O Homem Baile

Três pitadas

No Maximus Festival, Hatebreed mantém pegada pesada, Oitão representa bem o punk nacional e Böhse Onkelz só agrada ao fã clube. Fotos: Alessandra Tolc/ARTS Live Frames.

O vocalista do Hatebreed, Jamey Jasta e as habituais simpatia e empolgação no Maximus

O vocalista do Hatebreed, Jamey Jasta e as habituais simpatia e empolgação no Maximus

Nem bem o público do Maximus Festival começa a chegar ao Autódromo de Interlagos, no sábado passado (13/5), e couro já está comendo na área dos palcos principais. A configuração é a mesma da edição do ano passado, com os dois palcos lado a lado, de modo que os shows não param – há um intervalo de cinco minutinhos – e é possível assistir a todos eles, até mesmo parado na mesma posição. Em um deles, o Palco Rockatansky, a primeira atração internacional é o Hatebreed, que vem de um show no Rio, na quarta anterior (10/5, veja como foi), junto com o Five Finger Death Punch. Logo no início o vocalista Jamey Jasta lembra da última passagem do grupo por São Paulo, no Monsters Of Rock de 2013 (relembre), evento de perfil e formato semelhantes.

O repertório é bem parecido com o do show do Rio, com a nova “A.D.” na abertura, mas o tempo disponível para eles é bem menor. O espaço, contudo, é maior, o que faz com que as rodas de pogo – e são muitas, mesmo com pouco público - logo se proliferem, fazendo a poeira subir, literalmente, pois o piso é de bica corrida, o que inclui um pó de pedra finíssimo. As músicas mais conhecidas, emendadas uma às outras, mantém o pique de quem não aguenta esperar pelas atrações principais ou é mesmo um entusiasta do Hatebreed. Entre elas, “Destroy Everything”, logo a segunda, “As Diehard as They Come” e “This Is Now”. Um show diferente do ponto de vista do set list, sempre improvisado na hora, e ao mesmo tempo com a mesma vibe, com a condução do carismático Jamey James.

O vocalista Henrique Fogaça e o guitarrista Tadeu Dias: Oitão representando o punk rock nacional

O vocalista Henrique Fogaça e o guitarrista Tadeu Dias: Oitão representando o punk rock nacional

Se os fãs do Hatebreed parecem animados ainda que bastante cedo, imagine os do Oitão, a única banda brasileira escalada para os palcos principais, que tocou ainda mais cedo, antes de uma da tarde. Pois estavam eles lá se batendo ante à porradaria generalizada na beirada do palco. O grupo, que tem como vocalista o chef de cozinha Henrique Fogaça, é fortemente influenciado pelo hardcore brasileiro dos aos 1980 – entenda-se Olho Seco e Ratos de Porão fase inicial. Ou seja, os caras não estão pra brincadeira e o show é soco na cara sem dó. Destaque para músicas como “4º Mundo”, “Tiro na Rótula” e “Imagem da Besta”, entre outras, que representaram muito bem o punk rock nacional no festival.

Com uma carreira de altos e baixos e muitas mudanças no som, o alemão Böhse Onkelz estreou no Brasil no Maximus. Envelhecido, o grupo, que já militou forte no punk rock e flertou com a extrema direita na década de 80; fez muito sucesso na Alemanha nos anos 90; acabou e voltou há cerca de dois anos, tocou uma sequência de classic rock que nada deve as bandas covers que toda cidade do Brasil tem. Para piorar, todas as letras são em alemão, o que dificulta o diálogo. A não ser para um grupo de 40 descendentes de alemães que vieram do interior do Paraná uniformizados com uma camiseta alusiva ao show da banda no festival, e enormes sombreros. Esses cantaram tudo o tempo todo, beberam todas e se divertiram muito mais.

Camisa do fã clube do Böse Onkelz é lançada no palco, enquanto o guitarrista aplica um solo

Camisa do fã clube do Böse Onkelz é lançada no palco, enquanto o guitarrista aplica um solo

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