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De volta com show inteiro, Accept brilha mais uma vez realçando o vigor da formação atual e a força do repertório recente. Fotos: Nem Queiroz.
Era parada certa. Depois de fazer uma surpreendente apresentação de abertura para o Judas Priest na cidade, no ano passado (relembre) e de sair como um dos destaques do Monsters Of Rock, em São Paulo (relembre também), o Accept precisava de uma turnê solo contemplando o Rio de Janeiro. A diferença de um show para outro é praticamente o dobro das músicas, com ênfase – e ainda tem mais essa – na fase atual, iniciada com a entrada do ótimo e cascudo vocalista Mark Tornillo, para ficar claro de uma vez por todas para os portadores de cabelos ralos e esbranquiçados, viúvas de Udo Dirkschneider. É o que abre espaço, por exemplo, para ser ver, pela primeira vez, o poder de fogo de músicas como “No Shelter”, que carrega um raro somatório de riffs, velocidade e refrão pra cantar junto. E a performance ainda reserva um estupendo duelo entre Wolf e o baixista Peter Baltes na beirada do palco, coisa fina.

O vocalista Mark Tornillo, que deu uma nova cara ao Accept nessa ótima nova fase, enfatizada no show
A abertura já é conhecida desde o ano passado, mas é fluentemente impossível não se deixar envolver pela dobradinha “Stampede”/ “Stalingrad”, em que pese a demora no ajusta da qualidade do som, inicialmente em um volume muito baixo. O espetacular solo de Wolf na primeira, que desencadeia a cantoria do público, e os riffs da segunda, dando início a um mar de braços erguidos, com Tornillo chacoalhando uma bandeira do Brasil, é de acachapar. Além do efeito visual que só o metal pode proporcionar, os punhos cerrados têm, nesses tempos, uma função a mais: subtrair do povão os tontos que erguem aparelhos emburrecedores para cima, em vez de aproveitar o show em si. Pode até não parecer, mas o trabalho de formiguinha do outro guitarrista, Uwe Lulis, é que permite que Wolf deite e role o tempo todo, e ajuda até Baltes, que volta e meia deixa as bases de lado para solar no baixo surrado de guerra. Completa o quinteto o animado baterista Christopher Williams.
Era batata que o encerramento, com “Balls to the Wall”, seria um enlouquecimento generalizado de parte a parte. Rodas de dança dos mais diversos gêneros – divertido até -, cabeças batendo na cadência do metal, air guitar em profusão, pula-pula de torcida organizada: vale de tudo para celebrar esse grande ícone do rock mundial, não só do metal. Outros clássicos que quebram a banca são “Fast as a Shark”, que encerra a primeira parte do show com velocidade alucinante; “Metal Heart”, mais alongada, com citações à música erudita que Wolf adora (leia entrevista exclusiva aqui); e até a caçula “Teutonic Terror”, lançada em 2010, cadenciada, pesada e repleta de riffs, que já nasceu com a vocação para eternidade. Assim como o Accept veio ao mundo para brilhar sobre os palcos. Showzaço.Set list completo:
1- Stampede
2- Stalingrad
3- Hellfire
4- London Leatherboys
5- Living for Tonite
6- Restless and Wild
7- Midnight Mover
8- Dying Breed
9- Final Journey
10- Shadow Soldiers
11- Starlight
12- Bulletproof
13- No Shelter
14- Princess of the Dawn
15- Dark Side of My Heart
16- Pandemic
Bis
17- Fast as a Shark
18- Metal Heart
19- Teutonic Terror
20- Son of a Bitch
21- Balls to the Wall

Mark Tornillo estica a garganta com Baltes, Wolf e o baterista Christopher Williams detonando no fundo
Tags desse texto: Accept
Parabéns Bragatto, pelo ótimo texto. Estava lá ontem no Imperator também (até próximo de você na pista) e reitero o que disse: não tem como fã sair infeliz após assistir ao ESPETÁCULO que o Accept proporciona ao vivo. Ainda bem - para nós! Grato também ao Nem Queiroz pelas belas fotos =)