Que alguns artistas nacionais de pouca relevância toquem em toda e qualquer edição do Rock In Rio, tudo bem. Mas um headliner como o Metallica fechar uma das noites em três edições seguidas do festival, e na mesma cidade, aí já é demais. Contudo, não se pode colocar a culpa na banda de ser contratada todo ano.

A produção do festival chama e paga, os caras vêm e batem o ponto. Na edição de 2013, o grupo, em meio a uma turnê de divulgação do filme “Metallica Through The Never” adotou uma logística insana: uma bate e volta Noruega-Cidade do Rock-Noruega. Tudo para não perder a oportunidade (veja como foi o show). Agora, a história se repete, com a equipe vindo direto de Quebe, no Canadá, onde tocou nos dias 14 e 16, segunda e quarta dessa semana.

A responsabilidade do Metallica é a de não lançar praticamente nada desde 2008, quando chegou às lojas o álbum “Death Magnetic”. O praticamente fica na conta do EP “Beyond Magnetic”, de 2011, com sobras desse mesmo álbum, e uma única música, “Lords Of Summer”, lançada como grande atração da turnê “By Request”, em março de 2014.

Nessa turnê, que passou pelo Brasil com show único em São Paulo (veja como foi), os fãs que compravam os ingressos tinham o direito de escolher as músicas do repertório de cada show, via internet, sendo que a última delas era escolhida durante a apresentação, via operadora de smartphone. Parece bobagem, mas a banda descobriu o que, no fundo, já sabia: os fãs só querem a músicas antigas, nada de novas.

Assim, nada das faixas do EP de sobras nos shows mais recentes. “Lords Of Summer”, sim, entrou em oito shows este ano e deve ser tocada no Rio, no sábado. Ao contrário, a graça tem sido o quarteto desenterrar faixas há tempos não incluídas nos repertórios dos shows, incluindo aí os covers que sempre agradam.

Para tanto - e não é de hoje - o Metallica inventou um jeito de montar set lists de shows que mantém um frescor a cada apresentação. De acordo com a fórmula, o grupo não mexe nos clássicos e substitui músicas, digamos, intermediárias, por outras afins.

Assim, dificilmente se repete o repertório em uma mesma cidade e/ou país. De 2008 para cá, a banda tocou cinco vezes no Brasil, sendo duas nas edições anteriores do Rock In Rio, em 2011 (resenha aqui) e 2013 (e aqui), e três em São Paulo, duas em dois dias seguidos, em 2010 (veja aqui e aqui), e essa de 2014 (relembre), sem repetir o set list.

Para este ano, resta saber se alguma música nunca tocada por aqui vai ser incluída. O Metallica toca no Rock In Rio no próximo sábado, dia 19, como headliner do Palco Mundo.

Agora, se o grupo quiser realmente surpreender, pode tocar a íntegra de um de seus discos clássicos. Foi o que aconteceu em 2012, quando a banda tocou a íntegra do “Black Album”, de frente para trás, em vários festivais europeus (detalhes aqui), e o disco “Ride The Lightning” inteirinho, no seu próprio festival, o “Orion Music + More”.

Abaixo, a título de exemplo, segue o set list que o grupo fez ontem (14/9), em Quebec, no Canadá:

1- Fuel Hit the Lights
2- For Whom the Bell Tolls
3- Blackened
4- King Nothing
5- Disposable Heroes
6- The Day That Never Comes
7- The Memory Remains
8- Lords of Summer
9- Sad but True
10- The Unforgiven
11- All Nightmare Long
12- One
13- Master of Puppets
14- Fade to Black
15- Seek & Destroy
Bis
16- Whiskey in the Jar
17- Nothing Else Matters
18- Enter Sandman

O Rock In Rio acontece na Cidade do Rock, no Rio de Janeiro, nos dias 18, 19, 20, 24, 25, 26 e 27 de setembro. As atrações principais desse ano no Palco Mundo, o principal, são Metallica, Queen + Adam Lambert, Slipknot, System Of a Down, Faith No More, Mötley Crüe, Queens Of The Stone Age e Mastodon, entre outros.

No Palco Sunset, o secundário, vão tocar, entre outros, Korn, Deftones e o guitarrista Steve Vai. Todos ingressos estão esgotados. Clique aqui para ver a programação completa.

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