O Homem Baile

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Em show participativo, Three Days Grace mostra renovação com novo vocalista e apresenta as músicas do próximo álbum. Fotos: Daniel Croce.

O novo vocalista do Three Days Grace, Matt Walst, dá as caras e é aprovado no bom show do Rio de Janeiro

O novo vocalista do Three Days Grace, Matt Walst, dá as caras e é aprovado no bom show do Rio de Janeiro

A cadeira mal esfriou o e Three Days Grace logo se virou com um novo vocalista, Matt Walst, cuja tarefa de substituir o carismático Adam Contier foi muitíssimo bem cumprida. Isso a julgar pela maciça participação do público que encheu o Circo Voador na noite desta quinta e viu a banda desfilar uma série de hits, mas, acima de tudo, mostrar nada menos que seis músicas do novo álbum, “Human”, o primeiro com Walst, a ser lançado essa semana, todas em um tom de aprovação. Fato que mostrou assertiva a colocação do show do grupo, atração do Lollapalooza no final de semana, no aconchegante palco do Circo, em vez do Citibank Hall, onde tocaram Robert Plant e Smashing Pumpkins; veja como foram os shows aqui e aqui.

A despeito da forte identificação com o metal alternativo noventista, o Three Days Grace, ao vivo, realça uma formuleta de arranjar as músicas que funciona muito bem. Em geral o guitarrista Barry Stock solta um riff dos bons que recebe um banho de groove pelo baixista Brad Walst e de peso pelo baterista Neil Sanderson, e a coisa flui que é uma beleza. É o que realça mais forte em “Pain”, logo a segunda, que tem um belíssimo acompanhamento à capela, só o prenúncio de como o público gastaria o gogó em praticamente todo o show. “Animal I Have Become”, um dos singles mais bem sucedidos do grupo, e a colante “The Good Life” são outras em que funciona a maçaroca de peso e groove, quase sempre sem muita velocidade – diga-se -, despejada sobre a plateia.

O guitarrista Barry Stock e o baixista Brad Walst mostram, ao vivo, os bons riffs cheios de groove do TDG

O guitarrista Barry Stock e o baixista Brad Walst mostram, ao vivo, os bons riffs cheios de groove do TDG

Os olhares do público sobre Matt Walst não são tão desconfiados assim, uma vez que o grupo vem soltando as músicas novas na web. O vocalista já entra no palco num animação só, sob os efeitos eletrônicos de “I Am a Machine”, que começa depois da apropriada introdução com “Beautiful People”, de Marilyn Manson. O povão se esbalda no refrão e logo Walst sente a pressão do Circo Voador cheio. Entre as novas (e não tão conhecidas assim), a pedrada “So What” é a que tem melhor recepção, muito a custa de uma impecável evolução instrumental na parte final. Segundo consta, a música, assim como “Human Race”, forjada pelo tecladista Dani Rosenoer, a dramática “Fallen Angel”, e “The Real You”, foram tocadas apenas pela segunda vez. A julgar pela apresentação das seis faixas, o novo álbum deixa de lado o flerte com efeitos eletrônicos que contornam o disco anterior, “Transit Of Venus”. Melhor assim.

Mas Rosenoer, em tese músico de apoio, tem seu espaço e precede o momento solo do batera Sanderson fazendo um número de rock progressivo com certa erudição, mas que destoa dos interesses da plateia. Além de tapar buracos aqui e acolá, ele ainda usa um pianinho de leve antes da parte final do show. Sozinho pra valer, Neil Sanderson mostra versatilidade ao fugir do lugar comum do peso, e inclui percussão e toques periféricos nos pratos e aros com muita criatividade. Outras músicas que têm o público como parceiro de cantoria – uma máxima no show – são “Just Like You”, bem pesada ao vivo, e “Home”, quando enfim um segundo microfone cheio de efeitos funciona.

Matt Walst com o ótimo baterista Neil Sanderson ao fundo: bom entrosamento no final das músicas

Matt Walst com o ótimo baterista Neil Sanderson ao fundo: bom entrosamento no final das músicas

Na parte final – não tem bis, eles seguem direto – curiosamente o show dá uma caída. Tudo bem que a cantoria é geral em “I Hate Everything About You”, afinal a música foi tema de novela global, mas é muito ruim e subtrai o que o TDG tem de melhor: o peso. Ainda entre as novas, “The Real You” dá uma esfriada geral, e cabe ao cover de “Break Stuff”, do Limp Bizkit, dar certo charme à noite. A música tem a participação do amigo/roadie/segurança Hammer, que divide muito bem os vocais com Matt Walst. O característico riff da guitarra de Stock é o prenúncio de que “Riot” é que vai fechar a noite, sob o aviso de Walst: “a última chance pra botar pra quebrar!”. E foi muitíssimo bem aproveitada pelo povão. Que não tardem a voltar.

Set list completo:

1- I Am Machine
2- Pain
3- Break
4- So What
5- Just Like You
6- Chalk Outline
7- Human Race
8- Animal I Have Become
9- Solo de bateria
10- Painkiller
11- Fallen Angel
12- Home
13- Never Too Late
14- The Good Life
15- I Hate Everything About You
16- The Real You
17- Break Stuff
18- Riot

No gás: Barry Stock e Matt Walst, que mostra boa potência vocal na beirada do palco do Circo Voador

No gás: Barry Stock e Matt Walst, que mostra boa potência vocal na beirada do palco do Circo Voador

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