O Homem Baile

Pequenez

Inexperiente, Young The Giant sofre um bocado com repertório ruim, mas acaba funcionando na abertura para o Smashing Pumpkins. Foto: Glaucon Fernandes Lopes/Divulgação T4F.

youngthegiant15Para não fazer feito em um show de estreia no Rio, e ainda por cima como banda de abertura para o Smashing Pumpkins, o Young The Giant bem que se esforça. Reduz o palcão do Citibank Hall com os músicos próximos uns dos outros no centro e manda ver, sem muita falação. No início, contudo, o grupo sofre com problemas técnicos que vão de som estalando a microfones com defeito. O dedicado vocalista Sameer Gadhia, por exemplo, faz de tudo para ser ouvido em “Anagram”, a música de abertura, quase em vão. A música também pouco ajuda: não tem refrão, é arrastada e tem guitarras protocolares, para dizer o mínimo.

Embora a casa ainda esteja semideserta, há entre o público fãs do grupo californiano que se deixam envolver, pedem por músicas e dão certo retorno. Não por acaso “It’s About Time” desce bem mais redondo, muito à custa de um riff colocado pelos guitarristas Jacob Tilley e Eric Cannata, sempre muito discretos. O que impressiona é o grande aparato tecnológico usado pelo quinteto para produzir um som pequenininho, mal encorpado, insosso até. Só microfone são três, várias pedaleiras, sintetizadores e o escambau, sendo que, em certo momento há o terrível o rodízio de músicos pelos instrumentos, reforçando a máxima de que quem não toca bem um instrumento, não tocará bem os demais.

O show dá uma esquentada em “Cough Syrup”, essa sim uma boa composição, em que pese as semelhanças com um tal Coldplay. Esperada e aclamada por muita gente na plateia, trata-se de um dos grandes hits do grupo, incrementado por uma boa pegada ao vivo, muito embora os guitarristas não tenham noção do que seja exatamente tocar guitarra em banda de rock. Para se ter uma ideia, o primeiro solo da noite – na qual mais tarde o Smashing Pumpkins daria lição de guitarras, veja como foi – só aparece na penúltima música, “Mind Over Matter”. Recheadas de efeitos que enfim se salientam, no entanto, a canção esconde a musicalidade que por ventura tenha.

Guardada para o final, a pesada “My Body” é o arremate precioso. Empolga os músicos, que enfim se mexem no palco, e contagia a plateia, já em melhor número depois de cerca de 40 minutos de show. Quem chega mais tarde sequer tem ideia da monotonia do show até então e se diverte. Embora incensado nas rodinhas mais descoladas, a julgar por esse show o Young The Giant é uma banda muito pequena e que precisa comer mito angu para chegar a ter destaque fora do nicho. Se fosse uma novata banda brasileira, passaria batida; tocando entre Pitty e Smashing Pumpkins no Lollapalooza, vai sumir fácil, fácil.

Set list completo:

1- Anagram
2- It’s About Time
3- I Got
4- Teachers
5- Cough Syrup
6- Paralysis
7- Mind Over Matter
8- My Body

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Comentários enviados

Apenas 1 comentários nesse texto.
  1. Esteer Gadhia em abril 21, 2015 às 15:08
    #1

    Esses shows de Young The Giant são muito bons, então não tem nada do que reclamar. Amo essa banda

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