Deitando na cama
Açucarado, Dragonforce mostra ao vivo que é muito mais que banda veloz saída de dentro de videogame. Fotos: Daniel Croce.
Embora associado ao metal melódico, coisa que a banda assume de forma radical, há – e não só pelo tamanho das músicas – um quê de rock progressivo no entorno do som do sexteto. É o que se nota, por exemplo, em “Cry Thunder”, disparado o melhor momento do show. De tom épico, a música, com introdução mais que açucarada, se desenrola a partir de sólida base criada a partir das twin guitars, elevada à enésima potência. Daí a duplinha Li e Totman, que atua em uma plataforma na beirada do palco, partir para sensacionais duelos de guitarra; isso quando eles não dobram as sequências de parte a parte. Para quem acredita que tudo no som dos caras é efeito, nem se percebe a influência de Vadim Pruzhanov nessa parte do show, muito embora os teclados tenham, sim, relevância no som do Dragonforce, quase sempre numa espécie de coadjuvância que encorpa o conjunto da obra.

Li e o vocalista Marc Hudson, que ocupa muito bem o posto no Dragonfoce há quatro anos e dois discos
Espécie de Sebastian Bach, sobretudo fisicamente e com as cordas vocais em dia, o vocalista Marc Hudson, na banda há quatro anos e dois álbuns, se sai muito bem. Também, das oito músicas tocadas, cinco já são de sua fase no grupo, sendo três do disco mais recente, “Maximum Overload”, lançado no ano passado. Hudson se esforça para falar em português, ainda que lendo uma colinha, antes de “Seasons”. A música, de refrão colante e nem tão pesada, é outro grande momento do show do Dragonforce, e, segundo ele, só foi tocada no Rio durante essa turnê. O vocalista só não conseguiu ver o pedido de abertura de roda no meio do salão ser atendido, mas aí, convenhamos que, com o público “pussy metal” do Epica, a tarefa não é realmente das mais fáceis.

No meio, o baixista Frédéric Leclercq se junta aos guitarristas na plataforma; atrás, o batera Gee Anzalone
Clique aqui para ver como foi o show principal, do Epica.
Set list completo:
1- Fury of the Storm
2- Three Hammers
3- The Game
4- Seasons
5- Symphony of the Night
6- Cry Thunder
7- Valley of the Damned
8- Through the Fire and Flames

Nos braços do público da Fundição: o tecladista Vadim Pruzhanov, Sam Totman, Marc Hudson e Herman Li
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