O Homem Baile

Contagiante

Candlemass estreia no Rio e formação atual convence público apenas razoável, mas bastante participativo. Texto e fotos: Frederico Cruz.

O vocalista do Candlemass, Mats Levén, convence com performance, técnica, carisma e potência vocal

O vocalista do Candlemass, Mats Levén, convence com performance, técnica, carisma e potência vocal

Uma quarta-feira antes de feriado, uma banda que nunca pisou na cidade e boas músicas. Esse é o cenário perfeito para a passagem do Candlemass pelo Rio de Janeiro, só faltou combinar com o público. Apesar de considerada por muitos como uma das mais importantes bandas de doom metal, parece que os fãs não se animaram em acompanhar a formação atual, que conta com Mats Levén (vocal), Mats “Mappe” Björkman e Lars Johansson (guitarras), Kenth Philipson (baixo) e Jan Lindh (bateria). Talvez a ausência de Leif Edling, baixista e fundador, tenha contribuído para que um público apenas de pequeno para razoável tenha comparecido ao Teatro Odisséia.

O grupo sueco tem carreira sólida e álbuns que podem ser considerados verdadeiros marcos dentro do doom, como por exemplo “Epicus Doomicus Metallicus”, primeiro trabalho de estúdio, e “Ancient Dreams”. No entanto, em 2012 a banda lançou o que seria seu álbum de despedida, intitulado “Psalms for the Dead”. O disco, que foi considerado por Leif Edling como um trabalho épico, teve boa repercussão e trouxe um novo fôlego, tanto que decidiu-se por manter as atividades, realizar shows pelo mundo e também gravar novas faixas que serão lançadas em breve no EP “Death Thy Lover”.

O baixista Kenth Philipson e o guitarrista Mats 'Mappe' Björkman cantam e se divertem durante o show

O baixista Kenth Philipson e o guitarrista Mats 'Mappe' Björkman cantam e se divertem durante o show

É difícil encontrar adjetivos para a excelente apresentação realizada pelo quinteto sueco. Com um início pontual, a banda subiu ao palco ao som da introdução “Marche Funebre”, com muita fumaça para dar o clima certo para o que seria executado. A primeira faixa é “Mirror, mirror”, do álbum “Ancient Dreams”, que já dá o tom de como seria a noite. Apesar de alguns problemas de infraestrutura, não se pode negar como é bom o som do Odisséia, quase perfeito: volume certo e bem equalizado. Isso apenas facilitou para que as guitarras pesadas de Mats “Mappe” Björkman e Lars Johansson pudessem dar o ritmo da noite, mostrando que não é necessário um guitarrista fazer piruetas para mostrar capacidade técnica.

O que fica claro em cada solo de Lars, que mostra técnica e fibra musical, em um show à parte. Mas a banda não é apenas guitarras pesadas, o vocalista Mats Levén, substituto do carismático Robert Lowe, que deixou a banda em 2012, tem uma carreira sólida e mostra isso no palco. Com muita técnica, carisma e até certo ponto performático, mostra que a banda está bem servida. A potência vocal de Mats é de impressionar, o que realça em músicas como “Cry From the Cript”, “The Prohpecy” e “Solitude”. As três ganham uma força ao vivo que contagia a plateia. Aliás, o pequeno público acompanha cada música cantando quase em uníssono. Difícil não ser contagiado pela qualidade sonora da banda, principalmente quando as coisas estão funcionando no palco.

Mats 'Mappe' Björkman: sem necessidade de fazer piruetas para mostrar a boa capacidade técnica

Mats 'Mappe' Björkman: sem necessidade de fazer piruetas para mostrar a boa capacidade técnica

O grupo apresenta um entrosamento bem interessante, e as músicas são executadas com uma fluência impressionante. É possível ver, por exemplo, em vários momentos, Mappe e Jan cantando as músicas com o público, mostrando um empolgação contagiante. O baixista Kenth Philipson, que já tocou no God Among Insects, em vários trechos do show mostra um largo sorriso no rosto e ao final de cada música vai até o público cumprimentar os fãs, numa boa sinergia. Após quase 60 minutos, a banda se despede do palco, para voltar e executar “The Prohpecy”, que abre o mais recente trabalho de estúdio; “Dark Reflections” e “Crystal ball”; e a clássica “Solitude”, pedida pelo público ainda na primeira parte do show. Deveria acabar assim, mas, atendendo aos pedidos, a banda executa “Samarithan”. Agora é torcer para um retorno rápido.

Set list completo:

1- Mirror, Mirror
2- Bewitched
3- Prophet
4- Cry From the Cript
5- Emperor of the Void
6- Under the Oak
7- At the Gallow’s End
8- A Sorceres’s Pledge
Bis
9- The Prohpecy
10- Dark Reflections
11- Crystal Ball
12- Solitude
13- Samarithan

Lars Johansson, o outro guitarrista, também faz da suas nessa nova formação do Candlemass

Lars Johansson, o outro guitarrista, também faz da suas nessa nova formação do Candlemass

Tags desse texto:

Comentário

Seja o primeiro a comentar!

Deixe o seu comentário

Seu email não será divulgado