Conquistou
De volta ao Rio após 12 anos, Masterplan agrada ao público na estreia da nova turnê com sucessos da carreira. Texto e fotos: Frederico Cruz.
Com todos esses ingredientes postos à mesa, a apresentação começa com “Enlighten Me”, seguida por “Spirit Never Die”, ambas do álbum de estreia do grupo. Os 12 anos de hiato pela cidade não passaram despercebidos pelo guitarrista e fundador Roland Grapow, que disse: “Doze anos, muito tempo”. O inicio promissor já mostrava o que estava por vir. Antes da terceira da noite, Rick Altzi, que ocupa o lugar deixado por Jørn Lande nos vocais, diz que essa era a primeira apresentação da nova turnê, e pede paciência caso algo saia do controle. Não era necessário o aviso, mas isso serviu de explicação para o uso de uma espécie de “teleprompter” ou “teleponto” localizado perto dele, que apresentava a letra de cada uma das músicas que iam sendo executadas. Nada que tenha afetado o desempenho do comunicativo Altzi.
Aliás, o vocalista, que ainda enfrenta certa resistência por parte dos fãs de Lande, se mostrou uma figuraça. Bem comunicativo com os fãs, por várias vezes perguntava, nos intervalos entre as músicas e uma bebericada nas cervejas colocadas para a banda, como se brindava em português. Depois de algumas tentativas, conseguiu finalmente falar: “saúdi!”, arrancando risadas dos fãs. Pode parecer só brincadeira, mas o cara consegue manter o nível da banda e é até injusto fazer qualquer comparação com o antigo vocalista. Técnicas diferentes e diferentes formas de sentir a música, no entanto não menos competência. Isso fica evidente quando são executadas “Betrayal” e “Black Night Of Magic”, que estão em “Novum Initium” e são bem conhecidas de Altzi. O repertório é quase o mesmo do recém lançado DVD “Keep Your Dream Alive” (saiba mais).
Apesar do público pequeno, rolou uma ótima sinergia. Altzi em certo momento dividiu a galera em dois grupos e pediu que uma parte gritasse “Master” e depois o outra gritasse “Plan”. Grapow diz, em outro ponto, que estava feliz de ter voltado. Esse clima de felicidade se concretizava em cada música, com os fãs cantando até as mais recentes. Algo que não pode deixar de ser mencionado foi a participação da lenda Jari Kainulainen (ex-Stratovarius) no baixo, que, porém, não foi tão comunicativo. Nem precisava, o som tirado do seu instrumento falava por ele, sendo esta uma mudança que agrega valor e surtirá efeito nos próximos trabalhos. Antes do bis são executadas “The Chance”, do Helloween, que teve um belo solo de Grapow, e a excelente “Heroes”. A banda retorna para fechar a noite com “Kind Hearted Light” e “Crawling From Hell”. Fica a torcida para que o quinteto não demore outros 12 logos anos para voltar.Uma boa surpresa da noite foi o Unmasked Brains, que fez uma apresentação bem energética, baseada no heavy e thrash metal tradicionais. Com vocais limpos e guitarras bem afiadas, o quarteto carioca, formado por Reinaldo Leal (guitarra/vocal), LGC (guitarra), Denner Campolina (baixo) e Elcio Pineschi (bateria), conseguiu boa receptividade do reduzido público que chegou mais cedo e conferiu os quase 40 minutos de apresentação. Destaque para as músicas “The New Order Of Disorder” e “A Máquina”.
Set list completo Masterplan:
1- Enlighten Me
2- Spirit Never Die
3- Wounds
4- Lost And Gone
5- Betrayal
6- Black Night Of Magic
7- Crimson Rider
8- I’m Not Afraid
9- Back For My Life
10- Time to be King
11- Keep Your Dream Alive
12- Crystal Night
13- Soulburn
14- The Chance
15- Heroes
Bis
16- Kind Hearted Light
17- Crawling From Hell
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