deixa a guitarra do lado e vai dar uma volta no fosso que separa o púbico do palco, para delírio dos fãs mais atirados debruçados sobre a grade. “Prayer of the Refugee”, uma traulitada das boas, outra da tal fase de outro, também tem ótima acolhida, num show que, se não mostrou nada do material novo, reforça a importância do Rise Against por aqui e que a banda deve voltar mais vezes e com mais tempo para tocar.
Set list completo:1- Ready to Fall
2- The Good Left Undone
3- Re-Education (Through Labor)
4- Satellite
5- The Violence
6- Help Is on the Way
7- Give It All
8- I Don’t Want to Be Here Anymore
9- Prayer of the Refugee
10- Audience of One
11- Savior
Tags desse texto: Maximus Festival, Rise Against
Vir ao Rio pela 1ª vez pra tocar 11 músicas? Pífio… Vi duas músicas no WROS Fest anos atrás e fui embora. Rise Against já teve sua fase consagrada (os primeiros discos), depois virou uma confusão pop rock que afastou uma parte dos fãs (inclusive este que vos escreve). Uma pena, tinha um grande futuro e foram arruinados pelo mainstream.