Mais do mesmo, mas é bom
Em branco no mercado fonográfico há 10 anos, System Of A Down praticamente repete show de quatro anos atrás no Rock In Rio, mas público adora. Foto: Estácio/Divulgação Rock In Rio (1) e I Hate Flash/Divulgação Rock In Rio (2, 3 e 4).
Isso porque, desde o retorno da banda, em 2010, nenhuma música nova foi composta, absolutamente nada foi lançado, restando uma infindável lista de turnês pelo mundo afora tocando o mesmo repertório. Nota-se que, dos 27 números tocados nessa madrugada, nada menos que 20, representando mais de 70%, já haviam sido apresentados há quatro anos. Não é pouco. Ainda mais se levarmos em conta que o SOAD é uma banda revolucionária que atingiu sucesso planetário somando referências em princípio imiscíveis na música pesada, com uma proposta inovadora que logo se sobressaiu dentro do nu-metal noventista, deixando para trás qualquer tipo de repetição ou mesmice em seus cinco álbuns. “Toxicity”, de 2001, é uma maravilha.

O guitarrista Daron Malakian, que canta em algumas músicas e faz segunda voz em quase todas as outras
Um olhar e uma apuração mais amiúde, contudo, ajudar e descobrir sutis diferenças que talvez só o fã do tipo “die hard” tenha percebido. Depois de algum tempo, coisa de 16 aninhos, a música “Temper” é apresentada, coladinha no hit “Hypnotize”. Com sotaque folclórico, ela é do tempo das demo tapes e sequer foi gravada em um dos disco do grupo. “Attack”, emendada com “Sweet Pee”, e “Know” também estavam fora do repertório, há menos tempo, e retornam, mas nem causam grande alarde. Também, inseridas no início, pegam um público sedento que se multiplica em incontáveis rodas de dança até nas regiões mais distantes do palco. O dia, aliás, foi pródigo nesse particular, atingindo o auge com o pedido por parte do guitarrista Daron Malakian, para que a “maior roda de todas fosse criada”, no que foi atendido de imediato. Até os telões laterais, que detestam o público, declinam e exibem as fortes imagens de todo mundo se acabando pela última vez.
Mas antes desse belo arremate, teve muito chão em 90 minutos + acréscimos de porrada rolando. Teve Serj usando um tecladinho sarapa em várias músicas, o baterista John Dolmayan mostrando uma forma impressionante, o baixista Shavo Odadjian tentando se comunicar com a turma do gargarejo e os pidões de palheta, e Malakian fazendo vários duetos com Serj. Num deles, antes de “Psycho”, cita Olivia Newton-John e a terrível “Physical”, e, em “Cigaro”, começa a música sozinho e reconhece como a letra é “estúpida”. Outras também muito apreciadas pelo povão são “Chop Suey!”, de altos teores de enlouquecimento generalizado; “Needles”, que faz surgir um perigoso sinalizador vermelho no meio do pogo; “Aerials”, que realça o gogó coletivo do povaréu ainda com gás, no início; e a sinuosa “Radio/Vídeo”, segundo Serj, feita para dançar. No fim das contas, não foi de todo ruim. Bora compor mais um monte de músicas iguais a essas, pessoal?Set list completo:
1- I-E-A-I-A-I-O
2- Suite-Pee/Attack
3- Prison Song
4- Know
5- Aerials
6- Soldier Side - Intro
7- B.Y.O.B.
8- Soil
9- Darts
10- Radio/Video
11- Hypnotize
12- Temper
13- CUBErt
14- Needles
15- Deer Dance
16- Bounce
17- Suggestions
18- Psycho
19- Chop Suey!
20- Lonely Day
21- Question!
22- Lost in Hollywood
23- Vicinity of Obscenity
24- Forest
25- Cigaro
26- Toxicity
27- Sugar

Serj Tankian encabeça a repetição de cerca 70% do repertório do Rock In Rio de 2011 para a edição 2015
Tags desse texto: Rock In Rio, System Of a Down
Ontem estive lá pra ver os 3 shows do palco principal.
Vampiros de Hollywood foi muito fraco. Ví meio de longe, perto da torre da tirolesa. Não faz sentido nenhum uma cata-cata desses tomar lugar no palco principal. A maior animação vinha qdo o telão focalizava o Depp. Varias lendas no palco, mas não deu liga.
Medina Poderia ter deixado o Deftones abrindo pro QOTSA, mas….
QOTSA foi excelente. Esse eu vi de perto. Impressionante a cozinha da banda. o Som tava perfeito. Batera com pegada e baixo alto aparecendo bem. Acho q eles podiam ter tocado mais do que os 60 minutos redondos. Se não me engado o penúltimo artista do palco principal tem um pouco mais de tempo.
SOAD eu vi lá do gargarejo. Já tinha visto Metallica e Queen do mesmo lugar. Mas esse de ontem foi muito mais animado. A banda tava disposta, e o publico retribuiu. Destaque pro batera. Um monstro, com muita técnica. O vocal tão característico não dava pra escutar na maioria das musicas, porque a massa gritava as letras junto. Chegando em casa, vi um trecho que gravei pela TV, e o vocal tava legal.