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Na abertura para o Prophets Of Rage, Rise Against toca clássicos e quase não mostra as músicas do novo álbum, que sai em junho. Fotos: Nem Queiroz.

O guitarrista e vocalista do Rise Against, Tim McIlrath, que se confunde com a estreia do grupo no Rio

O guitarrista e vocalista do Rise Against, Tim McIlrath, que se confunde com a estreia do grupo no Rio

Só a participação do vocalista Tim McIlrath e do guitarrista Zach Blair no show do Prophets Of Rage (veja como foi) já faz essa estreia do Rise Against no Rio ter valido à pena. Mesmo que, talvez, os fãs do grupo, que compareceram em bom número para um show de abertura, já tivessem picado a mula. Explica-se que as duas bandas, atrações do Maximus Festival, que aconteceria no dia seguinte, em São Paulo, tocaram no Vivo Rio na sexta (12/5), como espécie de braço carioca do festival. E, “Kick Ou The Jams”, do MC5, foi escolhida pelo guitarrista do Prophets, Tom Morello, para confraternizar com os caras do Rise Against, já no final do show, em um momento de grande generosidade.

O grupo, contudo, não se viu isolado na abertura, em meio a entusiastas do Rage Against The Machine que enchiam a casa, e fez um ótimo show, com a participação de um bom número de fãs e até a adesão de outros menos familiarizados com o hardcore moderno deles. A escolha para o início é certeira, sem reparos: “Ready to Fall” é a canção perfeita com refrão colante e arranjos que integram o público de imediato. O repertório meio que renuncia ao material mais recente e aposta na fase mais consagrada do quarteto, dos álbuns “The Sufferer & the Witness” (2006) e “Appeal to Reason” (2008), de onde sai mais da metade das músicas. Escolha acertada para quem vem ao Rio pela primeira vez em quase 20 anos de carreira.

O baterista Brandon Barnes, o guitarrista Zach Blair, Tim McIlrath e o baixista Joe Principe

O baterista Brandon Barnes, o guitarrista Zach Blair, Tim McIlrath e o baixista Joe Principe

“Audience of One”, que não costuma ser tocada em locais com limites de tempo menores, é outra dessa lavra, e aparece com um jeitão mais acústico, quase um anticlímax que prepara para o encerramento, com o público pirando em “Savior” e suas mudanças de andamento sutis. Eis aí um artifício bem utilizado pelo grupo, como se vê em “Satellite”, fornecendo à música um acabamento incomum, ainda mais para o segmento, e em “Help Is On The Way”, outra de refrão facinho de acompanhar e cantar junto; e é o que o público faz. Do álbum mais recente, “Wolves”, a ser lançado no início de junho, entra o já conhecido single “The Violence”, com um belo riff e um sotaque mais pop, mas o público ignora com todas as forças.

McIlrath quase se enrola na parte inicial, ao tentar lembrar há quanto tempo o grupo não vem ao Rio, até se tocar que essa é de fato a primeira vez. O tempo é curto e a parte final do show chega rápido, e, com músicas bem mais conhecidas e a chegada de mais gente, as rodas de dança se avolumam. É o que acontece na boa “Give It All”, quando o vocalista deixa a guitarra do lado e vai dar uma volta no fosso que separa o púbico do palco, para delírio dos fãs mais atirados debruçados sobre a grade. “Prayer of the Refugee”, uma traulitada das boas, outra da tal fase de outro, também tem ótima acolhida, num show que, se não mostrou nada do material novo, reforça a importância do Rise Against por aqui e que a banda deve voltar mais vezes e com mais tempo para tocar.

Tim McIlrath canta e toca guitarra com uma postura mais agressiva, como pede a música do Rise Against

Tim McIlrath canta e toca guitarra com uma postura mais agressiva, como pede a música do Rise Against

Set list completo:

1- Ready to Fall
2- The Good Left Undone
3- Re-Education (Through Labor)
4- Satellite
5- The Violence
6- Help Is on the Way
7- Give It All
8- I Don’t Want to Be Here Anymore
9- Prayer of the Refugee
10- Audience of One
11- Savior

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Comentários enviados

Apenas 1 comentários nesse texto.
  1. Leonardo em maio 18, 2017 às 13:48
    #1

    Vir ao Rio pela 1ª vez pra tocar 11 músicas? Pífio… Vi duas músicas no WROS Fest anos atrás e fui embora. Rise Against já teve sua fase consagrada (os primeiros discos), depois virou uma confusão pop rock que afastou uma parte dos fãs (inclusive este que vos escreve). Uma pena, tinha um grande futuro e foram arruinados pelo mainstream.

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